Nesta segunda parte da conversa que mantivemos com Marco Silva, o treinador português levantou um pouco o véu da sua filosofia familiar, falou do futebol português a curto, médio e longo prazo, recordou a sua passagem pelo Sporting e disse-se aberto à inovação, mantendo certas reservas quanto a substituições ilimitadas e redução do número de jogadores. Também falou muito de futebol...
Teve experiências na Grécia e Inglaterra. Como é vista a nossa Liga no estrangeiro?
Na Grécia é vista como uma Liga de grande qualidade, pelos jogadores que temos, pela qualidade, principalmente dos três grandes, sendo que o SC Braga também está a um nível muito bom e tem tido uma evolução tremenda, como clube, nos últimos dez anos. Em Inglaterra, o que posso dizer é que é uma Liga muito acompanhada por todos os departamentos de prospeção. São eles que, sobretudo, estão atentos à I Liga, até ao mais ínfimo pormenor, porque a qualidade de jogadores e treinadores portugueses não é segredo para ninguém. A Liga em si, no que respeita a jogos transmitidos, não é acompanhada, mas não acontece só com a Liga portuguesa. As Ligas espanhola e alemã merecem mais atenção, mas, e isso é muito próprio dos ingleses, um jogo doChampionshipé muito mais importante que qualquer Liga estrangeira.
Relativamente à Seleção Nacional, a atenção já é outra?
O reconhecimento dos clubes grandes de Portugal, existe. Relativamente ao público em geral, a Seleção gera mais interesse, até porque muitos dos seus jogadores atuam em clubes ingleses. Mas, de uma forma geral, sim, a Seleção gera mais interesse.
Marco Silva, o discreto
O Marco Silva tem primado pela discrição, e é raro dar as entrevistas. Porquê?
Não é algo que eu sinta que deva fazer como rotina. Dei uma entrevista quando fiz dez anos de carreira e esta é a segunda, por altura do meu jogo oficial número 500 como treinador. No mais, acredite, o meu foco está no trabalho e no clube que represento. Em Inglaterra passamos a vida a dar entrevistas, no pré-match eno pós-match,temos obrigação de falar de dois em dois meses para algumas televisões que têm contratos com a PremierLeague, e se eu falasse mais acredito que estaria sempre a repetir-me. Acho que há momentos importantes da carreira em que é importante dar uma entrevista, e daí estarmos hoje aqui.
O Marco é, por natureza, uma pessoa reservada. A isso acresce o facto de não querer dar exposição pública à sua família, sabendo-se que em Inglaterra são ultrapassados, muitas vezes, nos media, os limites do razoável?
Sempre tentei ao máximo que isso acontecesse, e acho que não tem tanto a ver com a minha forma de estar, mas com a nossa forma de estar em termos de família. É algo que tento preservar. Eu é que sou o treinador, e embora saiba que, sendo uma figura pública, a família acaba por algumas vezes ir por arrasto, devo preservá-la o máximo que puder.
Essa é uma tarefa fácil, neste tempo de redes sociais?
Não é fácil, estamos a viver numa sociedade completamente diferente daquela que existia na nossa adolescência, e, diria mais, até da que vivíamos nos meus primeiros passos como treinador. No nosso caso, temos duas filhas que cresceram comigo muito mais como treinador do que como jogador, e o que queremos é que estejam preparadas para aquilo que têm pela frente...
Qual a idade delas?
Uma tem 19 e a outra 14. Temo-las preparado para aquilo que é a realidade, sendo honestos e claros, para que, de tudo o que possam ver e ouvir, tentem apenas tirar coisas positivas. Realmente, o que é importante é o que nós vivemos diariamente enquanto família, e até agora tem tudo corrido da melhor forma.
Presumo que nesta altura tenha uma situação financeira confortável. É um investidor ousado ou conservador?
Ousado, não acredito que seja. Temos de preparar o futuro da melhor maneira, mas a verdade é que sou muito mais conservador que ousado.
Acredita no valor da propriedade, digamos, palpável?
Sim, acredito. Para precavermos o futuro, acho que devemos ir para coisas sólidas.
