«Disse que um dia ia ouvir o hino da Champions»

Eslovénia «Disse que um dia ia ouvir o hino da Champions»

INTERNACIONAL11.07.202310:29

Sem treinar desde dezembro, mês em que deixou o Marítimo, João Henriques, 50 anos, voltou ao ativo no final de maio, quando assinou pelo Olimpija Liubliana, campeão da Eslovénia, vínculo válido para as duas próximas épocas. A estreia oficial acontece hoje, frente ao Valmiera, campeão da Letónia, na primeira pré-eliminatória da Champions, e é o concretizar de um sonho com alguns anos.


Em conversa com A BOLA, o treinador português explica o que o levou a aceitar este novo desafio na carreira. «O meu desejo tornou-se realidade. É uma longa história. Após sair do Marítimo, apresentei as minhas ambições ao meu empresário, Eduardo Marinho. Disse-lhe que queria manter-me na Europa e, de preferência, num clube que me desse oportunidade de ganhar títulos. Ele tinha e tem uma relação muito próxima com o diretor desportivo do Olimpija Liubliana e, depois, foi tudo muito rápido. Fui conhecer a realidade do clube no início de maio e, confesso, fiquei impressionado com o que vi. Se tinha dúvidas, deixei de as ter», recorda, explicando, de seguida, as razões que o levaram a substituir o espanhol Albert Riera no comando da equipa da capital da Eslovénia. «A direção decidiu que queria um treinador espanhol ou português pelo estilo de futebol praticado nas respetivas ligas, que considerou serem das mais competitivas da Europa. Gostaram do meu currículo. Felizmente. Aqui sinto-me em casa», juntou.

«Momento especial»
 

À quarta jornada de 2017/2018, João Henriques assumiu o comando do Leixões, em substituição de Daniel Kenedy, de quem era adjunto, e teve uma premonição. «Na altura disse que um dia tinha a certeza que ia ouvir o hino da Liga dos Campeões. Mantenho esse desejo», reforçou. Mas para escutar a música terá de chegar, pelo menos, ao play-off. «Já sei que infelizmente ainda não vou ouvir o hino, mas acalento a esperança. Haja o que houver, vai ser um momento especial na minha carreira. Temos condições para sonhar», concluiu.

O Olimpija - um clube diferente do antigo gigante de Liubliana, que faliu em 2005 - nunca passou qualquer eliminatória na Champions. Em 2016/2017 entrou na segunda pré-eliminatória e foi eliminado pelo Trencin, da Eslováquia; em 2018/2019 começou na primeira pré-eliminatória e caiu logo às mãos do Qarabag, do Azerbaijão.

«Ao nível dos grandes»
 

Nesta nova aventura internacional, após passagens por Al Ahli (Arábia Saudita) e Al Wahda (Emirados Árabes Unidos) como adjunto, entre 2012 e 2014, João Henriques foi surpreendido com as condições de trabalho. «O Olimpija proporciona condições ao nível de um dos grandes de Portugal. O estádio é fantástico, moderno, apesar de só ter capacidade para 18 mil pessoas. Temos dois relvados naturais e um sintético para os treinos. Melhor era impossível», assinalou o português, que tem como adjuntos Mauro Moderno e José Ferrão.


E tem também a companhia de três jogadores lusos, o defesa David Sualehe (ex-Paços de Ferreira) e o avançado Rui Pedro (ex-Penafiel), que já foram campeões eslovenos na época passada, e o lateral-direito Jorge Silva, contratado este verão após terminar ligação ao Paços de Ferreira, sem esquecer o avançado brasileiro Pedro Lucas, que João Henriques foi buscar ao Mafra.