Duarte Gomes analisa a arbitragem do Antuérpia-FC Porto
Um erro com consequências menores
BENOÎT BASTIEN dirigiu o Antuérpia-FC Porto de ontem. O também francês Benoît Millot foi o VAR. O gaulês cometeu erro relevante sem impacto direto no vencedor da partida. Nesse lance, foi traído pela inação do seu videoárbitro que, perante a evidência das imagens, estava obrigado a intervir. Segue análise técnica aos lances mais relevantes do encontro:
4’ Bola cruzada da esquerda por Balikwisha foi cortada pelo peito e não pelo braço de Pepe. Lance legal na área do FC Porto.
14’ O árbitro tentou aplicar a vantagem, mas, ao perceber que Vermeeren não a conseguiu concretizar, interrompeu a partida para assinalar infração de Stephen Eustáquio. O médio azul e branco agarrou a camisola do adversário de forma antidesportiva e foi bem punido com advertência.
21’ Taremi ainda pediu pontapé de penálti, mas Benoît Bastien viu bem: a bola rematada pelo iraniano tocou, de facto, no braço direito de Yussuf, que estava colado ao seu corpo e nunca foi movimentado na direção daquela.
29’ Varela cometeu falta sobre Janssen, que respondeu com demasiada impetuosidade. O juiz francês conseguiu sanar o momento de maior tensão sem recurso ao cartão.
37’ Yussuf marcou para a equipa belga, inaugurando o marcador no Estádio Bosuil.
38’ Varela pisou inadvertidamente a mão de Muja quando o albanês estava no solo, na sequência de um carrinho anterior. Não houve negligência nem imprudência do jogador portista. Bem o árbitro.
45+2’ Pareceu excessivo o cartão amarelo exibido a David Carmo. Benoît Bastien teve entendimento diferente.
46’ Golo legal do FC Porto. No início do lance, Galeno tirou a bola a Vermeeren sem cometer infração. Esteve bem a equipa de arbitragem ao validar a jogada.
51’ Com VAR, este é um daqueles lances que nunca podem ser mal analisados: Varela rematou para a baliza adversária e Alderweireld desviou a trajetória da bola com o braço esquerdo. O capitão do Antuérpia, que até tinha o braço em posição correta na fase inicial da jogada, não resistiu ao impulso de o levar ligeiramente na direcão da bola (o outro braço, o direito, manteve-se colado ao corpo). Com isso, o defesa ganhou benefício porque evitou golo certo na sua baliza. Lance tecnicamente indiscutível, que devia ter valido um pontapé de penálti para o FC Porto e expulsão do jogador belga.
54’ Stephen Eustáquio marcou, após passe de João Mário. Tudo certo.
59’ Entrada durinha de Yussuf sobre Evanilson, no limite para a advertência. Aceita-se a opção do árbitro em não mostrar amarelo ao nigeriano.
61’ Pepê derrubou Balikwisha de forma a impedir que o atacante belga iniciasse saída potencialmente prometedora. A falta tática (antidesportiva) foi bem sancionada com advertência.
69’ Golo legal de Evanilson, após passe de Pepê.
72’ Muja protestou de forma excessiva com o árbitro assistente e foi bem advertido pela atitude irrefletida. O certo é que, momentos antes, o jogador albanês tinha sofrido falta de João Mário que não foi visionada por aquele elemento da equipa de arbitragem.
84’ Excelente decisão do árbitro assistente ao validar golo de Evanilson, na sequência de lance rápido e difícil de avaliar in loco. O avançado brasileiro estava em posição legal quando Taremi (que antes desarmou Vermeeren sem cometer falta) lhe passou a bola.
86’ Taremi, em ação defensiva na sua área, efetuou carrinho deslizante e tirou a bola da zona onde Valencia a poderia disputar. O avançado iraniano acabou por escorregar depois no relvado, colidindo com as pernas do equatoriano, que se movimentara para aquela direção. Lance legal.
90’ Amarelo bem mostrado a Alderweireld, após rasteirar Taremi com negligência.
90+2’ Jorge Sánchez recebeu a bola em posição de fora de jogo e quase marcava, mas o adiantamento do defesa mexicano devia ter sido punido, porque a bola (apesar de cortada por Ilenikhena na sua direção) não foi jogada deliberadamente pelo francês.