José Mota sente que tem condições para continuar no Farense
José Mota, treinador do Farense. Foto: LUSA

José Mota sente que tem condições para continuar no Farense

Treinador do Farense na sala de imprensa do Estádio São Luís, após a derrota (0-1) da sua equipa frente ao Arouca

José Mota, treinador do Farense, acredita que tem condições para dar a volta à situação, depois da sexta derrota dos algarvios no campeonato, agora com o Arouca. O treinador admite que o momento é complicado, mas sente que os seus jogadores têm «fibra» para mudar o cenário.

«Sou uma pessoa direta. Se não sentisse [ter condições para continuar], a primeira pessoa com quem tinha de falar era com o presidente. Se eu não tivesse um jogo em que os meus jogadores fizeram tudo para que as coisas fossem diferentes, se eu sentisse que a equipa não tinha alma, seria o primeiro a perceber isso. Sei que são seis derrotas, eu também nunca tive seis derrotas seguidas, com tudo isto a gente bate de frente e pensa que é um momento extremamente difícil. É, mas isto é para homens. Tínhamos cinco mil adeptos nas bancadas e sinto um orgulho grande em perceber que tenho de fazer tudo o que está ao meu alcance para mudar isto. Os meus jogadores são de fibra e estão a construir essa fibra. Vieram 18 jogadores novos, de todos os cantos do mundo, mas é com estes que temos de ir para a luta», manifestou o treinador.

No final, houve muita contestação e José Mota aceita esse sentimento por parte dos adeptos do Farense. «Aceito o descontentamento. Quem perde seis jogos, os sócios não podem estar contentes. Eu também não estou contente com estes resultados. Compete-me saber porque é que acontecem. Hoje aconteceu porque não fizemos golos. Porque também temos tido azares com lesões. Não foi um jogo mal conseguido, só foi mal conseguido porque não fizemos golos. Dominámos muito o adversário, na segunda parte então foi muitas vezes sufocante. Para aquilo que criámos, temos de fazer golos», referiu.

Sobre o jogo, José Mota sentiu que o resultado poderia ter sido diferente. «Sabíamos o que valia o jogo, quer para nós, quer para o adversário. O adversário entrou menos ansioso e nós tivemos algumas dificuldades, devido a alguma ansiedade, em ter o controlo do jogo, um posicionamento mais adequado, melhor receção e melhor passe. Tudo isso fez com que essa ansiedade se apoderasse cada vez mais da equipa. O adversário teve mais bola, soube circular melhor, talvez por ter jogadores mais experientes e melhor conhecimento da I Liga. Foi uma equipa mais madura, nesse aspeto», começou por dizer.

«Para piorar essa situação, aconteceu o golo – com mérito do adversário –, na sequência de um escorregão, de um ressalto, e numa transição em que deixámos o adversário ser feliz no remate. Na segunda parte, estivemos melhor em todos os aspetos, obrigando o adversário a ser uma equipa mais recuada. Tentámos por todos os lados, as alterações deram mais agressividade, tivemos três ou quatro chances muito boas, o guarda-redes fez duas ou três defesas. Tudo isso contrariou o que pretendíamos», continuou.

«Os jogadores mostraram uma dedicação enorme, um grande querer, trabalharam muito e acho que merecíamos um resultado diferente. Estamos tristes e frustrados, os meus jogadores não mereciam este resultado, mas é o futebol. Temos de perceber que foi um resultado mau, mas em termos de atitude não posso apontar nada aos jogadores», realçou.