AF Porto Lixa: Sim, senhora presidente
Natopatologista, professora do primeiro e segundo ciclos, gerente de um centro de estudos e, desde o passado mês de junho, também presidente do Lixa. Luciana Monteiro decidiu avançar para o novo cargo por uma questão de paixão. Assume-se como uma lixense de gema e «não podia deixar cair o clube num vazio», razão que foi determinante para dar este corajoso passo.
Clube da freguesia de Vila Cova da Lixa, concelho de Felgueiras, o Futebol Clube da Lixa foi fundado em 1934. A equipa de futebol, a grande modalidade do clube, andou pela antiga segunda divisão, tem participações recentes no Campeonato de Portugal, mas a realidade atual é a Divisão de Elite Pró-Nacional da AF Porto. Com poucas receitas e contas para pagar, chegou o dia em que ninguém avançou para a presidência, o que levou Luciana Monteiro a dar o passo. «Sou uma adepta do clube desde sempre, por influência do meu pai, que me levava ao futebol desde pequenina. Fiquei com o bichinho e fui acompanhando o Lixa durante estes anos todos. No ano passado entrei para os órgãos sociais como vice-presidente e assumi também a pasta de diretora e massagista do futsal. Com a saída da Direção, o clube caiu num vazio, houve várias assembleias gerais e nunca surgiu fumo branco. Até que, na última AG, decidi avançar. Deixei toda a gente falar, a presidente da mesa incentivou várias pessoas a assumir e como ninguém se mostrou disponível decidi então dizer sim», explica.
Nada foi planeado, jura. «Nem programa tinha. Fiz alguns telefonemas para pessoas que gostava que estivessem ao meu lado e assim nasceu a nova Direção. Estava cansada da indefinição e foi esse desgaste que me moveu, além da paixão especial pelo clube», continua, salientando o «forte impulso» que recebeu «de todos os sócios, «em especial» das mulheres. «De início notei alguma desconfiança, mas depressa tudo foi encarado com normalidade. A presidente da mesa também é uma mulher, Cláudia Marques. E houve também outra pessoa importante neste processo, Paula Sousa», reconhece.
Luciana Monteiro já estava a par de uma parte dos temas relacionados com a gestão do clube, mas os primeiros passos como presidente mostraram que há muito trabalho a fazer. «As responsabilidades são grandes. Por vezes pensamos estar a fazer o correto e mais tarde verificamos que a decisão foi errada. É esse o meu maior receio: passar de bestial a besta», assume, sem rodeios.
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