E os três pontos saíram diretamente da... Bruma (crónica)
Bruma foi o herói dos bracarenses ao apontar dois golos (Foto Hugo Delgado/Lusa)

SC Braga-Maccabi Telavive, 2-1 E os três pontos saíram diretamente da... Bruma (crónica)

NACIONAL26.09.202423:13

Após exibição cinzenta, luso-guineense resgatou a vitória para os bracararenses mesma na reta final do encontro; SC Braga provou que é equipa que gosta de emoções fortes

Após um jogo em que a exibição bracarense andou demasiado tempo na bruma, com ideias demasiado cinzentas, pouca fluidez no ataque e alguma inconstância na defesa perante um Maccabi Telavive com um conceito de jogo bem interessante, a vitória e os consequentes três pontos no primeiro jogo da jornada de estreia na fase regular da Liga Europa saíram diretamente da Bruma, fruto dos dois golos apontados pelo luso-guineense, um a dois minutos do final do encontro e outro de penálti — duvidoso, diga-se — já na compensação, isto após os israelitas, um pouco antes, terem acertado na barra da baliza de Matheus.

Os bracarenses demonstraram que são adeptos de emoções fortes e após os três golos na fase final do encontro que deram o triunfo na Madeira, diante do Nacional, agora foram dois frente ao Maccabi a dar mais uma vitória que deixa toda a gente a sorrir, sobretudo o presidente António Salvador, que antes do encontro apontou como objetivo claro a passagem aos oitavos de final da competição.

O jogo começou complicado para os arsenalistas, que parecem não se ter detido um pouco no historial recente do Maccabi Telavive antes do jogo de ontem na Pedreira, consubstanciado em nove vitórias, um empate e uma derrota em onze jogos esta temporada.

Se havia uma fórmula que poderia resultar passaria por não deixar os israelitas ter bola, uma vez que estão muito habituados a isso, mas os bracarenses na primeira parte não o conseguiram, com a equipa liderada pelo sérvio por Zarco Lazetic a trocar o esférico sem grande pressão por parte dos bracarenses e com muitas aproximações à área contrária, enquanto os bracarenses se faziam valer da (pouca) inspiração dos seus jogadores, com o remate à barra de El Ouazzani (18’) a ser uma oásis num quase deserto de ideias portuguesas.

Assim, o lance que resultou no penálti a favor dos israelitas surgiu com pouca ou nenhuma surpresa para quem estava a assistir ao encontro, enquanto os guerreiros pareciam muito emaranhados nas suas conceções para o encontro.

Carlos Carvalhal claramente que teria outras ideias para o seu jogo 800 na carreira e ao intervalo procedeu a três alterações, promovendo a entrada de Gorby, Roberto Fernández e Gharbi para as saídas de Vítor Carvalho, El Ouazzani e Rafik Guitane.

Os minhotos subiram um pouco a linha e mostraram-se mais pressionantes, mas aí foi tempo dos israelitas baixarem o bloco sempre com o olho na baliza contrária, malgrado a boa exibição de Gharbi, que muito porfiou para que o desfecho fosse outro, tentando colmatar, na medida do possível, a ausência do grande criativo da equipa de Carlos Carvalhal, o uruguaio Rodrigo Zalazar, que, lesionado, se sentou na bancada, numa partida em que os bracarenses também não contaram com alguém que sabe tudo do jogo e que muito lhe poderia ter sido útil: João Moutinho. Mas Gharbi quis muito outro resultado e o SC Braga conseguiu. O triunfo não teve direito a nota artística mas valeu pela emoção e o final absolutamente de loucos. Valha-nos isso.