Equipa à Porto, margem zero, adeptos jogam e Benfica: tudo o que disse Vítor Bruno

NACIONAL09.11.202413:09

Treinador do FC Porto fez a antevisão do jogo com o Benfica, agendado para amanhã, na Luz

— Duas equipas que chegam depois de um resultado não tão positivo. O que espera do Benfica?

— Um jogo com grau de dificuldade elevado, como todos os jogos da Luz encerram. São jogos em que temos pouco tempo para preparar, jogar ao terceiro dia novamente, a viagem que tivemos de fazer... O vínculo emocional acaba por superar os constrangimentos. Há detalhe, talento, jogos muito intensos. Temos de ser equipa à Porto e fazer o que temos de fazer para ser mais uma vitória no nosso percurso na Liga.

— Em campo vai estar também a necessidade de dar uma resposta aos adeptos face à derrota e exibição com a Lazio?

— Não jogamos para responder a ninguém, jogamos para responder a nós próprios. Ao que estamos a construir, o espírito de missão e conquista vai estar presente amanhã. Em cima de uma agonia tremenda pela forma como perdemos [contra a Lázio], a resposta que me deram 12 horas a seguir é de alguém que tem traço Porto vincado e que para mim me deixa descansado. Um grau de simbolismo mais elevado pelo adversário que é, a paixão que alimenta tanta gente. O adepto joga este tipo de jogo, sabemos que os adeptos vão estar em força e massa amanhã. Queremos um jogo consistente, sólido, para virem de sorriso na cara para o Porto. A resposta que os jogadores me deram no treino seguinte deixa-me completamente descansado.

— O facto de o Benfica ter mais 24 horas de recuperação vai ter peso no clássico?

— É sempre um constrangimento, é impossível negar. Temos de tentar que seja minimizado ao máximo. Levar para cima os processos de recuperação, tanta gente capaz de otimizar os tempos de recuperação. Filtrar ao máximo a informação a passar aos jogadores, priorizar o que é importante para nós e levar isso a treino. Canalizar o pensamento para o único desiderato de ganhar amanhã, sabendo que as condições não são as melhores. O futebol tem esta faceta mais cirúrgica, mas é o que é. Vamos lá para ganhar!

— O Benfica foi muito criticado pela estratégia adotada pelo seu treinador no jogo da Europa. O FC Porto pode aproveitar isso?

— O que se passa do outro lado diz-me pouco... No sentido de não poder controlar. É perceber o que o Benfica tem feito recentemente. É o que temos de controlar para que os jogadores estejam preparados. Golos na compensação? São momentos que nos incomodam, é perceber como aconteceu, a equipa pode ter sido traída por querer em demasia ganhar o jogo, podíamos ter sido mais reservados um pouco. Há sempre esta vontade de ganhar e a equipa é ambiciosa. Não queremos escudar-nos nas dores de crescimento, mas há questões que não podemos desprezar. Temos uma linha defensiva nova, com jogadores que chegarem nos últimos dias de mercado. Tudo isto implica alguma série de dados e variáveis que não podemos ignorar.

— Que resposta espera depois da revolta na derrota com a Lazio e que comentário lhe merecem as chamadas de Samu e Tiago Djaló às seleções nacionais?

— A revolta é canalizada para o dia seguinte, não tem a ver com o próximo jogo e com o facto de ser um adversário direto. Para nós, perder é uma agonia enorme. Os jogadores atiraram-se de forma muito séria e deixa-me tranquilo. Os jogadores chamados [às seleções] têm de perceber porque foram chamados. É a valorização de um plantel que é novo e que tem vindo a crescer. Deixa-me muito satisfeito. Estou muito contente por eles, não por mim, sobretudo por eles.

— Que margem de erro tem o FC Porto para o clássico com o Benfica?

— A margem de erro no FC Porto é sempre zero. Ganhar ou ganhar, sempre. Esta época tem dados diferentes da última, mas o campeonato tem 34 jornadas e vamos agora para a 11.ª jornada. No ano passado não foi nos jogos grandes que se decidiu o campeonato, pelo contrário. O FC Porto quer muito jogar vindo de uma derrota e temos de passar por cima disto. Tentei dar nova vida aos jogadores, fazê-los sentirem-se bem, mas olhar para o produto final antes do jogo dá mau resultado. Temos de jogar para ganhar. Depois o ganhar terá de ser consequência do que fazemos em campo.