Espanha Federação marca AG extraordinária para analisar beijo do presidente a jogadora
O beijo na boca do presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Luis Rubiales, a Jenni Hermoso na entrega das medalhas de campeãs do mundo de futebol continua a motivar duras críticas ao dirigente e a RFEF anunciou a marcação de uma Assembleia Geral extraordinária para sexta-feira, às 11 horas, que pode ditar a queda de Luis Rubiales.
«Com base nos acontecimentos ocorridos durante a cerimónia de entrega do troféu do Mundial Feminino, conquistado pela seleção de Espanha no último domingo, em Sidney, informa-se que foram abertos procedimentos internos da Federação no que respeita a questões de integridade», lê-se na nota da RFEF, após todas as pressões e a queixa de Miguel Galán, presidente da Escola de Treinadores de Futebol de Espanha, ao Conselho Superior dos Desportos por conduta sexista e ato impróprio de Rubiales. Foi também de Galán a queixa que afastou da presidência da RFEF Angel Villar, mas por corrupção.
Ontem, Pedro Sánchez, Primeiro-ministro de Espanha, recebeu a equipa no Palácio da Moncloa e não foi brando no discurso. Minutos antes, o chefe de governo tinha cumprimentado Luis Rubiales de forma muito fria e naquele momento deixou claro que as desculpas do presidente da RFEF na véspera não são suficientes.
«As jogadoras da seleção feminina fizeram tudo para ganhar, mas é verdade que houve alguns comportamentos inaceitáveis, que mostram que no nosso país ainda há um longo caminho a percorrer em termos de igualdade, respeito e igualdade de direitos para as mulheres. As desculpas não são suficientes. O Sr. Rubiales deve continuar a tomar medidas para esclarecer o que vimos», disse, sendo que a AG foi marcada após as palavras do Primeiro-Ministro.
A condenação a Luis Rubiales é generalizada. A Associação Espanhola de Futebolistas (AEF), sindicato que já foi presidido pelo atual presidente da RFEF e vice-presidente da UEFA, pede também a destituição e faz uma advertência: «É importante sublinhar, deixando de lado qualquer questão legal, a reprovação social unânime e contundente da comunidade internacional, com as graves consequências que esta infeliz situação pode causar à candidatura de Espanha a anfitriã do Campeonato do Mundo em 2030.»