FC Porto: Câmara da Maia garante que só houve desmatação nos terrenos da academia
Manuel Afonso apresentando a nova Academia (Foto: FC Porto/X)

FC Porto: Câmara da Maia garante que só houve desmatação nos terrenos da academia

NACIONAL06.04.202412:51

Autarquia explica que não houve movimentação de terras

A Câmara Municipal da Maia garante que os trabalhos realizados nos terrenos destinados à futura academia do FC Porto destinaram-se apenas a desmatação da área.

Contactado pela agência Lusa, o vereador Mário Nuno Neves assegurou que «não houve qualquer suspensão de trabalhos, porque, pura e simplesmente, não havia trabalhos de movimentação de terras, mas, e como confirma o registo de ocorrência da Polícia Municipal, a limpeza de matos».

O autarca explicou ainda que foi feita uma denúncia, «imediatamente após a apresentação do projeto», a 28 de março, tendo, de seguida, pelo que foi solicitado «à Polícia Municipal e aos serviços de arqueologia da autarquia que averiguassem e agissem em conformidade». «Confirmaram que não havia trabalhos nenhuns, apenas a limpeza de mato. A Polícia Municipal nem levantou nenhum auto, apenas fez o registo da ocorrência», acrescentou.

De referir que o Património Cultural, instituto público, ordenou a suspensão imediata de trabalhos nos referidos terrenos, com base num parecer da Comissão de Coordenação Regional do Norte (CCDRN), que sustenta que «cerca de 2/3 da área total da 'Unidade de Execução' está abrangida por um 'Perímetro de Proteção Arqueológica'», no qual «já foram identificados quatro monumentos megalíticos e várias áreas de dispersão de materiais de superfície, correspondentes ao uso e ocupação do espaço durante o Neolítico, Calcolítico e Idade do Bronze».

Fonte oficial da CCDR-Norte, igualmente contactada pela Lusa, confirmou ter dado «conhecimento ao Instituto Público do Património Cultural (IPPC) – entidade a quem cabe autorizar ou suspender intervenções em zonas arqueológicas inventariadas, assim como trabalhos arqueológicos – das informações de que dispõe sobre movimentações de máquinas nos terrenos em apreço», acrescentando ainda que «mantém, no exercício das suas competências, a disponibilidade para uma cooperação institucional e técnica com o Município da Maia, a respeito do projeto urbanístico em causa».

Em comunicado divulgado na véspera, o FC Porto também garantiu que os trabalhos, iniciados com a empresa A.B.B., foram de desmatação, «sem qualquer movimentação de terras».

«A desmatação é uma condição essencial para, no âmbito do Pedido de Autorização para Trabalhos Arqueológicos (PATA), se avançar para os trabalhos arqueológicos e se cumprir todas as recomendações da Câmara Municipal da Maia e da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte», acrescentou o comunicado, garantindo que o FC Porto e os autores do projeto «estão empenhados no cumprimento de todas as medidas de proteção do património arqueológico».