Brasil volta à competição mas com duas baixas extrafutebol
Antony, avançado do Brasil - Lucas Figueiredo/CBF

Brasil volta à competição mas com duas baixas extrafutebol

INTERNACIONAL07.09.202311:56

Antony e Paquetá de fora da lista do estreante Diniz. Violência doméstica e apostas ilegais no caminho. Jogo com a Bolívia na madrugada inicia qualificação para Mundial-2026

Depois da eliminação para a Croácia nos quartos de final do Mundial do Qatar, o Brasil volta a competir, a sério, frente à Bolívia, na próxima madrugada (01:45, hora de Lisboa), já a pensar no Mundial seguinte, de 2026. Mas com duas ausências importantes: de Lucas Paquetá e de Antony, ambas por problemas extrafutebol, situação que ligou o sinal de alarme na Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Paquetá é investigado por apostas de familiares em jogos nos quais esteve envolvido, motivo pelo qual, além da ausência da seleção, viu cancelada uma transferência para o Manchester City. Em rigor, o médio do West Ham não foi chamado porque o escândalo rebentou horas antes da divulgação da lista mas Fernando Diniz, selecionador interino, admitiu que ele fazia parte dela.

Diniz, cuja estreia como selecionador em part time (é treinador do Fluminense) até à suposta chegada de Carlo Ancelotti, do Real Madrid, foi ofuscada pelos casos, chamou ainda Gabriel Jesus para a vaga de Antony, acusado de ameaçar e agredir a ex-namorada. Ausentes por motivos apenas físicos, os convocados Vini Jr e Bento cederam o lugar a Raphinha e a Lucas Perri [ver caixa].

Com os casos de Paquetá e Antony em mente, os dirigentes da CBF querem agora fiscalizar com mais rigor todos os jogadores no radar da seleção para limitar desfalques por problemas fora de campo. Antes destes casos, a CBF já lidara com o de Neymar, acusado de agressão a uma mulher nas vésperas da Copa América de 2019. E, recordemos, o lateral Daniel Alves foi preso dois meses depois de ter sido convocado para o Qatar.

Diniz, entretanto, terá dificuldade para escolher um onze, a começar pela baliza. Alisson vem sendo dono da posição mas Ederson é especialista com os pés, característica a que o selecionador, adepto do futebol de pé para pé, dá particular atenção. Sem Militão, lesionado, o central Marquinhos será acompanhado por Gabriel Magalhães, enquanto, à direita, Danilo é dono do lugar, e, à esquerda, Renan Lodi deve ganhar duelo a Caio Henrique.

Bruno Guimarães vai acompanhar o indiscutível Casemiro, atrás de Neymar, cuja condição física pode impedir a sua atuação por 90 minutos, e de Raphinha, ambos nas alas. No ataque, Rodrygo e Richarlison devem jogar, segundo revelam os treinos realizados em Belém, cidade sede do jogo atingida por uma onda de apoio ao novo ciclo da seleção depois de dois mundiais sob a supervisão de Tite.

O próximo duelo dos canarinhos é no Peru, já na madrugada de quarta-feira em Portugal, para a segunda jornada da fase de qualificação sul-americana. Desta vez, os seis primeiros do grupo de 10 seleções qualificam-se diretamente para o Mundial e o sétimo disputa o play off intercontinental. Ou seja, com apenas três eliminados em dez, o apuramento será, à partida, um passeio para o Brasil e para a campeã mundial Argentina.

Com Perri, Fogão regressa à seleção

O Botafogo festejou a convocatória do guarda redes Lucas Perri, em substituição do lesionado Bento, jogador que esteve na agenda do Benfica, pelo treinador Fernando Diniz. Com a chamada do atleta, o atual líder do Brasileirão volta a ter um jogador na seleção quatro anos depois. O anterior escolhido, por Tite, havia sido Marcinho, lateral hoje no América Mineiro cuja carreira decaiu desde que em 2020 foi condenado por atropelar, em excesso de velocidade, um casal, no Rio de Janeiro. No entanto, o Fogão, hoje dirigido por Bruno Lage, continua a ser o clube com mais jogadores cedidos aos canarinhos em mundiais, com 47. “É um clube de massa que está se reerguendo, estou muito feliz por representá-lo”, disse Perri.

Jogo com Portugal é uma possibilidade

Depois de levantar o troféu de campeão em 2002, o Brasil foi eliminado dos mundiais por França, Holanda, Alemanha, Bélgica e Croácia, respetivamente. Enfrentar rivais do Velho Continente é, por isso, prioridade para a CBF no ciclo que se avizinha mas encontrar datas compatíveis não se antevê fácil. Ainda assim, na data FIFA de março já há jogo marcado com Espanha. O outro, esperam os responsáveis, será com Inglaterra ou Portugal. Depois do Mundial do Qatar e da demissão de Tite, o Brasil disputou três jogos com africanos, já em 2023, sob o comando do selecionador olímpico Ramon Menezes. Venceu a Guiné mas foi batido por Marrocos e, em Alvalade, pelo Senegal.

0