Lúcio Rocha: «Vencer o campeonato é o maior objetivo para 2024»
A viver «momentos incríveis», o ala do Benfica faz mira ao único troféu nacional que lhe escapa e diz que as águias reúnem condições que as deixam «mais perto de ganhar uma competição europeia». Convocado pela primeira vez à Seleção A, conta que soube do anúncio através de uma mensagem de Bruno Coelho e já sonha com o Mundial: o objetivo é ajudar a equipa a lá chegar.
Onde é que se encontrava e como soube que tinha sido convocado para a Seleção Nacional A?
—Estava em casa quando soube da convocatória. O Bruno Coelho mandou uma foto para o grupo e deu-me os parabéns. Rapidamente abri a foto, que mostrava que tinha sido convocado.
— Bruno Coelho e Afonso Jesus, seus colegas no Benfica, também foram convocados. Pediu-lhes algum conselho sobre a Seleção?
— Não propriamente. É algo de que falamos inúmeras vezes ao longo do ano, então sei que algo de bom me espera.
— Desde que foi anunciada a convocatória, já falou com o selecionador Jorge Braz? O que é que ele lhe disse?
— Ainda não tive oportunidade de falar com o mister depois da convocatória, porém, estive com ele no Kosovo, onde disputámos a Ronda de Elite da UEFA Futsal Champions League, e foi muito bom trocar algumas palavras com ele.
«Assusta que tudo esteja a acontecer depressa, mas trabalhei para isso, lutei de corpo e alma»
— No dia 10 de setembro foi campeão europeu de sub-19 e considerado o melhor jogador da prova. Agora, foi convocado para a Seleção A. Assusta-o o facto de tudo isto estar a acontecer demasiado depressa?
— Estão a acontecer momentos incríveis na minha vida, uns atrás dos outros, e em pouco tempo. Esses dois com certeza estão guardados em lugares especiais no meu coração. Assusta estar a acontecer muito depressa, mas foi algo para o qual trabalhei a minha vida toda e lutei de corpo e alma para quando estes momentos chegassem conseguir encará-los e dar tudo de mim.
— Por ser campeão europeu e pelo estatuto alcançado no decorrer daquela competição, sente uma pressão extra para corresponder às expectativas?
— Sinto-me um privilegiado por ser convocado para a nossa Seleção A. É a melhor seleção da Europa e do Mundo, que não perde há sete anos. Além de ser um privilégio, também é uma grande responsabilidade e não estarei a pensar dessa forma. Irei para corresponder da melhor maneira a tudo o que me for pedido pelo mister e respetiva equipa técnica, ajudando os meus companheiros de equipa com tudo o que puder e aprender com todos eles.
— Poder participar no Mundial do próximo ano é um sonho ou, agora que foi convocado à Seleção, passou a ser um objetivo?
— A nossa vida é comandada pelos sonhos e depois implementamos objetivos. No meu caso sempre foi um grande sonho jogar um Campeonato do Mundo pelo meu país. Olhando para esse sonho, o meu objetivo é conseguir ajudar a equipa a qualificar-se e depois regressar nos estágios seguintes, sempre acompanhado desse sonho.
— O que o diferencia dos restantes jogadores e o que pode acrescentar ao jogo da Seleção?
— Julgo que sou um jogador versátil, tanto jogo num sistema de 3-1 como de 4-0, sou rápido, bom no 1x1 ofensivo e defensivo, percebo o jogo e dou tudo de mim dentro de campo, dou o que posso e não posso pelo bem da equipa.
— Que aspetos é que ainda precisa de melhorar?
— Posso responder em tudo. Dia após dia aprendo coisas e melhoro, nem que seja 0,1 por cento. Ao conviver e defrontar diariamente jogadores de grande experiência, vejo que preciso de melhorar mesmo naquilo em que me considero bom, de forma a chegar ao nível que pretendo.
— Olhando para as gerações mais novas, existem muitos Lúcios Rochas a poder despontar no futsal português. Identifica algém?
— Sim. O nosso futsal desenvolve cada vez mais jovens atletas com potenciais tremendos. Apesar de não acompanhar assim tanto os escalões jovens, destacaria o Afonso Mourinha, do Benfica, e o Diogo Pereira, do Caxinas. São dois miúdos com muitas capacidades e potencial para chegar às equipas principais dos seus clubes e à Seleção. Destacaria também o Pedro Marques, emprestado pelo Benfica ao Fundão. Tem muitas características semelhantes às minhas e igualmente um potencial tremendo.
— Vê algum dos seus companheiros de Benfica ou da Seleção como inspiração?
— Claramente! Não só os mais velhos, mas também aqueles pouco mais velhos do que eu. Muitos deles são uma inspiração para mim, pela sua forma de jogar, pela sua forma de ser e pela sua trajetória até aqui.
— Em relação ao clube, o Benfica qualificou-se invicto na Ronda de Elite para a final four da UEFA Futsal Champions League. É já esta época que cumpre a meta de vencer uma competição europeia pelo Benfica?
— Espero que sim, que seja esta época que essa meta se realize, para mim e para os meus companheiros de equipa. É uma competição muito bonita e importante, que todos querem ganhar. Estando bem, motivados e cada vez mais unidos, estamos mais perto de ganhar uma competição europeia.
— E vencer o campeonato? O que tem faltado ao Benfica nos últimos anos para ganhar a competição?
— Vencer o campeonato nacional é o que mais quero. É algo que o Benfica tem de conquistar para estar no top e é o troféu que ainda não tenho. Não vencemos há alguns anos e, após termos vencido os outros três troféus nacionais em 2023, é o nosso maior objetivo para 2024.
— 2023 foi o ano de afirmação do Lúcio Rocha ou o melhor ainda está por vir?
— Está a ser um ano bonito até aqui. Estou a atingir os meus objetivos, mas o melhor ainda está por vir. Ainda posso dar muito mais e, no que depender de mim e com a ajuda dos meus companheiros, ainda virá ao de cima um Lúcio melhor.