Crystal Palace «Gastos do Chelsea inflacionam mercado a todos na Premier League»

Campeão da Europa e do Mundo por França enquanto jogador, Patrick Vieira, treinador do Crystal Palace, da Premier League, não teve dúvidas em concordar que os valores do mercado praticados pelos ‘blues’, - que venceram a equipa que orienta por 1-0, e nos quais alinha, por empréstimo do Atlético de Madrid (Espanha) até final da época o português João Félix – estão a levar a um aumento generalizado nas transferências e nesta janela do mercado de janeiro.

«Os gastos do Chelsea no mercado afetam os preços de todos os clubes da Premier League, pois inflacionam o mercado», disse a antiga glória francesa dos relvados e treinador dos londrinos aos jornalistas, citado na ITV, após o clube presidido pelo norte-americano Todd Boehly ultrapassar a fasquia dos €400 M na presente época em reforços.

A contratação do ucraniano Mykhaylo Mudryk ao Shakhtar Donetsk, por €70 M (aos quais podem acrescer mais €30 M de bónus por objetivos), já no corrente mês, foi a última cartada para reforçar o plantel às ordens de Graham Potter, num mercado de inverno em que o campeão do Mundo de clubes já tinha garantido, neste mês de janeiro, recorde-se, Benoît Badiashile, Andrey Santos, David Dato e Fofana… além de João Félix.

Estrelas que se somam às que chegaram a Stamford Bridge no verão de 2022, como o avançado internacional inglês Raheem Sterling, mas também Kalidou Koulibaly ou Marc Cucurella.

«De uma maneira geral, todos os negócios ficarão mais caros, por efeito de arrastamento. Os clubes de outros países já estão a pedir um preço mais elevado por jogadores, uma vez tratando-se o interesse de clubes ingleses», foi o alerta de Patrick Vieira, antigo médio, para a ‘bolha inflacionista’ oriunda de Inglaterra e com ‘epicentro’ no Chelsea (mas longe de ser exclusiva dos ‘blues’).

«Este enorme investimento do Chelsea nada facilita aos outros clubes. Quando um clube da Premier League vai ao mercado, a outro país que não o Reino Unido, e tenta trazer um jogador, será muito mais difícil para essa equipa de Inglaterra, pois o clube potencial vendedor pressupõe que o padrão de gastos e poder aquisitivo do eventual clube comprador… é o mesmo do Chelsea. Eles estão num nível diferente do Crystal Palace, e temos de o aceitar», ressalvou, na sua reflexão, Patrick Vieira.

«Podemos ser realmente inteligentes e trabalhar de forma diferente para encontrar jogadores que se encaixam na maneira como queremos jogar. Olhem para os futebolistas que trouxemos para o ‘Palace’: Marc Guéhi, Michael Olise, Cheick Doucouré. É claro que não estamos no mesmo patamar de mercado do Chelsea, mas ninguém nos pode impedir de tentar atingir êxito, também, como a eles», disse Vieira.

Ainda assim, reconhece que o dinheiro não ganha jogos nem o nome do clube nas camisolas vence jogos por antecipação: lá dentro, são onze de cada lado. campo.

«Sim, por isso nos tentámos bater de igual para igual com o Chelsea, e tentaremos fazer o mesmo diante do Man. United. Mas o que está a suceder com os gastos destes clubes [inflação], atenção, é positivo para a Premier League. Nós… pois só temos de, em campo, competir com as armas e a qualidade que temos, ambição e os nossos valores», concluiu Patrick Vieira.