Anderlecht-FC Porto, 2-2 Destaques do FC Porto: Esforço de Galeno merecia ver Fábio como herói

Português deu finalmente um ar da sua graça, neste regresso ao FC Porto, mas viu-lhe roubado o protagonismo final. Internacional brasileiro foi, uma vez mais, o dragão mais inspirado em camp

Melhor em campo: Galeno (7)

Longe de ser uma exibição daquelas para recordar, Galeno foi o elemento mais consistente do FC Porto. Ou persistente, se o estimado leitor assim preferir. Marcou o primeiro golo dos dragões, na conversão de um pontapé de penálti, e foi sempre o jogador mais perigoso da equipa orientada por Vítor Bruno. A estratégia da equipa atirou-o por vezes para zonas mais interiores, o que não o favorece, mas o esforço de Galeno foi, na perspetiva individual, a nota mais positiva da deslocação do FC Porto a Bruxelas. Na segunda parte ainda teve um remate bastante perigoso, em jeito, junto à relva, a sair ligeiramente ao lado da baliza do Anderlecht, e procurou aliar-se a Fábio Vieira para o ataque final ao triunfo. Acabou o jogo desgastado, mas talvez mais animicamente do que fisicamente.

DIOGO COSTA (5) — Sofreu dois golos, nos quais não tem responsabilidade, e ainda viu uma bola bater no poste. Pouco (mais) podia fazer, e só teve um par de intervenções, pouco exigentes, para juntar a uma exibição que acaba por ser bastante ingrata.

JOÃO MÁRIO (4) — Não conseguiu disfarçar a intranquilidade dos minutos iniciais com o passar do tempo. Batido várias vezes pelo irrequieto Edozie, viu um cartão amarelo ainda na primeira parte, e isso acabou por contribuir para a (esperada) substituição ao intervalo.

NEHUÉN PÉREZ (5) — Teve um bom corte no final da primeira parte, para logo de seguida errar um passe na construção. Não se deu muito por ele, para o bem e para o mal.

OTÁVIO (6) — Após mais de dois meses de ausência, por opção técnica, foi a surpresa do onze inicial de Vítor Bruno, em contexto de alta pressão, até pela forma como saiu da equipa. Não tremeu, deu qualidade na construção e no jogo aéreo, mas fica ligado de forma infeliz ao golo do empate final do Anderlecht.

FRANCISCO MOURA (5) — Sofreu o penálti que deu o primeiro golo aos dragões. Seguro defensivamente, tem perdido acutilância no plano ofensivo, nos últimos tempos.

EUSTÁQUIO (6) — Sempre em rotação elevada, foi o elemento mais dinâmico do meio-campo, descaído à direita no 4x3x3. Muitas vezes foi ele o médio mais próximo a Samu, mas não conseguiu criar situações de finalização.

ALAN VARELA (5) — Não cometeu qualquer erro, foi certinho como tantas vezes, mas fica a ideia que, pela qualidade que tem e pelo estatuto no balneário, devia ter maior influência em campo, com e sem bola. Sobretudo neste momento difícil para a equipa.

NICO GONZÁLEZ (5) — Teve duas situações para finalizar, mas sem grande perigo para o Anderlecht. Na estratégia de Vítor Bruno pedia-se que tivesse outra presença junto a Samu. Viu ainda um cartão amarelo, completamente escusado, que o tira da próxima jornada da Liga Europa.

PEPÊ (4) — Exibição marcada pela perda de bola em zona recuada que deu origem ao primeiro golo do Anderlecht. Na primeira parte teve ocasião para marcar, mas fez um passe ao guarda-redes, e já depois do erro procurou redimir-se com um remate de longe, mas atirou para a bancada. Má noite.

SAMU (5) — Não fez qualquer remate, o que diz mais da equipa do que do próprio. Muito desamparado na frente, uma vez que a equipa já nem está a construir situações que beneficiam o perfil do internacional espanhol (como cruzamentos, por exemplo).

MARTIM FERNANDES (5) — Rendeu João Mário ao intervalo e pouco depois livrou-se de Edozie, que saiu lesionado. Apareceu mais no ataque, e até ficou a pedir penálti em duas situações.

GONÇALO BORGES (4) — Não entrou bem, mas podia ter sido o herói de uma vitória portista, com aquela diagonal para a área, concluída com remate para defesa de Coosemans.

FÁBIO VIEIRA (6) — Rendeu Eustáquio ao minuto 82, e ainda o internacional canadiano estava a caminhar para o banco já o seu substituto festejava o 2-1 do FC Porto. Marcou na primeira intervenção no encontro, e logo de pé direito, com o qual surpreendeu através de um remate de longe. Depois do 2-2 ainda apresentou nova candidatura a salvador portista, com outro ensaio de longe, mas este, embora com o pé esquerdo, saiu torto. O golo de Amuzu tirou-lhe protagonismo, mas o primeiro golo deste regresso ao FC Porto pode ser importante para recuperar confiança