«Dragão dominador sem poder de fogo», a crónica do jogo no Dragão
Francisco Conceição foi dos mais inconformados (Foto: Grafislab)

FC Porto-Rio Ave, 0-0 «Dragão dominador sem poder de fogo», a crónica do jogo no Dragão

NACIONAL03.02.202423:19

FC Porto atacou muito, mas não criou oportunidades flagrantes; Rio Ave foi ‘amarrado’ e limitou-se a defender; VAR esteve muito ativo

Avisado pela prestação do Rio Ave na Luz, o FC Porto nunca esteve disposto a dividir o jogo com os vila-condenses. Com um esquema que proporcionava um melhor encaixe perante a saída contrária e também com uma primeira fase de construção que atraía o pressing visitante para libertar no espaço (muitas vezes na largura), os dragões amarraram e não se deixaram amarrar. Foram muitos os erros do conjunto de Luís Freire com bola perto da sua baliza e poucos os passos dados pelos rivais com esta controlada na área portista. Os homens de Sérgio Conceição conseguiam chegar perto de Jhonatan, já o mesmo não se pode dizer do contrário.

A pisar a fronteira do golo

Nos primeiros 45 minutos, os dragões não criaram muitas oportunidades, embora o perigo rondasse Jhonatan, parecendo que o golo estava iminente. Já a única iniciativa ofensiva com alguma ligação entre os setores do Rio Ave assustou mesmo Diogo Costa, num tiro de João Teixeira ao lado, após passe de Tanlongo. Junto à outra baliza, Francisco apresentava-se incontrolável e seria sua a grande chance azul e branca, num remate que o guarda-redes do Rio Ave soube deter, aos 33 minutos.

Com o dínamo à direita, foram várias as iniciativas perigosas, porém parecia sempre faltar qualquer coisa: aos 3 minutos, um mau passe de Ronaldo só não deu penálti de Miguel Nóbrega sobre Evanilson porque o VAR anulou a decisão do árbitro, tal como viria a fazer 7 minutos depois, ao invalidar o golo a Galeno, em posição de fora de jogo por 4 centímetros. Aos 27 minutos, também o remate à barra de Francisco não contaria por offside de Evanilson e, aos 40', o brasileiro voltaria a festejar precocemente, culpa de nova posição irregular de Wendell, agora vista pelo auxiliar e confirmada pelo VAR. A isto também se juntaram vários cortes muito importantes de Aderllan Santos. Os visitantes defendiam em esforço, mas defendiam bem.

Freire muda ao intervalo

Descontente com a fraca produção da sua equipa, Luís Freire decidiu deixar Fábio Ronaldo e Joca nos balneários para apostar em Vrousai, uma estreia, e Aziz. A presença do último em campo alterava o esquema de 3x4x3 para 3x5x2, e dava mais companhia a um Boateng até aí muito só na frente. Aos 58’, teria de retirar Miguel Nóbrega, já com amarelo e com Francisco ainda endiabrado por esse lado, porém não se pode dizer que as substituições tenham mudado o rumo do jogo, bem pelo contrário.

A partida continuava apenas com um único sentido: o da baliza de Jhonatan. As ondas de ataque portistas sucediam-se e o Rio Ave mantinha a incapacidade de definir bem no momento da transição, por culpa, sublinhe-se,da boa reação à perda por parte dos dragões. Faltava o resto.

Sérgio Conceição só mexeu na equipa aos 74 minutos. Saíram Galeno e Nico González, entraram Iván Jaime e Toni Martínez. O esquema que tinha colocado os dragões nos eixos era agora posto de lado. O técnico voltava ao plano A para ter mais presença na área e maior poder de finalização.

Resistir, resistir

O FC Porto foi acumulando pontapés de canto (23), cruzamentos e remates de longe. Nem sempre com nexo, porém com a determinação do costume. No entanto, nem por isso as oportunidades foram claras. O adversário defendia-se como podia e teria a sua oportunidade numa transição em superioridade numérica, estragada com um passe com força a mais para... o central Patrick William.

Praticamente na jogada seguinte, aos 90+2', Boateng não se controlou. Já com amarelo, chegou tarde ao duelo com Gonçalo Borges e derrubou-o. Segundo amarelo, vermelho, e ainda mais esforço no horizonte para a sua equipa.

Logo depois, o FC Porto somaria talvez a única chance no segundo tempo: Varela rematou de longe e Jhonatan defendeu para canto. Os dragões esbarravam na boa organização defensiva vila-condense e voltavam a perder pontos.