FC Porto: os detalhes da renegociação da dívida

NACIONAL21.08.202408:30

Processo terá taxas de juro mais interessantes; mais uma promessa eleitoral de Villas-Boas, que pretende baixar os 500 milhões de euros herdados neste campo; negociações avançadas com a banca internacional terão grande efeito

O extenso e complexo processo de retoma financeira por parte do FC Porto tem avançado de forma célere desde que André Villas-Boas tomou posse como presidente da SAD a 28 de maio. Por fases e nos timings considerados mais adequados, os novos responsáveis azuis e brancos tentam corrigir erros cometidos pela Administração anterior, sobretudo na última década. O cenário que encontraram foi um cenário paupérrimo, mas graças a toda a equipa que socorreu para salvar o clube do abismo, em grande parte ao Chief Financial Officer (CFO) Pereira da Costa, os problemas tendem a ser ultrapassados.

Numa primeira fase, a Administração tratou da grave situação de falta de liquidez, pagando ordenados em atrasos aos funcionários do clube, depois virou-se para cumprir os pressupostos financeiros que não colocassem em causa o fair-play da UEFA e a possibilidade de a equipa ficar fora das competições europeus, negociando com imensos credores que batiam e batem diariamente à porta do Dragão. Agora avançou-se para a renegociação da dívida, que está nos 500 milhões de euros, tal como lembrou André Villas-Boas na inauguração da casa do FC Porto em Ponte da Barca.

Está em marcha um plano para que esse número astronómico, acumulado ao longo sobretudo da última década, sofra uma redução substancial a breve trecho. Nesse sentido, A BOLA sabe que o FC Porto está já a negociar a dívida com os principais bancos internacionais que têm estado envolvidos em operações de financiamento de sociedades desportivas, seguindo o exemplo do que fez o Real Madrid, Barcelona e Sevilha, São operações complexas e morosas, em que as entidades bancárias estruturam financiamentos e colocam-nos junto de investidores institucionais, junto de fontes de pensões e seguradoras. São denominadas operações de mercado que se têm vindo a fazer com sucesso.

A intenção dos portistas passa por ter menos custos com juros. A anterior Administração liderada por Pinto da Costa negociou parte do denominado papel comercial com taxas de juro na ordem dos 7/8 por cento, mas alguns financiamentos foram acima dos 10 por cento, valores considerados demasiado elevados e que, naturalmente, acarretam pagamentos elevados durante um longo período.

André Villas-Boas anunciou novidades nesta matéria em claro benefício dos dragões e pretende anunciá-las publicamente ao universo azul e branco nos finais de setembro. O caminho é sinuoso neste campo, mas a SAD está convencida de que há uma luz ao fundo do túnel. Esta é mais uma promessa prestes a ser cumprida por parte de André Villas-Boas.