«Morte do meu pai marcou-me a determinação para ter êxito»

Manchester City «Morte do meu pai marcou-me a determinação para ter êxito»

INTERNACIONAL21.02.202317:39

O extremo internacional argelino Ryad Mahrez, que esta terça-feira comemora os 32 anos, e que desde 2018 é trunfo do Man. City ‘de’ Pep Guardiola nos ‘citizens’, deixou neste dia uma revelação a vincar a determinação pessoal e do bicampeão inglês para levar de vencida, na quarta-feira, o RB Leipzig, no encontro da primeira mão dos oitavos de final da Champions agendado para a final alemã entre os dois clubes.

«A morte do meu pai inspirou-me a ter êxito na vida», afirmou o compatriota de Brahimi, Slimani e Madjer, recordando a tragédia, marcante na sua adolescência, de perder o progenitor, Father Ahmed (vítima de ataque cardíaco) quando o ‘pequeno’ Ryad tinha apenas 15 anos.

«A morte dele reforçou ainda mais a minha convicção em ter êxito. O meu pai chegou a jogar futebol, mas apenas como amador. Mas era bom. Lembro-me, ainda, de o ver jogar, percebia ‘disto’. Quando jogávamos os dois, no quintal lá de casa, ou quando me ministrava treinos, percebi que tinha uma série de qualidades… e que eu também herdei» , revelou Mahrez no documentário televisivo «Ryad Mahrez’s Story’ (‘A história de Ryad Mahrez’), emitida neste dia pelo clube de Manchester.

«O meu pai sempre puxou imenso por mim. Mas também era exigente com as notas na escola. Quando não estava a safar-me nos estudos, tentou castigar-me não me deixando jogar à bola. Era duro. Até que morreu. Tenha eu 15 anos. Pouco antes da sua morte, já não podia ir assistir mais aos meus jogos, e isso magoou-me muito na altura, senti-o de perto. A sua morte espoletou em mim a determinação de ter êxito na vida, em sua memória», confessou o internacional argelino, na sua quinta época no clube - desde 2018, chegado do Leicester, onde estava desde 2014 -, pelo qual já apontou 43 golos em 133 jogos.

O internacional argelino reconhece que ter uma carreira como futebolista não é apenas uma normal ambição de vida: é uma forma de honra a memória do progenitor, mas também redobrou a determinação para ajudar a sua mãe, Halima, que ficou víuva e com os filhos por criar… e uma família para sustentar, com bocas para alimentar à mesa e teto para pagar.

«Quando o meu pai morreu, já ninguém mais da família exceto eu e o meu irmão mais novo estávamos por perto para ajudar a minha mãe. E não vou mentir: nada nos faltava até então, tínhamos uma existência e vida relativamente confortáveis… e de repente tornou-se tudo muito duro. Claro que há quem esteja em situação muito pior do que nós. Mas eu sabia que tinha o futebol e podia fazer algo decente com o meu ‘jeito’ e aptidões. Por isso, atirei-me de cabeça e com tudo à carreira de futebolista», é a marcante revelação de Ryad Mahrez antes do RB Leipzig.