Conceição «completamente aziado» após jogo «contra mais do que um clube»
Foto LUSA/Manuel Fernando Araújo

Liga dos Campeões Conceição «completamente aziado» após jogo «contra mais do que um clube»

INTERNACIONAL04.10.202323:13

Surgiu com indisfarçável má cara na sala de imprensa e apontou o dedo à falta de maturidade que impede a chegada a outro patamar, bem como à arbitragem...

Sérgio Conceição surgiu na sala de Imprensa do Dragão como se tivesse vindo de um funeral, cabisbaixo, voz embargada, até mostrando dificuldades em lidar com 2 ou 3 questões de uma assentada, o que nem lhe é habitual. Antes mesmo de começar a falar a linguagem corporal já dizia tudo...

«Foi jogo muito bom, muito acima da média, da nossa parte. Entrámos com o onze do jogo passado, anulámos muitos dos pontos fortes do Barcelona e conseguimos provocar situações no último terço… Faltou alguma eficácia nossa e não nossa… mas no geral estou muito orgulhoso da forma determinada, ambiciosa e do trabalho que realizámos, mas isto é alta competição, temos de estar focados e concentrados o jogo todo e quando isso não acontece pagamos caro esses momentos em que cometemos erros não forçados», começou por dizer, logo aludindo ao erro que custou a derrota.

Elogiou o trabalho, entrega e determinação da equipa, mas faltou o que, identificou, a equipa mais precisava frente a uma equipa como o Barcelona: maturidade.

«Que falta ao FC Porto para ser equipa mais concretizadora? A cada ano temos de refazer a equipa e os inícios nunca são fáceis, faz parte da evolução de cada um dos jogadores, que depois torna o coletivo mais forte. É por aí, é por aí... toda a gente vê que fizemos um jogo excelente dentro da estratégia definida, ante clube com tanta qualidade individual, mas no fim deste jogo temos zero pontos, não fomos buscar nada, e a alta competição requer alta maturidade», apontou.

A seguir criticou a arbitragem de Anthony Taylor e fez trocadilho com o lema do Barcelona, mais do que um clube...

«Do árbitro, já disse na flash, já nem sei quantas foram…, disse que jogámos contra mais do que um clube e está tudo dito… Noutros anos falei e disse que éramos pequeninos na Europa, fui muito criticado, por isso limito-me a dizer isto», justificou.

Quando o tema foi o erro de Romário Baró que deu o golo ao Barcelona, a azia ainda ficou pior... «Como senti o Baró no final? Não senti, ainda não estive com ele», atirou. E nem respondeu quando lhe perguntaram o que tinha achado do aplauso do Dragão a Baró aquando da substituição... Foi um silêncio ensurdecedor...

A terminar, confessou o que já toda a gente tinha percebido quando lhe perguntaram sobre o tema da roda com os jogadores no final da partida.

«Já disse, dentro do que foi o meu discurso aqui, que estava orgulhoso, mas se queremos atingir patamar mais elevado não é a dedicação, a entrega, é o lado emocional, o estar ligado sempre ao jogo durante 98 ou 120 minutos… Frente aos melhores clubes do Mundo paga-se e isto deixa-me completamente aziado, é isto…», atirou, deixando depois a sala.