Duarte Gomes analisa a arbitragem do Antuérpia-FC Porto
Benoît Bastien mostra cartão amarelo ao capitão Alderweireld. Foto: Imago

Duarte Gomes analisa a arbitragem do Antuérpia-FC Porto

INTERNACIONAL26.10.202300:37

Um erro com consequências menores

BENOÎT BASTIEN dirigiu o Antuérpia-FC Porto de ontem. O também francês Benoît Millot foi o VAR. O gaulês cometeu erro relevante sem impacto direto no vencedor da partida. Nesse lance, foi traído pela inação do seu videoárbitro que, perante a evidência das imagens, estava obrigado a intervir. Segue análise técnica aos lances mais relevantes do encontro: 

4’ Bola cruzada da esquerda por Balikwisha foi cortada pelo peito e não pelo braço de Pepe. Lance legal na área do FC Porto

14’ O árbitro tentou aplicar a vantagem, mas, ao perceber que Vermeeren não a conseguiu concretizar, interrompeu a partida para assinalar infração de Stephen Eustáquio. O médio azul e branco agarrou a camisola do adversário de forma antidesportiva e foi bem punido com advertência. 

Lance difícil para o árbitro que decidiu bem aos 21 minutos

21’ Taremi ainda pediu pontapé de penálti, mas Benoît Bastien viu bem: a bola rematada pelo iraniano tocou, de facto, no braço direito de Yussuf, que estava colado ao seu corpo e nunca foi movimentado na direção daquela. 

29’ Varela cometeu falta sobre Janssen, que respondeu com demasiada impetuosidade. O juiz francês conseguiu sanar o momento de maior tensão sem recurso ao cartão. 

37’ Yussuf marcou para a equipa belga, inaugurando o marcador no Estádio Bosuil. 

38’ Varela pisou inadvertidamente a mão de Muja quando o albanês estava no solo, na sequência de um carrinho anterior. Não houve negligência nem imprudência do jogador portista. Bem o árbitro. 

45+2’ Pareceu excessivo o cartão amarelo exibido a David Carmo. Benoît Bastien teve entendimento diferente. 

46’ Golo legal do FC Porto. No início do lance, Galeno tirou a bola a Vermeeren sem cometer infração. Esteve bem a equipa de arbitragem ao validar a jogada. 

Erro grave aos 51 minutos

51’ Com VAR, este é um daqueles lances que nunca podem ser mal analisados: Varela rematou para a baliza adversária e Alderweireld desviou a trajetória da bola com o braço esquerdo. O capitão do Antuérpia, que até tinha o braço em posição correta na fase inicial da jogada, não resistiu ao impulso de o levar ligeiramente na direcão da bola (o outro braço, o direito, manteve-se colado ao corpo). Com isso, o defesa ganhou benefício porque evitou golo certo na sua baliza. Lance tecnicamente indiscutível, que devia ter valido um pontapé de penálti para o FC Porto e expulsão do jogador belga. 

54’ Stephen Eustáquio marcou, após passe de João Mário. Tudo certo. 

59’ Entrada durinha de Yussuf sobre Evanilson, no limite para a advertência. Aceita-se a opção do árbitro em não mostrar amarelo ao nigeriano. 

61’ Pepê derrubou Balikwisha de forma a impedir que o atacante belga iniciasse saída potencialmente prometedora. A falta tática (antidesportiva) foi bem sancionada com advertência. 

69’ Golo legal de Evanilson, após passe de Pepê

72’ Muja protestou de forma excessiva com o árbitro assistente e foi bem advertido pela atitude irrefletida. O certo é que, momentos antes, o jogador albanês tinha sofrido falta de João Mário que não foi visionada por aquele elemento da equipa de arbitragem. 

https://twitter.com/DAZNPortugal/status/1717284463753765162

84’ Excelente decisão do árbitro assistente ao validar golo de Evanilson, na sequência de lance rápido e difícil de avaliar in loco. O avançado brasileiro estava em posição legal quando Taremi (que antes desarmou Vermeeren sem cometer falta) lhe passou a bola. 

86’ Taremi, em ação defensiva na sua área, efetuou carrinho deslizante e tirou a bola da zona onde Valencia a poderia disputar. O avançado iraniano acabou por escorregar depois no relvado, colidindo com as pernas do equatoriano, que se movimentara para aquela direção. Lance legal. 

90’ Amarelo bem mostrado a Alderweireld, após rasteirar Taremi com negligência. 

90+2’ Jorge Sánchez recebeu a bola em posição de fora de jogo e quase marcava, mas o adiantamento do defesa mexicano devia ter sido punido, porque a bola (apesar de cortada por Ilenikhena na sua direção) não foi jogada deliberadamente pelo francês.