Recorda os primeiros passos na equipa principal do Benfica ao lado de Rúben Amorim, agora técnico do Sporting; assume o «vazio» por não ter jogado ainda uma temporada completa no clube do coração
João Cancelo chegou ao Benfica em 2007/08 oriundo do Barreirense. Completou a formação no clube da Luz e chegou a fazer parte da equipa principal encarnada, onde partilhou balneário com ilustres figuras do universo encarnado. Nesta parte da entrevista a A BOLA, o jogador que está emprestado ao Barcelona fala sobre a importância do Benfica na sua vida, recorda os primeiros tempos nos séniores e fala do objetivo de regressar no futuro.
- A data 25 de janeiro de 2014 diz-lhe alguma coisa?
- Estreia na Seleção?
- Nesse dia estreou-se como jogador profissional pelo Benfica. Recorda-se de algum momento?
- Foi em Barcelos, mas não me recordo de muito mais. Quando represento o Benfica, represento a minha família. Há muita coisa em jogo e é um sentimento muito forte. Tudo o que o Benfica fez por mim, para eu chegar a este patamar, vou agradecer-lhe para o resto da minha vida. Tenho um vazio por não ter jogado uma temporada no clube, mas acho que esse momento poderá chegar e vou estar disponível. Espero muito voltar ao Benfica, é o clube do meu coração, seria um prazer, no futuro, representar este grande clube.
- O João Cancelo jogou a lateral-direito nesse jogo com o Gil Vicente e no meio-campo estava o Rúben Amorim…
- Sim, disso lembro-me. Tinha 17 anos e eu quase sempre treinava-me com a equipa principal. Nunca ia aos jogos, mas estava lá. Cheguei a treinar com Aimar, Saviola, era uma equipa recheada de talento e aprendi muito. O Rúben sempre teve esse foco de ajudar os mais novos. Quando cheguei àquele balneário, ele sempre tentou ajudar-me. Nessa altura, eu tinha a cabeça um bocado dividida, até porque venho de uma zona mais complicada. Era um miúdo que sempre viveu e jogou, parte da minha vida, na rua e ele sempre tentou meter-me juízo na cabeça. É uma pessoa top, das pessoas mais engraçadas com quem partilhei balneário e está a fazer um trabalho extraordinário no Sporting.
- Provavelmente, irá tirar o título de campeão ao seu Benfica…
- Espero que não, quero que o Benfica ganhe, mas o Sporting vai dar muita luta. Tem jogadores fenomenais, aquele meio-campo composto pelo Morita e o Hjulmand é muito bom. Sou fã do Marcus Edwards, o Gyokeres é um ‘animal’.
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- Como viu, recentemente, a goleada de 0-5 sofrida pelo Benfica frente ao FC Porto, no Estádio do Dragão?
- Prefiro não falar disso, doeu-me bastante. Eu vibro com o Benfica quando ganham e fico triste quando perde.
- Na sua experiência como jogador é fácil ultrapassar essas goleadas sofridas?
- Na minha vida desportiva, nunca perdi muitas vezes por goleada. Perder já me custa e se for por goleada então será ainda mais difícil de digerir. Um clube como o Benfica e com os jogadores de qualidade que tem já ultrapassaram isso. Estão nos quartos de final da Liga Europa, que acho que tinha de ser um objetivo do clube e espero que cheguem o mais longe possível na competição. O Benfica é o único clube que me deixaria nervoso por jogar contra. O Estádio da Luz diz-me muito, ainda que só tenha jogado pelo Benfica em amigáveis. Sempre que vou lá como adepto ou pela Seleção arrepio-me.