Estrela da Amadora: Bucca trouxe centímetros e marcou pontos para o futuro
Leonel Bucca, do Estrela da Amadora (à direita), celebra com Kikas um golo apontado na Liga portuguesa de futebol. Foto; Maciej Rogowski/Imago.
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Estrela da Amadora: Bucca trouxe centímetros e marcou pontos para o futuro

NACIONAL31.03.202416:49

Argentino estreou-se como titular frente ao Sporting e até marcou o golo dos tricolores; trouxe altura e consistência à equipa, mas continua a não ter o seu lugar garantido na equipa

Na última sexta-feira, o Estrela da Amadora não conquistou pontos mas parece ter ganho uma opção: Sérgio Vieira optou pelo efeito surpresa e lançou no onze titular dos tricolores o reforço de janeiro Leonel Bucca: com a inclusão do argentino no alinhamento inicial, o Estrela contou com um perfil diferente encostado a uma das alas, porém diferente de Léo Jabá, um extremo na verdadeira aceção da palavra, e saiu a ganhar com o arrojo dessa escolha.

Bucca coroou a sua estreia a titular com um golo, obtido num lance de insistência no qual o médio pôde carimbar, com um mergulho de cabeça, um remate da sua autoria que havia embatido no poste depois de ter sido mais lesto que o guarda-redes contrário, Franco Israel, numa disputa pelo ar. Foi também nesse sentido que o centrocampista de 24 anos acrescentou competências ao onze estrelista, numa opção claramente estratégica da equipa técnica que quase proporcionava resultados.

O golo de Bucca visto pela perspetiva de Rúben Amorim: «Franco prejudicou-se para salvar os colegas»

Em função dos seus 1,94 metros de altura, o médio de 25 anos acrescentou centímetros ao onze amadorense e também músculo nos duelos, o que criou dificuldades ao meio-campo defensivo sportinguista, nomeadamente devido à menor apetência do ala direito dos leões, Geny Catamo, para os despiques físicos.

Se o moçambicano acrescentou vertigem ofensiva e ajudou Francisco Trincão para que o lado direito tivesse sido o flanco mais do Sporting na Reboleira, sempre que foi obrigado ao duelo pelo ar, sentiu dificuldades. Uma situação que levou a estrutura sportinguista, especialmente no primeiro tempo, a readaptar-se – algo que, sublinhe-se, conseguiu fazer com sucesso. Ainda assim, a opção de estrear Bucca como titular compreendeu-se e surtiu o seu efeito.

Após o encontro, Sérgio Vieira justificou a sua escolha em função da versatilidade que o sul-americano pode oferecer, não apenas neste encontro como em oportunidades futuras: «O Bucca tem vindo a crescer taticamente, com mais relações de espaço e de equipa e menos relações diretas, e é um jogador que na Argentina fez diferentes posições. Fez extremo, fez avançado até, jogou a 10, a 8…é um jogador que tem essa versatilidade.»

Frente ao Sporting, o argentino contratado nesta reabertura de mercado aumentou sobremaneira o seu pecúlio de minutos somados com a camisola tricolor: afinal, desde a sua chegada tinha acumulado 112 minutos, distribuídos por sete partidas, e apenas na receção aos verdes e brancos contabilizou 71 minutos, até que foi rendido por Pedro Sá. Com o golo apontado, o primeiro desde que passou a envergar a camisola do Estrela, certamente terá marcado pontos na sua caminhada.

Caminhada essa que seguirá em aprendizagem relativamente conceitos da equipa, que ainda não estão totalmente adquiridos. Desta forma, Bucca não tem garantida a sua continuidade no onze, até porque o papel que desempenhou parece ter sido circunstancial – na dupla de meio-campo, o médio de 25 anos concorre com outras opções, sendo que Aloísio e Léo Cordeiro têm alinhado com mais frequência nessa posição e merecem total confiança por parte do treinador.