O MISTER DE A BOLA Gestão vitoriosa
Vítor Vinha analisa o triunfo do Benfica sobre o Moreirense
1. Surpresas
Roger Schmidt surpreendeu ao operar várias mudanças na equipa inicial do Benfica. Apenas Alexander Bah, João Neves e David Neres mantiveram a expectável titularidade. As integrações de Samuel Soares, Tomás Araújo, Morato, Carreras, João Mário, Kokçu, Tiago Gouveia e Arthur Cabral foram inesperadas. Apesar das várias alterações, o Benfica preservou a sua estrutura de jogo, alternando entre 4x2x3x1 no ataque e 4x4x2 na defesa. Perante o Moreirense - sensação do campeonato, que apresentou um sistema espelhado ao dos encarnados, tanto a atacar como a defender- o Benfica assegurou uma vitória justa
2. Golos e 'clean sheet'
Não sempre foi um jogo bem conseguido pelos encarnados. Particularmente na primeira parte, a procura incessante pela profundidade traduziu-se em várias perdas de bola e dificultou a construção de jogadas com princípio, meio e fim. No entanto, aos 18 minutos, um contra-ataque bem delineado por Kokçu e Tiago Gouveia resultou no golo inaugural, assinado pelo turco - o mais rematador. O 1-0 trouxe alguma estabilidade e, posteriormente, Tomás Araújo, num canto, e Rollheiser, com uma movimentação astuta, ampliaram a vantagem. Com o decorrer do encontro, o Benfica aumentou a intensidade e poderia ter marcado mais golos, cumprindo assim o principal objetivo.
3.Oposição dos cónegos
O Moreirense, em pleno Estádio da Luz, notabilizou-se por momentos de superioridade em termos de posse de bola. Com qualidade e personalidade, os ónegos conseguiram transpor a pressão dos encarnados por diversas vezes. Todavia, faltou-lhes criatividade no último terço do terreno, destacando-se uma jogada primorosa de Alanzinho que, após receber entrelinhas e desafiar a fileira defensiva encarnada, rematou ao poste. Faltou algo mais.
4. Benfica Campus
O grande destaque vai para a formação do Benfica, que utilizou ao longo do jogo oito jogadores formados no Benfica Campus. A resposta não poderia ter sido melhor. Tiago Gouveia, eleito como homem do jogo, rentabilizou todos os minutos, concretizando duas assistências e protagonizando um slalom, finalizado com um remate perigoso. Samuel Soares, sempre com um sorriso nos lábios, enfrentou alguns apertos na construção, mas o jovem guarda-redes demonstrou grande personalidade e segurança. Diogo Spencer, 19 anos - 11 de Benfica – debutou na equipa principal. Tomás Araújo, sólido a defender, estreou-se a marcar na equipa principal, assinando o 2-0. Morato exibiu-se a bom nível; Florentino e António Silva deram o seu contributo na segunda metade. João Neves confirmou ser um dos melhores médios da liga, e como um dos indiscutíveis titulares de Schmidt. É bom ver um clube com a dimensão do Benfica, apesar do substancial investimento em contratações, ter nas suas fileiras tantos jogadores de grande craveira oriundos da formação.