Marie Alidou: «Ficarei honrada, feliz e entusiasmada se voltar a marcar na Luz»
Alicia Correia do Sporting CP em duelo com Marie-Yasmine Alidou, do Benfica (à direita), em duelo com Alícia Correia, do Sporting, em jogo pela Supertaça de futebol feminino. Foto: Pedro Loureiro/Avant Sports.
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Marie Alidou: «Ficarei honrada, feliz e entusiasmada se voltar a marcar na Luz»

Canadiana, única mulher a ter marcado um golo no Estádio da Luz na presente temporada, sonha voltar a fazê-lo na terça-feira, frente ao Lyon pela Liga dos Campeões feminina; acredita num bom desempenho da equipa frente a um poderoso adversário e continuar a surpreender a Europa

Na sua primeira temporada pelo Benfica, Marie-Yasmine Alidou ostenta – pelo menos até esta terça-feira… - o privilégio de ser a única mulher a ter marcado um golo no Estádio da Luz na presente temporada visto ter apontado, em novembro, o único golo do embate frente ao Eintracht Frankfurt, pela 3.ª jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões feminina (disputada pelas dezasseis melhores equipas da prova), importante para encaminhar o inédito apuramento das águias para os quartos de final, fase na qual defrontarão o Lyon. Em conversa com A BOLA, a canadiana confessou o seu objetivo de repetir a proeza já na terça-feira, na receção às francesas pela 1.ª mão.

É, até ver, a única mulher a ter marcado golo no Estádio da Luz na presente temporada. Como descreve a sensação? O que representaria para si marcar outra vez, desta feita perante o Lyon?

Ficarei muito honrada, feliz e entusiasmada se for capaz de marcar outra vez. Quem quer que seja, seja eu ou outra colega, será importante e a emoção que transmite, de ter a possibilidade marcar no Estádio da Luz, é algo que desejo a qualquer uma delas, pois é esplêndido e permanece por muito tempo após o jogo. Ficaria extremamente entusiasmada e feliz, mas também o ficarei se qualquer outra das nossas jogadoras tiver esse momento particular.

Tem tido na Champions uma competição de particular destaque, pois também se destacou no empate frente ao Barcelona (4-4), marcando dois dos golos da sua equipa encarnada. Acha que este jogo mudou a forma como o panorama internacional vê o Benfica?

Até algumas das minhas amigas, que jogam em outros clubes europeus, ficaram um pouco chocadas e me disseram que isso colocaria este clube no mapa! As pessoas vão ver o Benfica de forma diferente, toda a gente sabe que o Benfica é um clube grande e histórico, mas resultados como este que tivemos são algo novo para algumas jogadoras e em alguns países, por isso temos de assegurar-nos de que estamos a colocar a fasquia bem alta relativamente ao que este clube e esta equipa são capazes de fazer.

Está a escassos dias da eliminatória frente ao Lyon, oito vezes campeão europeu. Como descreve o seu estado de espírito?

Descrever-me-ia como super motivada, porque penso que o clube merece respeito e não tem tanto reconhecimento quanto deveria ter. Por vezes, as pessoas ficam surpresas por termos sido sequer capazes de passar a fase de grupos, ou por alguns resultados que tivemos, mas temos muito boas jogadoras, uma equipa forte e com toda a gente com o mesmo pensamento somos capazes de fazer coisas muito boas. Por isso, estou muito entusiasmada e motivada para o que aí vem para para o Benfica.

Regressou há poucos dias da sua seleção, o Canadá, que é o atual campeão olímpico, na disputa da Gold Cup, e pôde alinhar no primeiro jogo da competição, frente a El Salvador. Como correu?

Fui chamada como substituta, o meu nome não estava na lista inicial e fui convocada devido a uma lesão. Por isso, no que respeita ao tempo de jogo, era sabido que não iria ter muitos minutos e fui para lá com uma atitude positiva, a dar o meu melhor nos treinos para mostrar que mereço e deveria ter mais minutos. Felizmente, não tenho qualquer lesão e estou apenas motivada para voltar ao meu clube e ter tempo de jogo nos jogos que estão a chegar para nós.

Com 28 anos, já competiu em sete diferentes países – Canadá, França, Suécia, Espanha, Noruega, Áustria e, atualmente, Portugal. Considera que essa experiência é a principal mais-valia que aporta à equipa?

Penso que estou a utilizar toda a bagagem que trago comigo aqui em Portugal e, como refere, tenho 28 anos e estou numa boa fase. Não vou dizer que sou jovem, não vou dizer que sou velha…enquanto o corpo está em forma para jogar, a idade não deve ser um assunto. Estou muito feliz pela etapa em que estou hoje no futebol e no meu clube também.

Mostrou serviço na seleção e não acusa desgaste

Mimi Alidou confessa estar a viver, aos 28 anos, o melhor momento da sua carreira – os 23 golos em 31 jogos pelo Benfica, distribuídos pelas várias provas, abriram-lhe as portas da sua seleção, que representou até há uma semana na Gold Cup. Uma motivação que se sobrepõe a qualquer viagem prolongada ou desgaste acrescido: «Ainda senti um pouco de jet-lag o que, fisiologicamente falando, é normal. Regressei no dia 8 e voltei em forma, preparada para entrar em campo», garantiu a atleta encarnada.

«Já participei nos treinos, integrei logo a equipa e já estou pronta para o jogo que teremos para a Liga (esta sexta-feira, frente ao Damaiense, pela 17.ª jornada do campeonato)», o primeiro de dois jogos no espaço de cinco dias – na terça-feira, segue-se o Lyon, pelos quartos da Champions. O calendário é preenchido, mas Alidou garante que o plantel encarnado está pronto para dar a devida resposta. «Estamos prontas, nós temos uma grande equipa e também a rotação necessária, já o fizemos no passado», lembrou.