Da conquista da Taça de Portugal ao inferno dos distritais

Aves Da conquista da Taça de Portugal ao inferno dos distritais

NACIONAL22.02.202209:13

Sensivelmente quatro anos depois da brilhante conquista da Taça de Portugal na final com o Sporting (2-1), o Aves continua uma persistente luta pela sobrevivência.

O momento mágico construído em maio de 2018 foi de uma beleza incomparável, mas depois dessa façanha o clube passou por variações brutais face às dívidas acumuladas pela SAD e acabou por perder tudo, restando-lhe agora as grandes memórias dessa jornada de glória no Jamor.


Face aos graves problemas financeiros e respetiva perda de licenciamento federativo, a queda no inferno foi inevitável. Para se perceber a dimensão de tamanha despromoção, importa sublinhar que os avenses desceram ao quarto escalão competitivo da AF Porto, a 2.ª Divisão, o que em termos globais representa sete divisões de diferença para o campeonato maior. Sete!

A distância foi atenuada na época passada quando o Aves se sagrou campeão - venceu, na final, o Airães por 3-0 -, ascendendo à 1.ª Divisão portuense, mas mesmo assim os campeonatos nacionais ainda estão demasiado longe.


Como se não bastasse toda essa mudança brutal e a perda de característica, a Taça de Portugal que o clube venceu em maio de 2018 esteve desaparecida durante alguns meses, não tendo ainda o troféu sido  recuperado para a esfera do clube.


«A Taça desapareceu durante algum tempo, nunca chegámos a perceber o que se passou na realidade, mas sabemos agora que está nas mãos da Polícia Judiciária e que estará integrada no processo de insolvência da SAD», explicou Diogo Pereira, vice-presidente do clube para a área do futebol.  Já os troféus relativos às conquistas da Liga Revelação e da Taça Revelação em 2019, que muito orgulham os avenses, continuam na propriedade do clube.


Apesar de todos os episódios que deixaram o clube dilacerado e da viagem até ao fundo do poço, o Aves preserva uma olímpica dignidade.


«Ninguém contava chegar a este ponto, mas não podemos abandonar o barco e hoje começamos a ver uma luz ao fundo do túnel, as contas com o passado começam a ficar acertadas», assegura o líder do clube, António Freitas, que sentiu o baque de forma tremenda.


O dirigente, com 67 anos e uma vida inteira dedicada ao Aves, lamenta o colapso, mas por outro lado destaca a grandeza da resposta à crise dada por adeptos e simpatizantes do clube.


«Os avenses foram muito pacientes na pior fase».

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