Investe mais em Portugal ou no estrangeiro?
Mais em Portugal.
O Marco atingiu aquela fase de independência económica em que muitos treinadores se sentem à vontade para dizer «não.» Sei que tem fama de, em nenhuma altura, ter deixado de dizer aquilo que entendia e permitido interferências nas suas decisões, mas este facto de haver uma independência económica torna mais confortável a posição do treinador?
Mais confortável, não diria, mas ser independente é sempre importante e aquilo que essa situação nos permite é sermos pessoas mais seguras. Mas eu, nesse aspeto, noOlympiakos,clube que me deu um orgulho enorme representar, não só por me ter aberto as portas do estrangeiro, mas também porque tive uma época quase de sonho (faltou-nos ultrapassar a fase de grupos da Champions, e estivemos tão perto...) pelo futebol que praticámos e pelos recordes que batemos...
Marco e Marinakis
Foram campeões virtuais em fevereiro...
Realizámos um campeonato brilhante. Mas era necessário preparar a época seguinte, porque ia ser a primeira vez que um clube grego não entrava diretamente na Champions, e tínhamos de jogar a terceira pré-eliminatória, o que representava uma tremenda responsabilidade, porque estar no Olympiakosteria de ser sinónimo de jogar a Liga dos Campeões, uma vez que o campeonato local era quase garantido. Nessa altura, entendi que o clube não estava a atuar da forma que eu achava que teria de fazer para atingirmos os objetivos, e tive uma conversa franca com a estrutura, com o presidenteMarinakis,com quem tinha uma excelente relação, e continuamos a ser muito amigos...
Para mim é novidade. Pensava que se tinham incompatibilizado...
Temos uma excelente relação, e eu, na altura, expliquei-lhe o que se passava e tomei a decisão de sair pelo meu próprio pé, sem receber nem mais um tostão a partir do último dia em que trabalhei. Foi uma decisão de carreira que tomei, a parte financeira não foi primordial, e devo referir que não dispunha da situação que hoje tenho, vinha de três anos no Estoril e um no Sporting.Marinakisnão ficou satisfeito, mas percebeu o porquê da situação, somos próximos e é uma pessoa que considero bastante.
Estamos a falar deEvangelos Marinakis,hoje dono, além doOlympiakos,do NottinghamForest,de Nuno Espírito Santo...
E dono do Rio Ave, também.
Marco e Bruno de Carvalho
É alguém que tem ovos em vários cestos, eu diria. Na época anterior o Marco esteve no Sporting, com Bruno de Carvalho. Como é que carateriza essa relação?
Durou um ano e acabou. Foi diferente do que sucedeu com o presidente do Estoril, que foi uma pessoa muito importante na minha carreira e um grande amigo. Estou a falar de Tiago Ribeiro. Mas também continuo a trocar mensagens, além deMarinakis,com os donos do Everton e do Hull City, ou seja,com umas pessoas ficamos com uma relação mais próxima, com outras, nem tanto.
Relativamente ao Sporting...
Bruno Carvalho, em primeiro lugar, foi o presidente que me abriu as portas de um clube grande em Portugal, e isso não há como esquecer. Houve alguns percalços, que não gostaria de aprofundar, e acredito que a comunicação não tenha sido a melhor. Nós tínhamos dois títulos para disputar, porque desde logo me disseram que a Taça da Liga não contava, era para ser disputada por jovens que desejávamos desenvolver. E ainda a Champions League, onde só não ultrapassámos a fase de grupos devido ao famoso penálti deGelsenkirchen,no jogo com oSchalke, em quea bola embateu na cara do nosso jogador... Vencemos a Taça de Portugal, de forma memorável, depois de termos ido ao Dragão eliminar o FC Porto.
E a relação com o presidente?
A relação com o presidente foi profissional, e ambos queríamos que o Sporting vencesse. Mas algumas questões de comunicação entre nós não correram da melhor forma, e isso foi público, não adianta muito estar a esconder.
É verdade que num dia saiu de Alvalade a pensar que tinha sido despedido, e no dia seguinte o presidente disse-lhe que tinha percebido mal e que continuava à frente da equipa?
