Boavista «Força João, acredito em ti!»
João Gonçalves, 22 anos, é o guarda-redes de quem o universo boavisteiro fala e em quem deposita toda a fé. A começar por Petit, que na última época o começou a lapidar, experimentando-o em quatro jogos e preparando-o para um futuro agora inevitavelmente acelerado pela rotura do ligamento cruzado anterior do joelho direto de César.
«É com ele que vamos contar e com os dois meninos», confirmou este domingo o treinador da pantera, referindo-se ainda a Tomé Sousa, «que tem 16 aninhos», e a Luís Henrique, 18 anos, «que na época passada era júnior».
O jogo com o Benfica assume-me, portanto, como uma prova de fogo para João Gonçalves, mas tranquilizem-se os espíritos mais inquietos, o miúdo tem qualidade para defender a grande história do Boavista, garante-o Alfredo Castro, 60 anos, nome maior no Bessa, um luvas de ferro que ali acumulou 302 jogos e depois aperfeiçoou os keepers que lhe passaram pelas mãos.
«Não esperávamos que fosse tão depressa, mas tenho a certeza que vai dar conta do recado. Acreditamos que dá todas as garantias. Já fez cinco jogos, um na Liga, pode faltar-lhe ainda maturidade e experiência, mas se está no Boavista é porque tem valor. Agora é só uma questão de oportunidade e ter também uma pontinha de sorte», afirma o mítico Alfredo a A BOLA, despertando recordações: «O João faz-me lembrar um pouco a minha história. Quando comecei no Rio Ave, no início dos anos 80, era difícil ser titular... [estreou-se em maio de 1982, com 19 anos, somando, na época seguinte, 28 jogos pelos vila-condenses. Foi o início de brilhante carreira].»
Mas quem é João Gonçalves? Alfredo desvenda a personalidade do jovem guarda-redes que no início do julho a SAD segurou até 2027, não lhe regateando elogios.
«É um miúdo ambicioso, muito forte, lutou muito para chegar onde chegou, quem o vê nos treinos vê alguém excecional, não vira a cara a nada. Agora só precisa de jogos, porque a dor do erro no jogo é diferente da dor do erro no treino e é essa dor que nos faz crescer. Não podemos querer que seja já um Bracali ou um Diogo Costa, mas acreditamos que tem todo o potencial para ser um guarda-redes de primeira», manifesta Alfredo, fazendo questão de, através de A BOLA, deixar uma forte mensagem ao seu antigo pupilo: «Porque sei que ele vai ler, permita-me que diga: Força João, acredito em ti!»