Pauleta alerta para Lyon que «pode vir ferido»
Capitã do Benfica assegura que encarnadas abordarão com total foco e compromisso o embate com o colosso francês, na próxima semana, na Luz; acompanhou eliminação do adversário na Taça de França, mas desconfia da sua reação à adversidade
Sem tempo a perder, o plantel feminino do Benfica prepara uma sequência competitiva exigente, disputando dois jogos em cinco dias, o primeiro já esta sexta-feira, ante o Damaiense, pelo campeonato, e depois o prato forte.
Dentro de precisamente uma semana, na próxima terça-feira, o Benfica receberá, no Estádio da Luz, o poderoso Lyon que ainda está invicto na presente temporada e é a equipa mais bem sucedida da história do futebol feminino europeu de clubes, pela primeira mão dos quartos de final da Liga dos Campeões feminina, fase que um emblema português nunca antes disputou.
Ainda assim, Pauleta afirma que este encontro, provavelmente o mais importante do futebol feminino no clube encarnado, deve ser preparado com o mesmo foco de qualquer outro desafio. «Sinceramente, prepara-se mais ou menos como se preparam os jogos da Liga ou qualquer outro jogo da Liga dos Campeões», declara a jogadora de 26 anos.
«A equipa técnica olha para o adversário, analisa o processo ofensivo, defensivo, bolas paradas...e depois tentam passar para nós a informação mais clara possível entre os treinos e as sessões de vídeo para vermos o que o adversário faz», acrescenta, metódica, a capitã benfiquista, recentemente regressada aos relvados após grave lesão num joelho, tendo já realizado quatro partidas oficiais.
Pauleta alerta para a reconhecida capacidade do adversário, que, reconhece, «pode vir ferido», dado o último encontro que disputou. O Lyon continua sem ser derrotado na presente temporada, mas este fim-de-semana protagonizou uma surpreendente eliminação na Taça de França - caiu nos penáltis frente ao Fleury (onde joga a portuguesa Ágata Filipa), na meia-final.
O colosso gaulês quererá reagir a essa adversidade, mas Pauleta está também precavida para um Lyon confiante sobre si mesmo. «Podem haver as duas visões, não é uma questão de analisar se é para um lado ou para o outro. Sim, o Lyon pode vir ferido, como pode vir mais descontente ou como for e nós temos de encontrar motivação em nós próprias, no que podemos fazer, no que podemos controlar e estamos a fazer isso nos treinos. Acho que chegámos até aqui sempre a pensar em nós, há que obviamente analisar o adversário e ver o que elas têm», analisou.
Com sentido prático, a espanhola, também já detentora de nacionalidade portuguesa, reconhece o favoritismo do Lyon mas não entrega a passagem às meias finais e mostra-se determinada a lutar. «São 90 minutos cá e 90 minutos lá, tudo pode acontecer e temos noção disso, vamos com tudo», prometeu a centrocampista, que acima de tudo colocou os passos seguros dados pelo Benfica no panorama internacional feminino, que o conduziu até às oito melhores equipas da Liga dos Campeões.
«O clube deu sempre as coisas certas para nós conseguirmos evoluir, para conseguirmos dar os passos certos e nunca dar um passo maior que a perna, como se costuma dizer. Acho que esse critério que o clube teve - e continua a ter - na gestão do projeto é que está a ser demonstrado com o sucesso e acho que este ano um dos fatores mais importantes é a vinda para o Seixal, as condições cá são muito melhores», atestou, por fim, Pauleta.