Sim, é verdade.
Mas não foi o único, porque anos mais tarde sucedeu o mesmo com Jorge Jesus. A que é que lhe soube a conquista da Taça de Portugal, quando a sua saída do Sporting era o segredo mais mal guardado em Portugal?
Soube-me muito bem, e não foi porque achasse que estava a ser feito algo nas minhas costas.
Mas nessa altura já sabia que não ia continuar no clube...
Não me preocupava que estivesse a ser cozinhado alguma coisa nas minhas costas, porque não era algo que eu controlasse, e tenho uma forma de estar que faz com que não perca energia com aquilo que não controlo. Mas voltando à questão, a que é que me soube? Conquistámos um título muito importante para o clube, após alguns anos sem o conseguir; e o grupo esteve desde a primeira hora com o clube e com o treinador, e foi capaz de oferecer uma tarde memorável aos adeptos, num jogo que foi um bocado como as montanhas-russas. Para a equipa técnica foi muito importante passar do Estoril para o Sporting, e vencer um título importante.
O Sporting mudou muito?
A realidade era muito diferente. O Sporting,hoje em dia,tem uma capacidade financeira ao nível dos outros clubes, naquela altura os investimentos de Benfica e FC Porto eram muito superiores.
Os portugueses que treina
Estar no estrangeiro e ser treinador de jogadores portugueses causa algum constrangimento face ao restante grupo de trabalho?
Não causa, mas não vou esconder que é preciso ter um cuidado especial quando se contrata um compatriota, seja jogador ou para outra função qualquer. É fundamental que conheçamos bem essa pessoa, mesmo sabendo que a questão da adaptação é relevante. Mas a margem de erro deve ser reduzida.
O escrutínio é maior...
Quando contratamos, o cuidado tem de ser abrangente, e não só para quem é português. Mas quando se trata de alguém do nosso país queremos ter quase a certeza de que vai correr bem. Terá de ser um tiro certeiro, se assim posso dizer.
A propósito, o Fulham fez um grande negócio com a transferência do João Palhinha para o Bayern...
Foi um dos melhores negócios da história do clube. Nos últimos três anos, desde que cheguei aoFulham,além dos resultados obtidos demos uma volta enorme, em todos os aspetos, não só na dinâmica de equipa, mas também na relação com a massa adepta, que estava muito em baixo. E acabámos com o estigma doFulhamser considerado um clubeiô-iô,porque não conseguia ser constante, ao mais alto nível, no futebol inglês. Hoje é reconhecido como um bom clube dePremierLeague. Essa foi, claramente, a nossa maiorvitóriamas, naturalmente, queremos mais.
Relativamente às vendas...
Nos últimos dois anos quebrámos os recordes de vendas do clube: primeiro com oMitrovicpara o futebol árabe, e depois com o João Palhinha, que tínhamos adquirido por um preço razoável para o futebol inglês, para oBayern.
Regresso improvável
Está no seu horizonte um eventual à regresso ao futebol português?
Neste momento, será muito difícil. Não descarto de todo, sou português com muito orgulho, é aqui que estão as minhas raízes. Mas a nossa Liga deveria ter outra capacidade, porque temos tudo para sermos mais fortes, há jogadores e treinadores de qualidade, mas teríamos de ter mais adeptos nos estádios. No futebol é quase impossível prever o que irá acontecer. Mesmo que nós planeemos a nossa carreira, e a minha carreira foi planeada para poder estar onde gosto muito de estar, onde sinto prazer e onde me desafio diariamente, não posso dizer que daqui a dois ou três anos continuarei naPremierLeague. Tenho contrato com oFulham,estou satisfeito com o que temos vindo a fazer, e querendo mais para a minha carreira dentro do futebol inglês, acho realmente difícil voltar.
O futebol português
Acompanha com atenção, naturalmente, o nosso campeonato onde tem havido uma mudança geracional na classe dirigente. Crê que isso pode ter implicações positivas no nosso futebol?
