Começou a ser julgado em Londres processo da Premier contra o Manchester City
São imputadas, desde 2009, 115 alegadas infrações ao ‘citizens’. Pagamentos inflacionados da Etihad, e contrato de Mancini as mais ‘preocupantes’…
Começou esta semana no Centro Internacional de Resolução de Conflitos (IDRC), em Londres, a ser julgado o processo interposto Pela Premier League onde o Manchester City é acusado de quebrar ou contornar as regras financeiras da competição, criando condições para uma concorrência desleal com os restantes clubes. Este caso será decidido por um painel independente, formado por especialistas cuja identidade se desconhece.
Em causa estão 115 alegadas infrações cometidas pelos citizens entre 2009 e 20223:
- 54 por causa de falta de informação financeira (2009/18);
- 14 por falta de elementos precisos quanto a pagamentos a jogadores e dirigentes (2009/18);
- 5 por incumprimento de fair-play financeiro da UEFA (2013/18);
- 7 por incumprimento de regras de sustentabilidade financeira da Premier League ((2015/18);
- 35 por falta de cooperação com a Premier League nas investigações.
Do ponto de vista prático, as maiores vulnerabilidades do Manchester City parecem assentar no pagamentos alegadamente inflacionados feitos pela companhia de aviação Etihad ao clube (algo que será sempre de difícil prova), e ainda algumas dúvidas em torno da forma de pagamento do contrato do ex-treinador Roberto Mancini, que já tinham vindo a público nas publicações do Footbaleaks. O Manchester City tem contraposto tratarem-se de informações avulsas e descontextualizadas, mais a mais obtidas num contexto de roubo através de hackers.
Prevê-se que as reuniões do painel de especialistas do IDRC se prolongue pelo menos até ao fim de novembro, não havendo qualquer perspetiva de decisão antes do primeiro trimestre de 2025, sendo que as sanções, se existirem, podem ir de simples multas até subtração de pontos ou descida de divisão.
Da decisão que for tomada, não haverá recurso para o TAS, mas poderá ser convocado novo painel, com outros membros independentes, o que acarretará novamente despesas astronómicas, não só em custas., mas ainda em honorários dos causídicos. O Manchester City é defendido por Lord Pannick, que já foi advogado de Boris Johnson e Isabel segunda e cobra 5 mil euros por hora, e a Premier League, depois de numa primeira fase ter estado ligada à firma de advocacia Linklaters, deverá agora ser representada pelo especialista em direito desportivo Adam Lewis.
Um caso que tem todos os condimentos para arrastar-se no tempo como um dos grandes folhetins de 2025.