Florentino: «Chamam-me polvo porque…»
Médio somou o 100.º jogo pela equipa principal e faz uma viagem ao passado; mas também fala do jogo com o Inter
Florentino celebrou, com o Famalicão, o «feito memorável» de ter jogado pela 100.ª vez pela equipa principal do Benfica. «Se olhar para trás vejo que o tempo passou muito depressa, ainda ontem era uma criança aqui no Benfica Campus atrás dos sonhos. Sonhava fazer um jogo pela equipa principal e já alcancei a marca dos 100 jogos. Para mim, é memorável», contou à plataforma BPlay, do Benfica.
O médio de 24 anos recuou à estreia, com o Nacional, a 10 de fevereiro de 2019, num jogo da 21.ª jornada, que ficou marcado, sobretudo, pela goleada de 10-0 aplicada pelos encarnados, então treinado por Bruno Lage, aos madeirenses. Nesse jogo, Florentino entrou aos 62 minutos para o lugar de Andreas Samaris.
«Foi um jogo que ficou na memória de todos os adeptos, conseguimos um resultado histórico em casa contra o Nacional. Lembro-me de que estava na expectativa de entrar e ao intervalo já esperava estrear-me porque o resultado estava favorável [3-0]. Quando vejo o mister chamar-me para entrar, tinha chegado o momento que tanto desejei. Vou logo a correr e fico a olhar para o estádio e para aquela quantidade de gente. Entrei, houve logo um lançamento, creio que do André Almeida, que me passou logo a bola na primeira jogada. O primeiro toque saiu bem e fiquei logo aliviado e pensei: ‘Agora o jogo vai correr bem’», partilhou.
Florentino sabia que poderia chegar ao jogo 100 pelas águias contra o Famalicão, mas acrescenta que «o objetivo principal era ganhar». «Conseguimos ganhar e ganhar bem, frente aos nossos adeptos. Fazer os 100 jogos em casa é muito bom», acrescentou.
O médio foi questionado sobre a alcunha que ganhou na Luz. «Chamam-me polvo por causa dos desarmes e interceções durante o jogo. É uma das características mais fortes do meu jogo, claro que cada jogador tem as suas características, complementamo-nos e é por isso que somos uma equipa. Não jogamos individualmente, jogamos coletivamente. Sempre tentei, desde a formação, entender muito do jogo, captar tudo o que os misters diziam, ficar atento aos detalhes. Um jogador da posição 6 precisa de equilíbrio para atacar e defender, tem de estar alerta em todas as situações porque, maioritariamente, o jogo passa por ele. Tento sempre antecipar, pensar um pouco à frente para estar no lugar certo», conta.
O balanço do caminho percorrido no Benfica é muito positivo: «Foi um percurso muito bonito e longo, desde os infantis. Recordo-me de que quando entrei no Benfica ainda era defesa-central, passei para lateral-direito quando mudei para futebol 11 e houve um jogo, penso que nos iniciados A ou B, que não tínhamos médios defensivos, estavam lesionados, e o mister perguntou-me se queria jogar a médio. Respondi: ‘Claro, quero é ir lá para dentro’. Joguei a médio, correu tudo bem e consigo perceber que, ao longo deste tempo, todas as situações que vivi contribuíram para que fosse o jogador que sou hoje. Isso é muito bom.»
A finalizar falou do duelo com o Inter, da Liga dos Campeões, quarta-feira, na Luz. «A nossa expectativa é a mesma de sempre: honrar o emblema que levamos ao peito e entrar com a maior ambição, para ganhar», rematou