10 janeiro 2024, 23:34
Palmas para Arthur na homenagem ao rei: a crónica do Benfica-SC Braga
Zalazar encarnou o pontapé do King, homenageado nesta noite na Luz, mas a coroa do jogo levou-a o 9 do Benfica
Ponta de lança brasileiro com passos estonteantes no segundo e terceiro golos, que deram mais brilho à vitória as águias; Guarda-redes ucraniano não treme e foi novamente parede; João Neves e Aursnes sempre a acelerar
O melhor em campo: Arthur Cabral (nota 8)
Mais rápido, mais forte, mais solto, mais perigoso. Arthur Cabral parece outro jogador, bem diferente do corpo estranho de início de época que fez os adeptos torcerem o nariz. Frente ao Braga, o ponta de lança brasileiro foi solidário e intenso na pressão para recuperar a bola e, com ela nos pés, conquistou o Estádio da Luz. Com um passe de dança marcou o segundo golo e com um toque de calcanhar lançou Fredrik Aursnes para o norueguês marcar o terceiro. Pelo meio ainda fez mais um bom remate que proporcionou boa defesa a Hornicek, aos 59’. Deixou em campo a promessa de que pode fazer ainda melhor e finalmente ser quem foi contratado para ser.
8 Trubin — O guarda-redes ucraniano defendeu tudo o que era humanamente possível defender. Seguro, tranquilo, transmitiu à equipa os sentimentos certos para que ela pudesse correr atrás do resultado. Logo aos sete minutos travou um remate de golo de Victor Gómez e, depois, parou um, dois, três, quatro grandes remates de Zalazar. Só não conseguiu fazer nada no primeiro golo porque a bola desviou em João Mário e no segundo só poderia fazer mais se tivesse asas e soubesse voar ainda melhor.
7 Aursnes — Perante a velocidade de Borja e a qualidade de Ricardo Horta (e a falta de auxílio defensivo de Di María), o norueguês neste jogo teve de ser menos ala e mais defesa, mas não sentiu problema. Foi competente a defender e mudou de personalidade competitiva para atacar sempre que teve oportunidade, sobretudo na segunda parte. Marcou um belo golo, com remate cruzado, como vem nos livros.
7 António Silva — Fez uma bela primeira parte, com vários cortes que podem não ter sido vistosos mas que foram muito importantes. Aos 2’ travou com classe, à entrada da área, uma cavalgada de Zalazar e, aos 27, resolveu com segurança um passe arriscado de Otamendi. Ainda subiu à área do Braga e fez um remate de cabeça por cima da trave e outro, acrobático, que saiu tresloucado na direção da bancada. Foi menos assertivo depois do intervalo, mas nunca tremeu.
5 Otamendi — Lançou os companheiros com bons passes em profundidade, mas a defender esteve irregular e correu alguns riscos desnecessários. Aos 27’ fez um passe errado em zona frontal à sua baliza e aos 66’ a falta nas costas de Ricardo Horta, quase em cima da linha da área, pareceu precipitada e permitiu livre perigoso. Ainda assim, foi voz de comando e firme quando foi preciso sê-lo.
6 Morato — Mais uma exibição competente e muito equilibrada deste central adaptado a lateral-esquerdo. A defender não cedeu espaço e procurou auxiliar no ataque, embora lhe falte qualidade e rotinas para fazer a diferença nesse setor.
7 João Neves — Uma máquina na pressão e na recuperação da bola e foi num desses lances que João Neves ganhou a bola e a passou de imediato para Kokçu, que depois lançou Rafa para marcar o primeiro golo. O jovem médio foi novamente omnipresente em quase todos os setores e o mais impressionante é que fez tudo sempre com intensidade e eletricidade sem quebras.
10 janeiro 2024, 23:34
Zalazar encarnou o pontapé do King, homenageado nesta noite na Luz, mas a coroa do jogo levou-a o 9 do Benfica
6 Kokçu — Fez grande passe para o golo de Rafa e ficou a sensação de que quando aparece em zonas mais ofensivas ganha ele e ganha também a equipa. Mais atrás não jogou mal, mas a qualidade que tem perde-se um pouco e perde Kokçu capacidade física para andar atrás da bola e dos adversários.
4 Di María — Tentou sempre o golpe de asa, mas nunca surgiu e de tanto querer desequilibrar o craque argentino acabou por desequilibrar a própria equipa. Não se lhe podem pedir grandes tarefas defensivas, mas ficou a ideia de que poderia ter sido mais solidário a fechar à entrada da área nos dois golos de Zalazar.
7 Rafa — O toque de diferença e de velocidade no ataque do Benfica desde o início. E quando teve iminente oportunidade marcou bom golo. Caiu na segunda parte, mas jogou sempre em alta rotação, de olho na baliza e de forma diferenciada.
4 João Mário — Não tem culpa de a bola lhe ter batido e enganado Trubin no primeiro golo do Braga, mas teve responsabilidade na falta de ideias e nos passes que poderiam ter sido importantes mas ficaram curtos ou muito longos. Trabalhou muito, mas fez exibição demasiado denunciada.
5 Florentino — Entrou para colocar gelo no entusiasmo do Braga na procura do empate e cumpriu o papel. Bela dobra a Morato, aos 84’’, já na área, impedindo o remate de Roger.
5 Tiago Gouveia — Teve apenas uma bola nos pés, mas aproveitou o momento, aos 90+1’, para ganhar protagonismo: ganhou na raça a meio-campo, progrediu e fez bom passe para Rafa, que apareceu aberto na esquerda; mas o lance perdeu-se...
- Musa — Dos poucos minutos costuma fazer muito, mas desta vez o ponta de lança croata não teve bola nem tempo para deixar marca no desafio.