Duarte Gomes analisa a arbitragem do FC Porto-Montalegre
Noite tranquila para Hélder Carvalho
Hélder Carvalho, da AF Santarém, deslocou-se até ao estádio do Dragão, para dirigir o FC Porto / CDC Montalegre. O jogo contou para a Taça de Portugal, prova organizada pela FPF.
O árbitro escalabitano tem apenas 30 anos de idade. É professor de educação física em Torres Novas e o único árbitro do distrito de Santarém a dirigir jogos da Primeira Liga portuguesa.
Teve pela frente uma noite tranquila, muito facilitada pelo avolumar do resultado e pela postura corretíssima de todos os intervenientes no jogo. Ainda assim, teve o mérito de não complicar, tomando decisões com serenidade, discrição e coerência.
Convém recordar que esta eliminatória ainda não conta com a presença (e apoio) da vídeo arbitragem. Felizmente essa ausência acabou por não ser relevante.
Segue análise técnica aos lances mais relevantes do encontro:
13' Danny Namaso marcou na sequência de recuperação de bola legal de André Franco (na zona intermediária) e após passe bem sucedido de Galeno. Foi o primeiro golo do FC Porto na partida.
17' Evanilson marcou o segundo para a sua equipa após excelente decisão do árbitro, que aplicou a vantagem a preceito. É que Fábio tinha derrubado Namaso no exato momento em que o inglês efetuou o passe certeiro. São pormaiores como este que, por vezes, acabam por fazer toda a diferença. Neste caso, a opção valeu um golo.
27' Douglas pontapeou a perna de Evanilson, cometendo uma infração que não foi vislumbrada pela equipa de arbitragem. O lance aconteceu perto da área da equipa visitante.
31' Danny Namaso falhou golo que parecia certo quando estava isolado na cara de Bruno Pio. O avançado inglês partiu de posição legal, apesar dos protestos pontuais de alguns adversários. Esteve bem o árbitro assistente ao nada assinalar.
44' Novo golo legal do FC Porto, com dois momentos relevantes para efeitos de análise técnica: a posição inicial de Galeno (após desmarcação de Grujic) e depois a de Evanilson, que finalizou com sucesso. Os dois estavam em jogo. Mais uma vez, foi boa a leitura efetuada pelo árbitro assistente.
47' Romário Baró foi tocado na cara pelo braço direito de Rúben Neves, que estava de costas para o adversário e não fez qualquer movimento imprudente. O contacto foi totalmente fortuito.
52' João Mário tocou na bola, desviando-a pela sua linha de baliza. O jogo devia recomeçar com pontapé de canto. O árbitro entendeu erradamente que o lateral azul e branco tinha derrubado, em falta, André Dias. Pontapé-livre mal assinalado. O lance não teve depois quaisquer consequências.
62' O FC Porto marcou novamente, em lance que a olho nú pareceu bem ajuizado: no momento do passe de Francisco Conceição, André Franco aparentou estar em posição legal (o pé direito de David, que estava colocado no centro da sua área, pareceu estar mais perto da sua linha de baliza do que o ombro inclinado do avançado azul e branco). Depois Fran Navarro, que marcou, estava colocado atrás da linha da bola. Excelente análise do árbitro assistente em lance difícil de analisar in loco.
83' Zack agarrou os calções de Namaso, incorrendo em claro comportamento antidesportivo. Não havia gestão possível para essa infração, em termos disciplinares. A falta foi bem sancionada com o primeiro cartão amarelo da partida.
89' Moura replicou a ação do seu companheiro de equipa, no caso agarrando ostensivamente a camisola de Francisco Conceição. A conduta do jogador do Montalegre foi igualmente antidesportiva. Foi justa a sua advertência.
90' Pediu-se falta passível de pontapé de penálti na área da equipa forasteira, mas sem razão: a bola cabeceada na queima e de cima para baixo por Fran Navarro bateu no corpo (e não braço) de Edu Machado. Lance bem decidido por Hélder Carvalho.
Nota - 7