Força do Vitória só se viu depois do calcanhar pisado
Grande exibição do Estoril terminou ao 2-0 e depois da expulsão de Holsgrove; grande alma do Vitória de Guimarães depois disso: soube o que tinha a fazer, fê-lo bem e venceu por 3-2.
Aos 20 minutos o Estoril já estava a vencer por 2-0 e não era surpresa nenhuma. O V. Guimarães não conseguia ligar o seu jogo e os visitantes, pelo contrário, recuperavam a bola com rapidez e partiam para o ataque com muito critério, tendo Rafik Guitane a liderar a criatividade a meio-campo e beneficiando de uma estranha zona de ninguém que parecia existir entre a defesa e os homens do meio-campo vimaranense. Heriberto Tavares e Cassiano completavam um trio muito perigoso e que durante a primeira meia-hora colocou a ideia do jogo mais perto do 3-0 para o Estoril do que outro resultado diferente.
Porém, aos 39’ sucedeu o lance que mudaria quase tudo nesta partida. Querendo pressionar alto, Holsgrove pisou o calcanhar de Manu Silva numa entrada pelas costas do adversário. Lance sem sentido, displicente de Holsgrove; talvez mais desastrado. A expulsão abalou de forma irremediável a confiança da equipa. O Vitória subiu linhas e começou a atacar mais e melhor, com João Mendes e Tiago Silva na liderança, e o Estoril recuou e recuou.
Depois do intervalo, recuou mais ainda. Confiando em demasia na vantagem de 2-0, a equipa de Vasco Seabra deu completamente a iniciativa ao Vitória, ofereceu-lhe tudo, sem mais conseguir aproximar-se da baliza de Varela com verdadeiro perigo. Pequenos fogachos, mas que não assustaram e permitiram ao Vitória marcar o primeiro e segundo golos, com mérito, sabendo ser inteligente na procura dos espaços, sem se deixar levar pela ansiedade. As entradas de Nélson da Luz e e de Safira foram determinantes. O corredor esquerdo ganhou vida e o ponta de lança ofereceu referência na área; e foi Safira quem ganhou penálti e converteu o golo da vitória, já no final da partida. Vitória justa do Vitória. Mas este jogo teve várias caras...