Gungodan despede-se com um repto: «Não acreditam, perguntem ao Rúben Dias» (vídeo)

Manchester City Gungodan despede-se com um repto: «Não acreditam, perguntem ao Rúben Dias» (vídeo)

INTERNACIONAL26.06.202318:31

‘Adeus’ emotivo de Ilkay Gungodan do Manchester City, clube que representou nas últimas sete temporadas e do qual agora se despede, com 14 títulos, para rumar ao Barcelona.

«Quando cheguei aqui pela primeira vez, era um jovem sem filhos e com muitos sonhos. É difícil, até para mim, acreditar, mas saio sete anos depois como um pai que realizou todos os sonhos», escreve o médio alemão, de 32 anos, numa extensa carta publicada no The Players Tribune. Carta para uma despedida «agridoce», pois deixa o Ethiad com estatuto ao alcance de muito poucos: «Quantos futebolistas podem despedir-se como capitães de um triplete?»

Triplete que ficou completo com a conquista da Liga dos Campeões, troféu inédito na história do clube e uma «obsessão» na carreira de Gundogan. Mas… «esta temporada deu-se um clique»: «Sabia que íamos conseguir e não falo só da Champions. A Premier League, a Taça de Inglaterra, tudo! Semana após semana senti que tudo se alinhava de forma perfeita. Mesmo quando no campeonato estávamos dez pontos atrás do Arsenal. Já tínhamos uma equipa com uma base sólida com jogadores como De Bruyne, Kyle Walker, John Stones, Phil Foden, Bernardo Silva ou Ederson, mas juntas figuras como Halland e Jack Grealish e ficas com outra vantagem.»

«Nunca vivi nada assim. Foi o balneário mais unido onde estive», escreve, apontando o exemplo: «Sou uma pessoa bastante reservada e demoro tempo a abrir-me com os outros. Mas o melhor desta equipa é que nos sentíamos confortáveis a brincar uns com os outros, independentemente da pressão que vivíamos. Nos treinos jogávamos 5x2 na área e o que mais gostava era de gozar com Rúben Dias. Sempre que eu fazia um bom treino ele chamava-me Zidane e eu respondia: ‘Não, não. Hoje fui Pirlo. Amanhã voltarei a ser Zidane.»

«Com a relação que tínhamos no balneário, tinha a confiança de que podíamos vencer sempre que entrávamos em campo. Quando confias realmente nos teus colegas de equipa, podes simplesmente jogar, sem medo, sem pensar demasiado, e a magia pode acontecer. Talvez por isso tenha feito tantos golos decisivos esta temporada», descreve, antes de usar Rúben Dias para um repto: «E para aqueles que não acreditam, sim, quis fazer aquela jogada contra o Everton. Tenho um pouco de técnica. Perguntem ao Rúben!»

Neste extenso relato de sonhos concretizados, garante que «nada teria sido possível sem Pep Guardiola». «Foi um dos telefonemas mais difíceis que fiz a informá-lo que ia embora. Só podia agradecer, não só por esta temporada, não pelos troféus, mas por me ter ido buscar para jogar no City», recorda, numa referência à lesão grave que contraiu no Dortmund na época antes de se mudar para Manchester: «Disse-me para não me preocupar porque não mudava nada. Cheguei aqui a coxear e saio a voar nas nuvens. (…) Acho que ele entende a minha decisão. Estou seguro de que vou ajudar o seu clube de infância. E espero poder reencontrá-lo numa final da Champions.»