Acredito que sim, espero bem que isso aconteça, porque embora as rivalidades façam parte do futebol, é preciso que sejam sãs. Depois, se fora daquele momento do jogo, todos se agregarem e lutarem por aquilo que é o objetivo maior, o futebol português terá muito a ganhar com isso. Não quero dizer com isto que quem estava não fez algo pelo futebol, porque muitos deles fizeram até muito, à sua maneira. Mas eu acredito que pessoas que tenham a capacidade de ver mais além do que só um jogo ou um campeonato, vão ser decisivas e podem ajudar muito o futebol português. Olhando para outras questões, que têm muito mais a ver com os direitos televisivos e todas essas coisas, se calhar é preciso que percebam que podem perder alguma coisa agora, para dividir com os outros, mas daqui a 10 anos o nosso futebol vai estar muito melhor.
Acha que essa mentalidade vingará?
É difícil, porque a ambição e o querer ganhar já hoje, o título da época, ou os títulos que estão na época, ou não perder capacidade financeira para apostar na próxima temporada, pode levar a que levar a que a decisão de abdicar de algo não vá por diante. Mas se daqui a dez anos o futebol português estiver melhor, de certeza que os três grandes também estarão, até a nível internacional. Pensar desta forma se calhar não é fácil, e eu também compreendo porquê, mas viríamos a estar todos mais fortes, enquanto futebol português, e enquanto clubes.
Marco 'inglês'
Com qual destas duas frases se identifica mais? A primeira é de BillShankly,que foi o autor do Liverpool ganhador que conhecemos, e que dizia que «o futebol não é uma questão de vida ou de morte, é muito mais do que isso». A segunda pertence a Arrigo Sacchi, que diz que «o futebol é a coisa mais importante das coisas menos importantes da nossa vida...»
Sem dúvida com a segunda. Eu não considero o futebol, de todo, algo de vida ou de morte, é óbvio que é um exagero o que está na frase, e nós conseguimos perceber porquê, já que muitas vezes usamos a expressão «este jogo é de vida ou de morte», não devendo ser entendidos literalmente. Mas identifico-me muito mais com a segunda. O futebol é claramente a coisa mais importante das nossas vidas, mas a seguir a todas as outras que são realmente importantes, que são questões familiares, questões de saúde, e todas as outras coisas que são muito importantes para todos nós.
Como é que passa os tempos livres, que presumo que não sejam muitos, em Inglaterra?
Não são muitos, e todos os tempos livres que posso direciono para a família. Quando estou com a equipa técnica, por exemplo ao jantar, estamos quase sempre a ver futebol. O último jogo foi o Dinamarca-Portugal...
Devem ter ficado com menos apetite.
Sim, ficámos, ficámos. Naturalmente estávamos a ver e a torcer por Portugal, e eu estava, ao mesmo tempo, também a acompanhar um jogador meu que joga na Dinamarca, que é o Anderson.
Anderson, a quem devemos estar gratos, porque marcou o autogolo nasegunda-mão, emAlvalade...
Sim, foi infeliz, foi infeliz...
Tem a família consigo em Londres?
Não, a minha filha já está na faculdade em Portugal, e naturalmente a minha filha mais nova também.
Mora perto do centro de treinos doFulham?
Sim, moro numa zona bem perto deFulhame Chelsea, próxima do centro de treinos e deStamfordBridge.
Londres tem 14 milhões de habitantes. Consegue andar pela cidade sem ser reconhecido, a ponto de a coisa se tornar desagradável e intrusiva?
Londres é uma cidade um bocadinho diferente. É uma cidade internacional, onde que podem estar treinadores de futebol daPremier,ou jogadores, mas ao mesmo tempo, na outra rua estão a passar atores de Hollywood e outras personalidades mundiais, de diferentes quadrantes. Não vou dizer que não reconhecem na rua, mas não é tanto como em Portugal, é completamente diferente. O peso de um resultado positivo ou negativo não impede ninguém de sair à rua. É óbvio que, naturalmente, como profissionais de futebol, os jogadores, e os treinadores têm de ter algum cuidado e perceber como adeptos sentem as derrotas e as vitórias de forma diferente. Mas na pressão na vida social há uma forma de estar diferente.
