Vítor Bruno fez antevisão do Estoril: «Três pontos contra eles valem o mesmo que três pontos contra o Benfica»

NACIONAL01.11.202400:15

Calendário apertado fez com que o treinador do FC Porto aproveitasse o final da conferência da partida contra o Moreirense para antecipar a projeção do próximo encontro da Liga, frente aos canarinhos, domingo

Em virtude da proximidade entre jogos o FC Porto anulou a conferência de antevisão ao jogo com o Estoril, que se disputa domingo. Vítor Bruno acabou por fazer a projeção da partida no Municipal de Aveiro.

- Que opinião tem do Estoril e que preparação é possível fazer em tão curto espaço de tempo?

- Obviamente não temos capacidade para dar muito volume e intensidade nestes dois dias de análise, é tudo muito estratégico, muito tático. Muito lançado em base de vídeos, de análises, de reuniões individuais, setoriais. É rentabilizar o tempo. Não nos esquecemos nunca de que quando jogámos contra o Estoril tiram-no seis pontos no campeonato e da também da Taça da Liga. Isso para nós tem de ser um sinal de alerta.

 - Falando do Alan Varela, está com quatro amarelos. É algo que o preocupa para o jogo contra o Benfica?

- Queremos sempre ter os melhores jogadores para todos os jogos. Agora, nós não atropelamos adversários, olhamos para cada um deles com o olhar certo e com a atenção que nos merecem, porque os três pontos contra o Estoril representam os mesmos contra o adversário seguinte, o Benfica, neste caso. Se fizermos uma retrospetiva, no ano passado perdemos pontos não com os grandes, mas equipas de outra dimensão. Por isso, se olharmos para o Estoril de forma diferente do que olhamos para o Benfica, corremos o sério risco de não ficarmos satisfeitos no final. Se o Alan tiver de ir a jogo, vai.

 - Entre aquilo que foi o jogo em Vila das Aves o que pensa que pode acrescentar em termo táticos para o Estoril?

- Estão a comparar as duas equipas? Uma equipa mais fechada? Sim, mas isto faz parte das bases de crescimento de uma equipa. Nós queremos andar sempre perto da perfeição e isto requer tempo. Eu sei que o tempo no futebol não existe, é tudo para o ontem. Quero que a equipa tenha o patamar de rendimento elevado, ganhe sempre o próximo jogo com excelência e faça exibições magníficas em todos os jogos. Os jogos que fizemos deram-nos o hábito de enfrentar linhas com 5 homens. Cabe-nos antecipar esses cenários e levar o jogo para outra dimensão diferente que possa surpreender o adversário.

- Este ciclo muito exigente encerra com o Benfica. Como treinador gosta de ciclos assim?

- Aqui a exigência é muito alta. Acredito também que a exigência dos jogadores dentro daquele balneário é um bocadinho mais e que gostam de competir entre eles, mas competir com jogadores também de alto nível. Só dessa forma podem crescer. Não é na facilidade que se cresce, é na dificuldade e há uma oportunidade de crescimento. E olhamos para este jogo sempre como uma oportunidade. Em competições diferentes, é verdade.

- Tem uma explicação para o fosso a que se assiste na Liga entre os três crónicos candidatos e as restantes equipas?

- Isso daria pano para mangas, como costumamos dizer. Essa clivagem é feita muito com os resultados. Olhamos para a classificação e percebemos que há um fosso grande. Há questões orçamentais, o que acontece cá, pode acontecer lá fora quando encontramos equipas com mais poderio. Só conseguem equilibrar os pratos da balança com o trabalho diário. Há equipas que já trocaram treinador, tudo isso não ajuda a que tenham estabilidade.