Caso de alegado racismo do antigo treinador de Nice e PSG tem feito correr muita tinta em França e começa agora em tribunal
Começou esta sexta-feira, no Tribunal Judicial de Nice, o julgamento de Christophe Galtier, treinador francês que está acusado de assédio moral e discriminação com base na pertença ou não pertença, verdadeira ou suposta, a um grupo étnico, a uma nação, uma suposta raça ou uma religião específica. O caso começou com acusações de antigos e atuais jogadores e funcionários do Nice, clube que Galtier, atualmente no Al Duhail (Catar), orientou em 2021/22.
De acordo com as revelações do L'Equipe, Christophe Galtier foi alvo de vários testemunhos de antigos jogadores do Nice e de membros da equipa técnica
Segundo Fédéric Gioria, antigo adjunto de Galtier, o treinador referia-se aos argelinos como «sujos» e pretendia tirar todos os muçulmanos da equipa, incitando-os também a não cumprirem o período do Ramadão. Já Hachim Ali Mbaé, analista de vídeo do Nice, garantiu que o treinador se referiu a dois defesas do Saint-Étienne, Harold Moukoudi e Michael Nadé, como ‘King Kongs’, acusação que Galtier, em tribunal, confirmou.
«Hesitei entre ‘cão de caça’ e ‘King Kong’. Utilizei esse termo porque, para mim, King Kong significa força e pujança. Não há outra conotação sem ser essa, não está relacionado com a cor ou raça do jogador», explicou o técnico, que arrisca três anos de prisão e uma multa que pode ir até aos 45 mil euros.