Carvalhal: «Ganhamos ao rival que tem feito excelentes partidas»
Treinador dos guerreiros salientou o bom resultado e exibição da sua equipa, referindo que fica com moral elevada para os próximos encontros; técnico recusou comentar arbitragem e ainda abordou a continuidade na aposta em Niakaté
Carlos Carvalhal, treinador do SC Braga, recusou comentar a arbitragem e as palavras do presidente do V. Guimarães, com críticas fortes ao trabalho de Fábio Veríssimo. O técnico de 58 anos explicou a nova mudança tática e também as alterações que promoveu logo ao intervalo. Carvalhal considera que a sua equipa foi superior em toda a partida e que cumpriu mais um objetivo, ou seja, marcar presença na Final Four da Taça da Liga.
Que comentário tem ao facto de ter assegurado a passagem à próxima fase, em mais uma reviravolta no resultado?
- Primeiro objetivo era mantermo-nos nas competições europeias, depois que fosse na Liga Europa, o seguinte era a Final Four da Taça da Liga e está conseguido. Uma primeira parte um pouco dividida, deixamos o adversário chegar à vantagem mas reagimos bem e fizemos o empate. Na segunda parte fomos melhores e tivemos claras oportunidades para chegar à vantagem e depois para aumentar a vantagem.
O que pretendia com as alterações logo ao intervalo? O que achou das palavras do presidente do V. Guimarães que criticou as arbitragem?
- Não falo de árbitros, já nos sentimos prejudicados e não me pronunciei. Quanto à primeira parte da pergunta, quisemos maior presença na frente com a entrada do El Ouazzani e um médio a mais, pois o Vitória de Guimarães estava a dificultar-nos a saída de jogo e precisávamos de mudar alguma coisa. O André Horta entrou muito bem e o Gabri também, todos os que entraram fizeram-no bem.
Voltou a mudar de sistema, pode dizer-se que tem um plantel que lhe satisfaz todas as necessidades?
- O que mudou significativamente foi o posicionamento no meio-campo, pois jogámos em 4x4x2 com o Ricardo Horta a jogar à frente dos médios para fazer a transição para o ataque. Depois a entrada do Zalazar foi para algo semelhante, ou seja, para estar presente junto ao avançado e a defender que funcionasse como terceiro médio.
Este triunfo traz moral extra para os próximos encontros?
- Sabemos o que sentimos e o que passamos depois do último jogo para o campeonato [derrota 0-2], pois foi uma ressaca complicada, com muita gente nova no clube e alguns elementos importantes lesionados. Ganhar é diferente, claro, já que ganhamos ao rival que tem feito excelentes partidas. Dá moral, mas pés bem assentes no chão, pois há um trabalho muito duro pela frente. Ainda há muito para se fazer e é preciso manter o foco, pois à mínima distração podemos escorregar.
Tem mantido a confiança no Niakaté, apesar daquela expulsão frente ao Bodo/Glimt?
- Imagine que era um estrangeiro e não conhecia o passado do jogador. Teve um deslize, sem dúvida, mas o comportamento antes e depois desse momento tem sido muito bom. Foi-lhe dada uma segunda oportunidade, pois não se deve sacrificar os jogadores. Temos de gerir as emoções e o valor dos jogadores. Já lhe disse que quando está concentrado é um enorme central.
Deu a entender que deu alguma liberdade ao meio-campo do Vitória de Guimarães. Foi propositado?
- Já estávamos à espera, pois jogaram de forma idêntica ao que fizeram aqui. Houve uma distração do Roger no primeiro golo, pois tinha de fechar a ala. É uma equipa de muita qualidade que por vezes baixa os homens da frente e assim perde jogadores na frente. O nosso trabalho passou por aí, ou seja, chamar esses jogadores a zonas de construção para não estarem presentes na frente de ataque.