Sevilha Isco quebra silêncio e acusa: «Agarrou-me pelo pescoço»
Depois de quase uma década vinculado ao Real Madrid, Isco mudou-se para o Sevilha, no verão de 2022, com grandes expetativas. Acabou por viver uma das piores fases da carreira e, ao fim de quatro meses estava a assinar a rescisão. Tudo devido a um confronto com Monchi, na altura diretor desportivo do clube andaluz.
«Aconteceram muitas coisas, algumas por culpa minha, outras nem tanto», começou por confessar o médio espanhol, de 31 anos, numa extensa entrevista ao jornal Marca, justificando a decisão de assinar pelo Sevilha depois de terminar contrato com o Real Madrid: «Julen Lopetegui e foi um dos treinadores com os quais tive melhor rendimento. Tinha ofertas de Itália, mas achei que o Sevilha era um bom passo para a minha carreira. É uma grande equipa, estava na Liga dos Campeões, Lopetegui era o treinador…»
… até deixar de o ser. O técnico espanhol (passou pelo FC Porto entre 2014 e 2016), foi despedido no início de outubro.
«Depois da saída de Lopetegui comecei a notar coisas estranhas. Chamaram o meu empresário para tratar da minha saída sem falarem previamente comigo. Fui ao encontro de Monchi e disse-lhe: ‘Não sei o que está a passar-se, se querem ficar comigo ou não. Basta seres sincero comigo e tratamos de tudo sem problemas’.»
«Depois dessa conversa, Monchi começou a dizer que era eu que queria sair, algo que não era verdade. Todos os dias chamava o meu advogado para tratar da rescisão. Fui falar com ele de novo: ‘Não estás a ser sincero comigo nem com as outras pessoas. Eu quero ficar e tudo dizes que quero sair’. Foi aí que se deu o conflito», recordou.
«Disse-lhe que era a pessoa mais mentirosa que tinha conhecido no mundo do futebol e ele agrediu-me. Veio em direção a mim, agarrou-me pelo pescoço, pegámo-nos e tiveram de nos separar. Depois disso não podia continuar num clube em que o diretor desportivo me agride e ninguém se pronuncia ou pede desculpa. Nem pela agressão, nem pelas mentiras. Abdiquei do contrato e saí.»
De Jorge Mendes, seu representante, chegou uma proposta de contrato do Union de Berlim, válido por seis meses com opção de renovar. «A equipa estava a fazer um bom campeonato, participavam na Liga Europa, o contrato era bom e o projeto tinha pinta. Aceitei. Viajei para a Alemanha, tirei fotografias e combinámos fazer exames médicos no dia seguinte. Foi quando me disseram que não conseguiram inscrever-me para jogar a Liga Europa. Mais tarde informaram-me que o valor não era o que tinha sido proposto e que também seria inferior no ano opcional. Foi então que recusei. Fui com muitas expetativas e em 15 minutos mudaram metade do contrato. Foi uma falta de respeito.»
Isco treina-se, desde então, sozinho à espera da melhor proposta: «Um projeto que posso ter continuidade, uma equipa que queira jogar um futebol com estilo apoiado, divertido. Já ganhei tudo e estou num momento da minha carreira em que quero desfrutar. (…) Nunca vou dar prioridade ao dinheiro. Tenho e tive muitas propostas do Catar e da Arábia Saudita, com grandes ordenados, mas quero jogar, competir e divertir-me.»