FC Porto-E. Amadora, 2-0 Duarte Gomes analisa arbitragem de Tiago Martins no Dragão

Especialista fala num «bom trabalho» do árbitro lisboeta

O FC Porto-Estrela da Amadora jogado no Estádio do Dragão foi dirigido pelo árbitro lisboeta Tiago Martins. 

A liderar a equipa de vídeo arbitragem, na Cidade do Futebol em Oeiras, esteve Cláudio Pereira, da AF Aveiro. 

O árbitro internacional da AF Lisboa fez globalmente um bom trabalho. Assinalou mais faltas do que lhe é habitual (vinte e cinco ao todo), num jogo onde, é justo sublinhar, contou com o comportamento correto de todos os intervenientes. 

Segue análise técnica aos lances mais relevantes do encontro:

16' Kialonda Gaspar protestou gestualmente com o árbitro da partida e viu (bem) o primeiro cartão amarelo da partida. Desnecessário e evitável.

19' Pepe usou o braço direito para tentar intercetar passe, com a bola ainda assim a sobrar para Aloisio. O problema é que o jogador do Estrela não a conseguiu dominar dentro das quatro linhas, razão pelo qual nunca podia ser aplicada vantagem. Fez bem o árbitro ao sancionar a infração cometida pelo central azul e branco, caso contrário o jogo teria que recomeçar com lançamento lateral para o FC Porto (nunca pode haver vantagem quando a bola sai). 

29' Aloísio disputou lance com Galeno, levando a perna direita para a frente da sua trajetória de corrida. O contacto provocado pelo jogador do Estrela desequilibrou o adversário que vinha em velocidade, embora tenha sido evidente que este empolou (muito) a sua queda. Talvez por isso - e também porque o seu critério técnico foi sempre largo -, Tiago Martins não considerou a ação faltosa. Na sequência, o Estrela da Amadora criou muito perigo junto da área adversária, em lance que resultou na lesão infeliz de Zaidu (acabou por sair lesionado). É importante referir que a Lei 5 prevê, no capítulo relativo à «Responsabilidade dos Elementos da Equipa de Arbitragem», que nenhum árbitro e restantes colegas podem ser responsabilizados por lesões sofridas por jogadores e/ou quaisquer outros intervenientes no jogo. Na prática, não faz sentido "exigirmos" que os nossos árbitros tenham critério largo e não sancionem toques e contactos dúbios, para depois "culpá-los" pelo que decorre dessa opção pró-futebol.

34' Pepe terá deixado o braço direito para trás, atingindo de forma negligente o rosto de Ronaldo Tavares. As imagens não esclareceram totalmente a existência de infração, que com o seu habitual critério, o árbitro lisboeta não assinalou. A ter existido falta (como parece), o central azul e branco devia ter visto o cartão amarelo. 

36' Golo inaugural da partida marcado por Galeno, após assistência de João Mário. No início da jogada, Francisco Conceição partiu de posição legal (estava atrás do penúltimo defensor). Esteve bem a equipa de arbitragem ao validar o lance. 

42' Aloísio entrou a varrer, derrubando João Mário de forma bem interpretada como negligente. Esteve bem Tiago Martins ao exibir-lhe o cartão amarelo. 

44' Errou o árbitro assistente ao sinalizar pontapé de canto para o FC Porto, quando o último a tocar na bola foi claramente Galeno e não Pedro Mendes. 

50' Everton Santos derrubou, com toque por trás, Galeno. O árbitro tentou aplicar a vantagem mas como essa não se concretizou, assinalou a infração inicial. Fez bem. 

56' Segundo golo do FC Porto, da autoria de João Mário, a concluir jogada legal do ataque azul e branco. 

77' Após um ou dois ressaltos, a bola foi ao encontro do braço direito de Jorge Sánchez, que tinha os dois pés fora da sua área. O lateral mexicano não fez qualquer movimento ou gesto irregular. Lance sem infração. 

89' Pepê lesionou-se sem aparentemente ter sofrido infração de Oakley-Boothe. 

90+4' Alan Varela agarrou Bucca de forma demasiada algo ostensiva, embora longe da zona de perigo e de forma inconsequente. Talvez por isso - e porque o lance aconteceu em cima do apito final - Tiago Martins optou por não agir disciplinarmente. 

Nota 7: Bom trabalho do árbitro de Lisboa