FC Porto: Villas-Boas apresenta novo diretor das modalidades

FC Porto: Villas-Boas apresenta novo diretor das modalidades

NACIONAL06.04.202411:09

Mário Santos, ex-presidente da Federação Portuguesa de Canoagem e chefe de Missão de Portugal aos Jogos Olímpicos Londres 2012, é o eleito pelo candidato pela lista B

Caso André Villas-Boas saia vencedor das eleições de 27 de abril, Mário Santos será o novo diretor-geral das modalidades do FC Porto, anunciou, este sábado, o candidato pela lista B, na sua sede de campanha, no Porto.

Com uma vasta experiência no setor desportivo, Mário Santos, de 52 anos, presidiu a Federação Portuguesa de Canoagem entre 2004 e 2013, tendo também sido membro da Comissão Executiva do Comité Olímpico de Portugal de 2009 a 2013.

Terá agora a missão de «reorganizar e expandir o universo das modalidades» dos dragões, bem como «ampliar a competitividade de todas as modalidades em atividade.»

Além da experiência no desporto, Mário Santos conta também no currículo com trabalho académico e consultoria jurídica, tendo sido membro do Conselho Geral da Universidade de Coimbra e exercido advocacia com especialização em direito desportivo. 

«Reforçar a competitividade das modalidades em atividade, incluindo nas mesmas a vertente feminina. Continuar a aposta no desporto adaptado com a mesma ambição. Integrar novas modalidades, promover a importância da prática desportiva. Caro Mário: tudo isto, e não só, pede um FC Porto que se levante. Que continue a ganhar, a crescer, a formar e ser exemplar. Eu e todos os sócios assim vamos exigir», sublinhou Villas-Boas.

Após o discurso inicial do candidato às eleições, Mário Santos tomou a palavra: «Quero agradecer ao André [Villas-Boas] por me desafiar e por esta proposta que me apresenta. Participar neste processo é uma honra e fonte de motivação. Não vou invocar a minha qualidade de portista para aceitar este desafio. Só pode ter sucesso quem sabe o que é ser Porto. Temos oito modalidades. Ou seja, modalidades coletivas, individuais, profissionais e amadoras. O FC Porto, ao longo da sua história, tem no seu palmarés muitos títulos em muitas modalidades, nacionais, europeus, mundiais e até olímpicos. Mas só temos uma campeã olímpica, a extraordinária Fernanda Ribeiro. A única atleta que temos classificada para Paris é também uma mulher, a Angélica André, que se classificou de forma brilhante.»

Desporto feminino

«A importância do papel das mulheres no FC Porto e na sua história, o papel das modalidades nunca é demais enaltecer. Reforçar a aposta na formação, no aumento da prática desportiva e na autossustentabilidade das mesmas, mas sem perder a capacidade de lutar por títulos. Queremos também reforçar o ecletismo, com mais modalidades. Nem todas contam com a vertente feminina. Lacuna que urge colmatar com a inclusão nas modalidades já existentes. Implementar igualdade de género é importante, até pelo papel social que o FC Porto desempenha.»

Centro de alto rendimento para as modalidades

«Já sinalizámos a implementação do futsal e há mais modalidades sinalizadas, sempre tendo em atenção a sustentabilidade. Não podemos ser um clube de casa às costas. Os atletas não precisam de estádios e de um pavilhão com bancadas, mas precisam de um Centro de Alto Rendimento, como o futebol. A existência de um pavilhão com valências multidisciplinares é um sinal dessa estratégia. Não podemos ficar reféns de políticas do passado. Exige resposta ágil, para atrairmos praticantes. Temos de reforçar uma organização e um sistema que permita o evoluir dos atletas e das equipas de forma sistemática e consistente. Não podemos viver de casualidades ou geração espontânea, ou política pura e dura de contratar atletas com medalha ao peito. Temos de incorporar os objetivos, de forma consciente. Objetivos a definir antes da preparação, assumidos como comuns. Implementar este projeto de forma consistente.»

Canoagem

«Quando cheguei à Federação Portuguesa de Canoagem, que sempre teve a sede no Porto e tem a sua grande força a Norte, era uma Federação que tinha um atleta olímpico, estava tecnicamente falida e foi possível, em oito anos, transformar a canoagem numa modalidade falida com seis caiaques na melhor modalidade nos Jogos Olímpicos de 2012. Obtivemos quatro finais nesses jogos e a única medalha da missão portuguesa, com Fernando Pimenta e Emanuel Silva. Fruto desse trabalho, somámos inúmeras medalhas durante campeonatos do Mundo, campeonatos olímpicos. Isso era impensável há uma dúzia de anos. Foi nesse processo que se criou uma residência universitária para acolher atletas do género. Foi assim que nasceu o CAR de Montemor-o-Velho. É o local de treino preferencial de todas as nossas equipas, alberga competições internacionais do mais alto nível. Tudo isto registado na evolução dos atletas, através de parceria com a Universidade de Coimbra.»