Brasil: Caixinha conta a A BOLA segredos do vice-líder RB Bragantino
Pedro Caixinha, treinador do RB Bragantino
Foto: IMAGO

Brasil: Caixinha conta a A BOLA segredos do vice-líder RB Bragantino

INTERNACIONAL07.10.202309:26

Pedro Caixinha faz visita guiada à equipa que mais remata e menos perde no Brasileirão

Bragança Paulista pode ser a menor de todas as cidades com clube na Série A, a única que não é capital estadual, nem tem aeroporto próprio, mas é lá, 88 km a norte de São Paulo, que mora o segundo classificado do Brasileirão, o Bragantino, equipa mais difícil de bater na prova, só quatro derrotas e à frente de colossos como Grêmio, Palmeiras, Flamengo ou Fluminense e atrás apenas - sete pontos - do líder Botafogo, após 25 jornadas. 

A comandar a equipa sensação do Brasil, o português Pedro Caixinha faz a A BOLA uma visita guiada pelo onze titular, divulga o mote da equipa, analisa números e fala do projeto ao qual está ligado contratualmente até final de 2024: «Claro que as ambições desportivas e o dinheiro são fatores que importam, mas que não consigo controlar, por isso quero viver o aqui e o agora, dedicado à causa, ao dia a dia, ao treino a treino, ao jogo a jogo.» 

E jogo a jogo o Bragantino foi escalando posições até ao segundo lugar da tabela, a 13 jogos da meta. «Segundo lugar? Continuo a guiar-me só pela média de pontos conquistados: está em 1,8 e o nosso objetivo no início da época era algo entre 1,43 e 1,54». E não faz sentido falar em corrida ao título porque, lembra Caixinha, «antes do jogo com o Palmeiras estavam 42 pontos em disputa, tantos quantos os pontos conquistados, ou seja, 13 jogos no Brasileirão são uma imensidão, o que temos de fazer é continuarmos a trabalhar forte para estarmos bem-preparados». «Um dos nossos lemas é ‘temos a bola, atacamos o golo, não temos a bola, atacamos a bola’ e, segundo os dados recolhidos, somos a equipa que mais recupera a bola no campo adversário - o ataque à bola - e a equipa que mais remata - o ataque ao golo», conta. 

Números do Observatório de Futebol colocam ainda o Bragantino como o clube do Brasileirão mais dominante em remates na área, em passes e em passes no último terço. Outro dado que agrada a Caixinha: a sua equipa é a única que ainda não sofreu golos nos períodos de compensação, da primeira e da segunda metades. «Tudo isto repetindo o onze só três vezes», destaca. «Também gosto de sentir que tenho um onze base, um onze titular, que as sociedades entre os jogadores se começam a solidificar, mas nem sempre tem sido possível por causa de lesões e de castigos», junta. 

«Mas jogamos num 4x3x3, com o guarda-redes Cleiton, Aderlan à direita, às vezes tem jogado o Hurtado, e o Juninho Capixaba à esquerda, um lateral que foge ao convencional porque também constrói». «Aquelas lesões e castigos atingiram-nos sobretudo no centro da defesa: já usámos oito duplas! O Natan saiu para o Nápoles, houve lesões do Eduardo, até do Cipriano, que veio dos sub-23, o Luan Patrick já jogou com todos os demais, mas agora nos últimos jogos conseguimos estabilizar com o equatoriano Leo Realpe ao lado da nossa referência, o Léo Ortiz, que quase foi ao Mundial 2022 chamado pelo Tite». «No meio-campo, vêm jogando o Jadsom e o Matheus Fernandes e à frente o Lucas Evangelista [líder de assistências do Brasileirão ao lado de Hulk, do Atlético Mineiro, e de Suárez, do Grêmio]». 

«O nosso ponta de lança é o Sasha, um homem golo mas muito móvel, e nas alas têm sido titulares o Helinho e o Vitinho, que são quem nos dá a largura». Para a boa campanha, sobretudo no último trimestre, conta muito a diminuição do número de lesões. E, para a redução do número de mazelas, conta a diminuição no número de jogos e de competições. «As eliminações do Paulistão, da Copa do Brasil e da Sul-Americana abalaram-nos mas libertaram-nos». Agora é focar no Brasileirão e evitar euforias. «Se é fácil? O plantel está empolgado, as pessoas que trabalham aqui também, os adeptos idem, mas, como líder, compete-me gerir as expectativas e ser realista - mas um pouco sonhador também, porque não...», conclui.