As leis do jogo
Concorda com as alterações à lei do fora-de-jogo propostas porArsène Wenger?
Tenho acompanhado, e com algumas delas concordo.Wengeré uma pessoa por quem tenho um respeito enorme, foi muito importante no futebol inglês, com um impacto tremendo, quando chegou. É óbvio que a entrada do José Mourinho, depois, equilibrou a situação e tivemos três grandes figuras:Wenger,Mourinho e Ferguson.Wengerestá a usar tudo aquilo que é a sua capacidade de pensar o jogo, e de ver um bocadinho mais além. Vamos ver o que é que sairá dali, para depois termos uma ideia mais acertada e mais sobre aquilo que poderá ser feito.
Se esta lei do fora do jogo, comoArsène Wengerquer que seja, vingar, os treinadores vão terquerepensar a sua forma de defender?
Sim. Teráqueser novamente pensada. Houve algumas questões que foram muito importantes, ao longo dos últimos anos. Eu lembro-me perfeitamente de como o jogo mudou quando deixou de ser permitido o atraso para o guarda-redes. A evolução na velocidade foi tremenda, além de apelar à capacidade dos guarda-redes de terem de decidir de outra forma, e ao mesmo tempo convocando a capacidade de pressão. Antigamente a bola era passada ao guarda-redes e as equipas reposicionavam-se. Havia sempre um escape quando surgia alguma pressão. Nós, naPremierLeague, naturalmente temos o VAR, mas nas primeiras eliminatórias de algumas Taças, quando vamos jogar a clubes da 4ª Divisão, da 3ª Divisão, há muitos jogos sem VAR. E a nossa abordagem, em muitas bolas paradas, em muitos momentos de alinhamento defensivo, sem a mudarmos completamente, passamos a ser muito mais cautelosos. Quando temos VAR arriscamos mais, somos mais assertivos, não temos tanto receio, porque além de acreditarmos naquilo que é o trabalho do auxiliar, ainda há o VAR depois para ver. E o fora-de-jogo é algo que é ou branco ou preto, sem grandes dúvidas. Acredito que com todas essas alterações de que se fala teremos de adaptar novamente e arranjar formas de sermos mais competentes em termos defensivos.
O futebol, um dia destes, vai precisar de tirar um jogador, ou seja, deixar de ser 11 contra 11 e passar a ser 10 contra 10? Porque cada vez há menos espaços para jogar. E além disso, também vê que seja possível tornar as substituições ilimitadas?
Eu não gostava das substituições ilimitadas e se vierem a acontecer, acredito que quem tomar essa decisão irá fazê-lode modo a queo jogo não pare tanto tempo. Mudou-se das três para as cinco e em termos de pausas do jogo, são as mesmas, o que é importante. Como disse há pouco, é óbvio que teremos todos de nos adaptar. Francamente, não gostaria muito de entrar com 11 e mudar 10 jogadores, porque acredito que as rotinas são importantes. A nível do treino não iria mudar muito, mas teria de haver uma adaptação muito grande. Em relação a jogar-se com menos jogadores, aceito que o espaço é cada vez mais reduzido. Sem dúvida nenhuma. Mas cada vez mais, hojeem dia,no treino, se tenta trabalhar com esse espaço bem reduzido para que a tomada de decisão seja mais difícil, mais rápida, e muito mais sob pressão, para haver depois um 'transfer' para aquilo que é o jogo. Gosto muito do futebol 11 para 11.
Leia a primeira parte da entrevista:
Falar com Marco Silva sempre foi fácil, o treinador do Fulham é de natureza cordata, e sabe o que diz. Difícil é que ele esteja disposto a falar, por isso é que a entrevista que se segue é, segundo o próprio, apenas a segunda, de fundo, que concedeu em mais de 13 anos de carreira.
José Mourinho, de Istambul, fez questão de enviar uma mensagem de ‘irmão mais velho’ a Marco Silva, que traduz a admiração que sente pelo técnico, de uma geração abaixo da sua, que o precede em número de dias na Premier League.