«Mal de mim se precisasse de uma vitória…»

Benfica-FC Porto «Mal de mim se precisasse de uma vitória…»

NACIONAL07.04.202322:18

Depois de tanto se aventar sobre a possibilidade de Sérgio Conceição poder abandonar o FC Porto antes do final de contrato (que acaba em junho de 2024), após ter chegado ao banco do clube em 2017/18, o triunfo dos dragões esta sexta-feira na Luz (2-1), no clássico da 27.ª jornada da Liga, diante do Benfica, poderá ter enterrado a discussão pública sobre o futuro do treinador no banco nos tempos mais próximos, uma questão que não preocupa o técnico.

«Se o Sérgio Conceição treinador precisava desta vitória? «É a minha sexta época, neste clube é sempre importante ganhar: damo-nos mal com os empates e as derrotas. Foi… um jogo importante do campeonato. Quanto ao resto, o presidente [Pinto da Costa] já comentou. Por isso, nem vou comentar mais, acho que não fica bem. Mas mal de mim se dependesse de uma vitória. Agora, o mais importante é a equipa descansar, e depois preparar o próximo jogo. Desejo-vos uma boa Páscoa a todos», foi como Sérgio Conceição, na sala de imprensa do Estádio da Luz, ‘arrumou’ o tema da sua continuidade ou saída do banco do FC Porto sem se alongar muito mais, ao contrário da concordância revelada quanto à importância, para vencer, de os dragões terem ganha a maioria das denominadas ‘segundas bolas’ no jogo.

«Diria que isso limitou um dos pontos fortes do Benfica, sim. O Benfica é uma equipa que gosta de ter bola. Tem dinâmica em posse muito interessante, alas exploram bem corredor central, Rafa sempre irrequieto a procurar o tal espaço que o meta confortável, conheço-o bem, pois foi meu jogador no SC Braga. Manter o Benfica longe da nossa área era importante, e conseguimo-lo», disse Conceição, sem esquecer os atributos que gostou de ver aos seus.

«Agressividade, pressão alta, intensidade no jogo. Vejam a capacidade e inteligência do Pêpê para acompanhar o Grimaldo, em vez de ser o segundo avançado. O Galeno já está mais habituado a isso [tarefas defensivas, também]. Os médios, foram, importantes, também: Grujic e Matheus mais posicionados na frente dos centrais. E a tal ‘segunda bola’ fundamental no jogo: o Benfica iria criar-nos perigo, se acontecesse. Em todos os momentos do jogo foi importante a concentração e a dedicação», sublinhou Sérgio Conceição aos profissionais da informação, recordando os pontos perdidos pelos dragões noutros jogo ante rivais teoricamente mais acessíveis na presente Liga.

«Com o G. Vicente, também sabíamos o que tínhamos a fazer, mas ‘aquilo’ descambou! Tal como diante do Rio Ave. Devíamos ter tido sempre essa consistência em todos os jogos», foi a observação do técnico portista, a fazer contas de cabeça aos pontos que o FC Porto deixou pelo caminho neste campeonato ante rivais que lutam por outros objetivos que não o título, e que fazem com que, mesmo vencendo na Luz, a sete jornadas do fim do campeonato estejam ainda a sete pontos do líder, o Benfica, na classificação.

E se após a vitória do Benfica no clássico da 1.ª volta no Dragão (1-0) Sérgio Conceição enfatizara ser «o FC Porto a melhor equipa do campeonato, mais se reforça, na sua ótica, essa sensação, não fosse a regularidade do Benfica.

«Foi numa fase precoce da Liga que disse isso. Mas nesse jogo, da primeira volta, pelo menos até à expulsão do Eustáquio, achei que naquele jogo tínhamos sido melhores do que o Benfica. E esta sexta-feira voltámos a sê-lo. Mas vale pouco: estamos a sete pontos ‘deles’, o que é sinal de que alguma coisa não correu bem. A pouco e pouco, durante o campeonato, fomos percebendo onde podíamos melhorar a equipa. Os jogos teoricamente mais acessíveis podem ser aqueles onde teoricamente complicamos mais, se não formos uma verdadeira equipa», foi a análise que deixou.

Por último, questionado sobre o estado de João Mário, que após ter saltado do banco de suplentes, se lesionou e teve de ser substituído, interrogado sobre se o lateral-direito/extremo adaptado já estava bom ou melhor, Sérgio Conceição fechou a conferência de imprensa na Luz com uma incógnita: «João Mário não está bonzinho: está mais ou menos».