Destaques do FC Porto: Francisco a desenhar um plano e Evanilson a dar o golpe final
Livre do filho de Conceição foi meio golo e Fábio Cardoso teve cabeça para aproveitar; avançado brasileiro converteu o penálti que 'arrumou' com o SC Braga e foi gigante também a defender; Diogo Costa em grande e Alan Varela e Pepê imparáveis
A figura do jogo: Francisco Conceição (7)
O livre lateral que originou o golo de Fábio Cardoso foi meio golo. O centro para a cabeça do defesa-central pareceu ter sido desenhado a régua e esquadro, com coordenadas exatas para a bola fugir do destacamento bracarense. Mérito ainda na forma como pressionou o erro de Borja no penálti cometido por Matheus sobre Evanilson. Grande corte na área em missão defensiva quando Djaló preparava o remate (70). Acima de tudo destacou-se com uma atuação galvanizadora, foi o agitador da noite, nunca recusando uma bola para injetar múltiplos ataques que criaram erosão na defesa do SC Braga. O plano de ataque ao adversário partiu da sua imaginação.
Diogo Costa (7) - Numa fase de crescimento tímido do SC Braga, tirou com o pé esquerdo o golo a Ricardo Horta (32). O desvio subtil do bracarense teria traído um guarda-redes mais distraído, mas Diogo está sempre em alerta, sempre sintonizado com o jogo, mesmo em períodos em que o FC Porto está confortável. Saída corajosa mas bem medida da área para tirar ideias de golo a Djaló (76).
João Mário (5) - Menos solicitado no ataque, por força da largura que os extremos dão ao jogo ofensivo do FC Porto. Superiorizou-se nos duelos com Álvaro Djaló, esteve sempre bem posicionado para antecipar-se ao perigo que (não) saiu dos pés do extremo arsenalista.
Pepe (6) - Vigilante, a armar bem o alinhamento da defesa, e a não dar a Abel Ruiz aquele metro quadrado que o espanhol desesperadamente reclamava. No primeiro golo do FC Porto surgiu também ele solto - se não fosse Fábio Cardoso a meter a cabeça, o capitão estava lá para ferir o adversário.
Fábio Cardoso (7) - Apareceu muito bem à frente de Paulo Oliveira para, de cabeça e com cabeça, fazer o 1-0. Subiu ao quinto andar para responder ao extraordinário cruzamento de Francisco Conceição na cobrança do pontapé de livre - mais precisão era impossível. Na 2.ª parte ainda deu o corpo para proteger a baliza de Diogo Costa num disparo de Zalazar.
Wendell (5) - Está solto e com a confiança em alta o lateral brasileiro, a cortar bem os atalhos a Ricardo Horta e com mais margem do que João Mário para subir no apoio ao ataque – nesse domínio, mesmo sem criar perigo, foi metódico.
Pepê (7) - A escapar da direita do meio-campo para a zona central confundiu as coordenadas defensivas dos bracarenses e aos 37’ apareceu na carreira de tiro para o pontapé fulminante, desviado pelo ombro de Paulo Oliveira. Impressionante a forma como preencheu várias zonas do terreno, a atacar e a defender, numa entrega excecional que lhe valeu o aplauso da plateia quando foi substituído.
Alan Varela (7) - É um jogador com rigor tático muito acima da média e uma leitura de jogo que lhe permite descobrir em milésimos de segundo as necessidades de equilíbrio da equipa, sobretudo quando os centrais saem com a bola da área – o argentino esteve sempre no sítio para lhes dar o conforto de uma linha de passe.
Nico González (6) - Não deu muito nas vistas, mas passou no exame mais exigente desde que foi repescado por Conceição. Segundo jogo consecutivo a titular, a formar uma parceria sólida com Alan Varela na tarefa de secar Zalazar e companhia. Saiu aos 79 por Eustáquio com o sentimento de dever cumprido.
Evanilson (7) - Bateu o penálti que ganhou para o meio da baliza e a bola entrou caprichosamente por debaixo do corpo de Matheus. Golo 15 da época, chegou à meia centena de finalizações como jogador do FC Porto, numa partida de enorme entrega, em que também recuou no apoio à defesa. Deu tanto de si, que aos 67 minutos já não aguentava mais e foi substituído por Toni Martínez.
Galeno (5) - Tiro em arco, bem ao seu estilo, a sair perto do alvo (65). Dinâmico, mas não muito assertivo, muito por causa da forma competente como Victor Gomez o obrigou a fugir muitas vezes da linha de fundo e a procurar espaços mais interiores.
Toni Martínez (4) - Assim que entrou pôs Matheus à prova, num remate, ainda assim, dócil para as luvas do brasileiro.
Gonçalo Borges (-) - Ainda entrou a tempo de fazer um remate, mas sem a direção certa.
Eustáquio (-) - Rendeu Nico para ocupar o mesmo espaço no meio-campo.
Iván Jaime (-) - Sem tempo para apontamentos minimamente interessantes. Vai somando minutos, aos poucos…