FIFA atrasada no pagamento total do FIFA Fund
FIFA (Foto Imago)

FIFA atrasada no pagamento total do FIFA Fund

NACIONAL16:28

Fundo foi criado para compensar jogadores que não receberam os salários devido ao encerramento dos clubes onde jogaram; estarão mais de três milhões de euros em falta no total; 35 jogadores em Portugal afetados

A FIFA ainda não cumpriu com o pagamento do quarto período de candidaturas ao FIFA Fund, que já foi aprovado em setembro de 2023.

Os três primeiros períodos foram pagos, mas o atraso deste quarto pagamento já motivou o Sindicato dos Jogadores de Portugal (SJ) a acionar o seu Fundo de Solidariedade, para apoiar financeiramente os 35 jogadores que representa.

«A situação é muito má», disse Joaquim Evangelista, presidente do SJ, em comunicado: «o Sindicato português representa 35 jogadores que tiveram a sua candidatura aprovada no quarto período do FIFA Fund, num montante global concedido de aproximadamente 234.600 euros.»

Um desses jogadores é Hélder Baldé, atualmente no Atlético, na Liga 3, que é afetado pelo atraso do salário desde a época 2019/20, tal como contou, citado pelo SJ: «Quando estava ao serviço do Desportivo das Aves, fiquei sem receber o meu salário, rescindi com justa causa e pedi o apoio do SJ. Fui informado do mecanismo de solidariedade que a FIFA criou e solicitei esse apoio. Em fevereiro deste ano a FIFA disse que iria pagar e até hoje não pagaram nem respondem aos emails que tenho enviado. Sinto-me injustiçado e espero que esta situação se resolva em breve.»

Situação global chega aos milhões de euros

Já esta semana, a BBC reportou que cerca de 420 jogadores em todo o mundo aguardam este pagamento do FIFA Fund, que totaliza 3,7 milhões de euros.

Este fundo foi criado em 2020, após um acordo entre a FIFA e a FIFPRO (sindicato internacional dos jogadores de futebol), para ajudar atletas que ficassem sem salário por causa do encerramento dos clubes que representavam.

No entanto, a BBC também explica que este atraso pode estar relacionado com o diferendo atual entre a FIFA e a FIFPRO devido à sobrecarga do calendário futebolístico, nomeadamente devido à introdução do novo Mundial de Clubes, com 32 equipas, e da expensão do Mundial para 48 seleções.