Jogo da Taça da Confederação Africana adiado devido a conflito político... gerado por camisola

Pormenor na camisola da equipa visitante levou a que partida entre USM Alger e RSB Berkane fosse adiada

A primeira mão das meias-finais da Taça da Confederação Africana está a gerar polémica e foi até mesmo adiada. O USM Alger, da Argélia, iria receber o e RSB Berkane, de Marrocos, no domingo, mas o encontro não aconteceu devido a um conflito político gerado, nada mais nada menos, que por um detalhe na camisola que o Berkane levaria a jogo.

A equipa marroquina, RS Berkane, tinha planeado jogar com uma camisola que inclui uma zona do Saara Ocidental, inserido no mapa de Marrocos.

Foi este detalhe que gerou a polémica. O território em questão é cerca de 80% controlado por marroquinos, mas, ao mesmo tempo, é reivindicado por independentistas saarauís da Frente Polisário, um movimento político-revolucionário que é a favor da autonomia do território do Saara Ocidental. A Argélia, por outro lado, apoia a Frente Polisário, considerando o território independente. Esta questão chegou mesmo a levar ao rompimento de relações diplomáticas entre Argélia e Marrocos.

À chegada do aeroporto de Argel, na Argélia, na sexta-feira, a equipa do Berkane ficou retida durante várias horas pelas autoridades argelinas e, segundo informações do L'Equipe, as camisolas em questão chegaram mesmo a ser confiscadas. A Confederação Africana de Futebol (CAF) autorizou a equipa marroquina a jogar com as suas camisolas, mas estas continuaram confiscadas pelas autoridades argelinas.

O Berkane recusou-se a jogar com outras camisolas, como declarou o presidente do clube, Hakim Benabdellah: «Não haverá debate sobre este assunto. Não haverá jogo sem camisolas com o mapa completo do Reino de Marrocos», citado pelo meio de comunicação social marroquino Hespress. O clube deixou, esta segunda-feira, nas redes-sociais uma fotografia do mapa em questão com a mensagem: «Obrigado ao povo marroquino, da querida Tânger à querida Lagouira, pela solidariedade com a nossa equipa».

Por outro lado, o presidente da federação argelina, Wafi Sadi, anunciou que tencionava levar o caso ao «tribunal internacional do desporto» e ainda completou que a posição da federação «é clara» e que «não vai recuar e está pronto para tudo». O clube também comunicou que foi «submetido a uma campanha de bloqueio» e lamentou a «recusa da equipa adversária em entrar em campo para disputar a partida».

Dada a polémica e o facto de o Berkane não ter jogado por não ter camisolas, a CAF emitiu um comuinicado onde afirmou que «o assunto será remetido aos órgãos competentes». «A CAF pede desculpas por qualquer inconveniente causado aos nossos patrocinadores, parceiros de televisão e adeptos», completou.