Dragon Force: o berço de Rodrigo Mora celebra esta sexta-feira 16 anos
Fábio Vieira, de regresso ao FC Porto, foi um dos muitos craques que visitaram a Dragon Force, na Constituição (FOTO: DRAGON FORCE)

Dragon Force: o berço de Rodrigo Mora celebra esta sexta-feira 16 anos

NACIONAL06.09.202407:00

Ricardo Frey Ramos, diretor do projeto, guia A BOLA a uma viagem pelos corredores de uma escola de formação que é um modelo a nível mundial e que gera valor acrescentado para o FC Porto e para o país

Sob o lema ‘Tu tens o poder do Dragão’ nasceu há 16 anos o projeto Dragon Force. Mais do que uma escola de futebol, ou ramificação de escolas, a Dragon Force surge hoje pujante como elemento definidor de uma formação completa e humana do jovem jogador, orientada por um modelo de qualidade certificada. Tudo começou a 6 de setembro de 2008, no campo da Constituição.

Dragon Force é espaço de partilha de experiências para milhares de crianças do país

«Em 16 anos, 324 alunos passaram para o futebol de formação. Neste momento, 90 fazem parte da formação do FC Porto, uma percentagem 26 por cento. Nesta época 2024/25 temos 33 escolas a nível nacional, 19 em parceria com clubes, 13 com colégios e uma com a Universidade da Maia. Estamos em oito distritos: Porto, Braga, Viana, Viseu, Bragança, Aveiro, Lisboa e Setúbal e também na Região Autónoma da Madeira», são números impressionantes explicados a A BOLA por Ricardo Frey Ramos, diretor da Dragon Force.

Há uma curiosidade normal nos adeptos em conhecer os frutos desse labor, isto é, os craques que nestes 16 anos se revelaram ao universo portista. «Os que nasceram na Dragon Force em 16 anos são aqueles que começaram com quatro anos», situa Ricardo Frey Ramos. Rodrigo Mora, da Dragon Force de Custóias, André Oliveira, médio dos bês da escola de Grijó, António Ribeiro, central da equipa B, e Gonçalo Sousa, ambos da parceira com o Colégio de Ermesinde.

«Em 2024/25 perspetivamos ter mais de 5.500 alunos, passando de 24 para 33 escolas. 65 por cento ainda são alunos em formato escola de futebol e 35 por cento participam em campeonatos da AF Porto, num universo de 87 equipas. Desde 2010 que a Dragon Force está certificada com o Sistema de Gestão da Qualidade na gestão e operacionalização de escolas de futebol. «A força são os recursos humanos que trabalharam e trabalham com espírito de entreajuda difícil de descrever e com o orgulho de servir o FC Porto», indica Ricardo Frey Ramos. «Esse novo modelo permite uma expansão exponencial a nível nacional e internacional, impulsionada pela nova visão estruturada desta Direção. Estamos em articulação permanente com o futebol de formação e com o scouting do FC Porto», informa.

Do Zimbabué a Moçambique, passando por Fortaleza, no Brasil, o modelo de formação inovador «abre porta ao FC Porto» fora de fronteiras e estimula intercâmbios enriquecedores também dentro de casa: «Realizámos 24 campus no mundo, com mais de 2.500 crianças de diferentes continentes e mesmo a nível de turismo local procuramos estimular a economia. Em outubro, com um parceiro do Reino Unido, vamos procurar ter 400 crianças a jogar,  em que organizamos toda a parte desportiva, com camisolas do FC Porto preparadas. Fazem um tour pela cidade, visitam o museu do clube e, havendo possibilidade, assistem a um jogo da equipa principal.»

Com especialistas em nutrição e psicologia a acompanhar os alunos, as taxas de sucesso também se refletem nos resultados desportivos, embora o foco seja desenvolver as capacidades dos alunos como jogadores e também como cidadãos. «No ano passado fomos campeões distritais em sub-6, sub-8 e sub-9, e vice-campeões em sub-10, sub-11 e sub13. Nas reuniões que temos com os encarregados de educação, mostrámos que todos os jogadores jogaram o mesmo tempo ao longo da época. É uma formação inovadora, complementar, em que a nutrição e a psicologia estão muito enraizadas», garante Ricardo Frey Ramos.

CARTAS NOUTRAS ÁREAS

Noutras áreas, como a formação de técnicos e o crescimento do futebol feminino, a Dragon Force foi, como o nome indica, a força motriz para o surgimento de nomes já bem conhecidos pelos portistas. Os técnicos das equipas de sub-19, sub-17 e sub-15 dos azuis e brancos, Sérgio Ferreira, Miguel Lopes e José Violante, respetivamente, passaram pelo projeto.

Com o reforço da aposta no futebol feminino nos dragões, mais raparigas estão inscritas na Dragon Force, que tem trabalho meritório nessa área. Por exemplo, Matilde, autora do primeiro golo da equipa sénior feminina no Dragão no jogo de apresentação aos sócios frente ao União de Leiria (9-0), começou na Dragon Force de Grijó. Bárbara, guarda-redes, e a médio Inês Valente, que fazem parte do plantel, também são crias da escola. «Com esta nova visão e a criação da equipa profissional estamos a ter cada vez mais miúdas na Dragon Force», confirma Ricardo Frey Ramos.