Laterais (João Cancelo e Nuno Mendes) e um dos médios-centro (Vitinha) foram os que mais deram nas vistas num jogo em que Francisco Trincão, em tão boa forma, ficou sentado durante os 90 minutos.
Melhor em campo: Vitinha (7)
Talvez o jogador de rendimento mais uniforme ao longo dos 90 minutos. Primeiro tempo um pouco mais recuado, um pouco mais à frente de Palhinha, muito mais ousado na segunda parte. Assumiu a função de patrão do meio-campo português e foi único da zona central verdadeiramente esclarecido. Serviu de cérebro, de perfurador e até de lançador. Não gosta de ficar de fora e não merece ficar de fora.
Médio português falou em conferência de imprensa em antevisão ao encontro frente à Escócia e ainda escolheu um jogador na seleção contrária, como o mais perigoso
Diogo Costa (6) - Grande guarda-redes de Seleção grande é assim: pouco trabalho, segurança absoluta. A Escócia não foi uma metralhadora atacante, apenas uma semi-automática de poucos tiros. Duas defesas seguras a remates de McTominay e Christie e, pelo tempo fora, a noção de que, se fosse preciso, estava alguém grande entre os postes.
João Cancelo(7) - Como tantas vezes acontece, na Seleção e não só, foi-se transformando de defesa em médio, de médio em atacante e, de novo, de atacante em médio e de médio em defesa. É o mais parecido que a Seleção Nacional tem de jogador iô-iô. Foi muito mais médio do que defesa e muito mais médio do que atacante. Mas fez de tudo um pouco e, sem brilho tremendo, esteve acima da média dos restantes 14.
António Silva(5) - Pouco trabalho, talvez menos até do que no jogo da Luz frente à mesma Escócia. Sem erros ao longo dos 90 minutos, sendo menos ousado do que Rúben Dias, mas, aí, terá sido opção de Roberto Martínez.
Rúben Dias(5) - Hesitação a abrir o jogo, o que permitiu perigoso desvio de cabeça de McTominay. Prosseguiu sem mais qualquer erro comprometedor e, no segundo tempo, tentou ajudar na avalancha ofensiva de Portugal junto da baliza de Craig Gordon.
Nuno Mendes(7) - Tal como João Cancelo, do outro lado da defesa, não se limitou a defender, sendo o mais perigoso dos portugueses nos 45 minutos iniciais, com o ponto mais alto a surgir num livre muito perigoso que obrigou o guarda-redes a desviar para canto. Manteve o rendimento no segundo tempo, mas, com Cancelo mais em jogo, pareceu menos influente. Não foi bem assim.
João Palhinha(5) - Meio médio, meio defesa, recuando muitas vezes para junto de António Silva e Rúben Dias. Contundente na forma como lidou com os contundentes médios escoceses, mas pouco mais.
Bruno Fernandes(5) - Não atravessa um bom momento e confirmou-no neste jogo de Glasgow. Pouco hábil nos lançamentos e, sobretudo, nos remates de longa distância.
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Francisco Conceição(4) - Tentou o drible, tentou o cruzamento, tentou o passe, tentou, tentou, tentou. Nada lhe saiu bem. O mais desinspirado da primeira parte e talvez tenha ficado demasiado tempo em campo. E sim, foi titular no lugar de Francisco Trincão.
Cristiano Ronaldo(5) - Muito sozinho na frente, sem possibilidade de tabelar ou progredir com a bola controlada, deu nas vistas apenas em remates de fora de área e, sobretudo, numa bicicleta que, mais enquadrada e com menos risco para a cabeça de um escocês, teria dado um golo portentoso. Vinha de três jogos a marcar (Croácia, Escócia e Polónia) e não chegou ao quarto, embora não tivesse grandes possibilidades de lá chegar.
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Diogo Jota(4) - Sem chama e sem capacidade para incendiar a área da Escócia. Saiu pouco depois da hora de jogo para dar entrada a Rafael Leão e a ideia que fica é que terá sido demasiado tarde.
Rafael Leão (6) - Entrou aos 61 minutos e teve três ou grandes jogadas em que parecia ir desbloquear o que tão desbloqueado estava. Fez quase tudo bem em termos atacantes, sobretudo naquela jogada, pertinho do fim, em que ofereceu o golo a Bruno Fernandes. Teve, porém, pelo meio, alguns momentos de desconcentração.
Rúben Neves (5) - A substituição esperada surgiu aos 61': Palhinha por Rúben. Esteve ligeiramente em maior evidência, sobretudo porque Portugal foi mais ousado na segunda parte. Muito bem, pouco depois de ter entrado, a fechar o ângulo para o remate de McTominay na linha de fundo.
Bernardo Silva (5) - Não atravessa também momento fulgurante de forma e, por isso, esperava-se que pudesse ser Francisco Trincão a entrar para o lugar de Francisco Conceição. Não entrou bem, mas depressa ganhou o ritmo ideal e, aos 70', teve um lance de génio, junto à linha de fundo, trocando os pés ao adversário direto.
João Félix(-) - Entrou ao minuto 88' para tentar o golpe de asa que os restantes não tinham conseguido até então. Não teve tempo para colocar em campo o seu reconhecido talento e nem parece que tenha entrado com a capacidade agonística necessária para jogar apenas dois minutos. E sim: entrou e Trincão ficou no banco.
Nélson Semedo () - Dois minutos em campo para mostrar (e mostrou) que Roberto Martínez pode contar com ele a 100 por cento. Sem possibilidade de dar nas vistas na área adversária, foi ainda muito útil na área de Diogo Costa.
Contrato termina em 2027, mas o rendimento do camisola 17 leva a que o processo de prorrogação já esteja a ser equacionado. Esquerdino atravessa melhor momento da carreira e é peça fulcral para Rúben Amorim