Destaques do FC Porto: Nico a tempo inteiro, Pepê em 'part-time'
Brasileiro 'chegou ao jogo' na segunda parte e fez o golo da vitória, mas construção de grande qualidade pertenceu ao espanhol, que durou toda a partida
O melhor em campo: Nico González (8)
Cedo começou a mostrar que estava com vontade de fazer qualquer coisa, sempre com pressa de recuperar a bola, de lançar o ataque, de chegar à vantagem. De cabeça, não andou longe, errando a baliza por pouco, perto do intervalo também tentou a sorte, mas a bola desviou num braço que estava em posição correta e acabou por ir ter com Gonçalo Borges, na melhor ocasião portista do primeiro tempo. A segunda parte, porém, foi ainda melhor, com posse de qualidade. O lance do golo tem a sua assinatura, face à forma como tirou o marcador da frente com uma finta de corpo e cruzou depois direitinho para Pepê. A bola até merecia cabecamento melhor, mas chegou. E Nico não ficou por ali, voltou a dar 'show'. 'Show' de bola.
Cláudio Ramos (6) — Na primeira parte, o guarda-redes do FC Porto limitou-se a jogar com os pés e a seguir o jogo com atenção. Foi à relva uma vez, mas a bola nem sequer foi à baliza. Parecia que iria ter vida diferente no segundo tempo. Entrou em ação logo ao minuto 48, esticando-se para segurar bola disparada de longe por Nélson Oliveira. E foi praticamente tudo.
Jorge Sánchez (5) — Depois de tremendo choque com Ricardo Mangas, recompôs-se defensivamente, mas só foi visto no plano ofensivo num remate desviado por um adversário aos 43’ e num momento de perigo portista na área vimaranense que... desperdiçou, falhando o drible. Viu cartão amarelo perto do intervalo por falta sobre Jota Silva e perdeu bola em zona perigosa aos 66’ — Otávio acabou por desviar para canto o disparo de Tiago Silva, que ficara com ela — e não mais se aventurou.
Pepe (7) — Teve sempre tudo controlado durante a primeira parte, só perto do intervalo passou susto, quando não chegou a uma bola que foi parar a Jota Silva. Segunda parte mais trabalhosa, obrigado a lidar com Jota Silva. Mas deu conta do recado.
Otávio (6) — Dificuldades na primeira parte, falta sobre Jota Silva, passe errado em zona defensiva aos 36’. Mas acabou bem o primeiro período, dando inclusivamente linha de passe ofensiva a Evanilson no melhor lance portista dos 45 minutos iniciais. Viu cartão amarelo aos 56’, mas subiu de rendimento com o avançar dos ponteiros do relógio... exceção feita a um lance perto do fim: quando deveria despachar a bola, quis adornar e ia-se metendo em sarilhos. Mas não teve custos.
Wendell (6) — Sempre alerta em relação a Jota Silva e pouca margem para subir no terreno como gosta.Mais solto na segunda parte, apareceu, por exemplo, a servir muito bem Iván Jaime.
Alan Varela (6) — Perto do intervalo disparou forte e com algum perigo, pois não errou muito a baliza. Atento, seguro no passe e no corte, quanto ao trabalho a meio campo. Tentou de novo aos 70’ e aos 80’, mas não ameaçou a baliza de Varela, e ainda fez raro passe sem nexo aos 71’, sem consequências. Estava de rastos, pois cobriu todo o terreno.
Gonçalo Borges (6) — Muitas vezes em jogo, mas nem sempre definiu tão bem quanto desejaria. Ainda assim, o mais perigoso dos portistas na primeira parte, com dois bons cruzamentos, um deles mesmo a pedir desvio no coração da área, e duas ações importantes: primeiro, aos 41’, chegou à bola antes de Varela e ficou a pedir penálti, a seguir esteve perto do golo, mas a recarga foi feita com pouco ângulo e o guarda-redes defendeu. Baixou de rendimento no segundo tempo e saiu.
Pepê (8) — Só uma vez apareceu em posição de fazer estragos na primeira parte, mas Galeno esticou demasiado o passe e a bola fugiu. Segundo tempo bem diferente. Fez o 1-0, com mérito, porque se desmarcou na perfeição pelo centro da área vimaranense, e muita sorte, pois o cabeceamento, à vontade, foi pobre, teve de contar com ajuda de Varela. Calcanhares fantásticos, toques de classe, foi o que se viu a seguir. Aos 80’, veloz e tecnicamente perfeito, ainda evitou Varela, mas depois não deu para fazer o passe de morte, deixou em Sánchez, que perdeu.
Galeno (6) — Primeiro aviso a Varela logo ao terceiro minuto, aos 25’ fugiu pela esquerda e lançou Evanilson, aos 45+6’ escapou pelo centro mas passe imperfeito impediu que Pepê se isolasse. Esteve no início do lance do 1-0, enfrentando uma vez mais o marcador, antes de deixar em Nico.
Evanilson (7) — Chegou à partida como melhor marcador da prova e pagou preço da fama, sem espaços, bem marcado. Só à beirinha do intervalo escapou à marcação, mas teve de fazer um sprint de 50 ou 60 metros com a bola, antes de entregar bem a Otávio, na construção do melhor lance da equipa até então. Jogou longe da baliza, mas jogou bem, como se fosse um segundo avançado levezinho.
Romário Baró (6) — Entrou aos 77’ e entrou bem. Primeiro, bom passe para Pepê, depois um dos melhores remates do jogo.
Namaso (5) — O seu físico ainda foi posto à prova antes... e depois do jogo.
João Mário (5) — Escorregou, instantes depois de ter entrado, e viu Kaio César fugir, mas ainda o apanhou.
Iván Jaime (5) — Perto do golo em cima do minuto 90, bom remate, boa defesa de Varela.
Grujic (-) — Sem tempo para deixar qualquer marca no jogo.