«Jogo com o Benfica acaba por ser a imagem da minha época»
Nuno Moreira, do Casa Pia, foi um dos protagonistas do triunfo dos gansos sobre os encarnados, no sábado; recusa colher os louros e aponta o mérito a um plantel coeso e equilibrado
Nuno Moreira tem sido um dos expoentes máximos da surpreendente temporada que o Casa Pia tem realizado e reforçou essa realidade com uma exibição de destaque no triunfo face ao Benfica (3-1), que constituirá um dos pontos altos da sua carreira profissional. Algumas horas passadas e já a frio, o extremo reconhece a A BOLA a importância do momento. «Acho que este jogo acaba por ser a imagem da minha época, porque jogámos contra uma equipa grande, fizemos um grande jogo e toda a gente acabou por ser valorizada», afirmou, feliz.
Nuno já havia marcado a Sporting, FC Porto e SC Braga e faltavam os encarnados na sua lista de vítimas – o extremo agiganta-se nos jogos grandes e confessa adorar disputá-los. «Acho que tem a ver com a forma como os jogos são jogados, acaba por ir de encontro às minhas características porque são jogos em que tem de se decidir bem, pensar mais rápido, há espaço mas é um espaço concedido pela equipa adversária, e acabo por encontrá-lo mais nestes jogos também», explica o futebolista de 25 anos.
Formado em Alcochete ao lado de Daniel Bragança, Rafael Leão, entre outros
Nuno Moreira dá-se bem com os ares da capital – em destaque no Casa Pia, viveu anos felizes no Sporting, onde se formou e passou 12 anos, partilhando o balneário com futebolistas do calibre de Daniel Bragança, que se mantém de verde e branco, Rúben Vinagre (contratualmente ligado aos leões e cedido ao Legia Varsóvia), Tiago Djaló (FC Porto) ou Rafael Leão (AC Milan). Ainda assim, é natural do Norte do país e mais concretamente de Espinho, onde regressa sempre que pode e onde o espera a sua família e o seu pai, Lázaro Moreira, que recorda os milhares de quilómetros percorridos.
«Bons tempos, saudades deles, muitos craques juntos, boas viagens de autocarro aos sábados, durante anos…do Norte eram também o Luís Esteves (capitão do Nacional), o Miguel Luís, o Tomás Silva, o Luís Maximiano, o João Oliveira (Leixões) ou o Pedro Mendes, grandes amigos dele ainda hoje», recorda, com um sorriso.
O atacante tem sido destaque em Pina Manique, mas recusa colher os louros. «Não sou só eu, mas também todos os meus colegas, o treinador, o staff, o clube em si também… estamos muito contentes com o que fizemos no sábado», declarou Nuno Moreira, que realça não apenas a vitória sobre o Benfica como também a temporada até ao momento protagonizada pelos gansos, sextos classificados da Liga e que não são derrotados para esta competição desde a deslocação ao Estádio do Dragão, na 12.ª jornada, perante o FC Porto (2-0).
De agosto até à atualidade, apenas os dragões e o Sporting conseguiram levar de vencido este super Casa Pia cujo segredo, identifica o seu camisola 7, está na coesão. «Acho que o segredo é a união entre nós, treinadores e staff, e nossa equipa ser muito equilibrada. Tendo várias opções para várias posições, isso acaba por ajudar muito aquele que é o trabalho do treinador porque se não está um, está outro a ajudar a equipa e toda a gente está muito focada no processo», declara ainda.
«Acaba por ser por aí, por termos uma equipa muito equilibrada», completa o atacante, que em termos numéricos vive a época da sua carreira – oito golos e cinco assistências em vinte partidas – e é, por via disso, um dos jogadores do momento neste campeonato, sendo alvo de diversas abordagens, tanto de Portugal como do estrangeiro, pelo seu concurso. O Casa Pia, ainda assim, espera continuar a valorizar o seu ativo e rentabilizá-lo no final da temporada.