Bernardo Vital: «Estamos na reta final e temos de dar o dobro»
Bernardo Vital, do Estoril Praia, controla a bola em jogo pela Liga de futebol. Foto: Guelber Goes/Imago.
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Bernardo Vital: «Estamos na reta final e temos de dar o dobro»

NACIONAL27.03.202420:08

Em conversa com A BOLA, o central vincou o foco do Estoril em enfrentar com ambição as últimas oito jornadas da Liga; foi determinante na carreira dos 'canarinhos' na Taça da Liga e promete tudo fazer para que estes garantam a manutenção no principal escalão

Na luta pela manutenção, o Estoril encara as últimas oito jornadas da Liga contando com a consistência do coletivo e referências como Bernardo Vital, um dos seus capitães que, em conversa com A BOLA, analisou a temporada até então realizada pelos canarinhos e os altos e baixos que esta já conheceu, encarando-os «de forma natural» e apostado em manter a equipa numa bitola elevada, começando já este sábado na receção ao FC Porto.

Aos 23 anos, é um dos capitães de equipa do Estoril. Este é um objetivo concretizado para si?

O Estoril é o meu clube de formação e é sempre importante, algo que ambicionava quando estava nas camadas jovens, conseguir afirmar-me na equipa principal e poder já ser capitão com esta idade é sempre um motivo de orgulho para mim, no percurso que tenho feito no clube. Acabo por sentir que estou a fazer bem o trabalho e acabo por retribuir o que o Estoril fez por mim e a aposta que teve em mim e acho que o meu rendimento e essa importância que hoje tenho no balneário é consequência do bom trabalho.

O Estoril começou a época a jogar com uma linha de quatro defesas, depois mudou para três centrais. Este sistema adequa-se na perfeição ao seu perfil e ajuda-o a amadurecer?

Sim. Na minha ainda curta carreira até agora (risos), sempre joguei numa linha de quatro e agora estamos a fazer uma linha de cinco. Sinto-me tranquilo a jogar das duas maneiras e ainda esta época começámos a jogar com uma linha de quatro, agora jogamos com uma linha de cinco…acho que é um sistema que a equipa absorveu bem, percebemos bem as dinâmicas que o mister Vasco e a sua equipa técnica queriam e eu, individualmente, sinto-me bastante confortável a jogar nesta linha de cinco.

O Estoril tem protagonizado uma época de altos e baixos, com picos e frustrações. Encara essa situação com naturalidade?

Acho que esse é um ponto fundamental, é encarar as situações e as nossas fases de forma natural. Quando estamos numa onda de vitórias e de boas exibições, não entramos num sentido em que relaxamos porque estamos a atingir resultados, há sim que continuar o trabalho, nem quando os resultados não aparecem nós entramos em depressão. Há que sempre manter um equilíbrio, tanto emocional como no trabalho e focados no dia-a-dia, treinarmos no nosso limite, porque é o que vai continuar a dar-nos vitórias.

A retoma da Liga irá fazer-se com uma receção ao FC Porto, um adversário que o Estoril irá defrontar pela quarta vez e venceu dois desses encontros. Há margem para voltar a surpreender um adversário com esse poderio?

Estamos a preparar este jogo como preparámos o primeiro desta época. Como é óbvio, já conhecemos melhor o adversário porque já tivemos mais jogos ao longo da época contra eles, mas o foco da preparação vai ser o mesmo: tentar descobrir e identificar os pontos fortes deles e anulá-los, fazer um jogo muito compacto e seguro e no fim fazem-se as contas.

Como perspetiva o final de época? Quanto melhor será o rendimento do coletivo, melhor será para o Bernardo Vital e as suas metas pessoais?

Claro que o principal é o coletivo e o individual também é o Estoril permanecer na Liga, mas acho que se cada um de nós se exibir a um nível alto, os resultados coletivos irão aparecer e acompanhar. Isso é que é o mais importante neste momento, esta é a altura de trabalhar ainda mais, estamos na reta final e temos de dar o dobro do que demos até aqui, ser muito competentes e exibirmo-nos a um nível muito alto para continuarmos a ser escolha do mister.

Saída para Itália esteve próxima

Bernardo Vital esteve muito perto de sair no encerramento desta última janela de mercado, rumo ao Hellas Verona, de Itália. O compromisso e o amor ao clube acabaram por falar mais alto e o central continua a dar tudo pelo clube onde se formou. «Claro que falou o amor pelo clube, o gosto pelas pessoas que nele trabalham, mas também o meu profissionalismo e o que sou. Esta é a minha mentalidade, independentemente de hoje estar no Estoril ou dentro de cinco anos estar noutro clube qualquer», assinalou Vital.


«Essa vai sempre ser a minha forma de trabalhar por ser profissional. As coisas poderiam ter acontecido, é verdade, não aconteceram e há que encarar isso da forma mais natural e ser o mais profissional possível. No futebol, não há tempo para pensar no passado – se a proposta apareceu, foi porque estava a fazer algo bem e se quiser que mais propostas destas aconteçam, tenho de continuar a fazer bem as coisas para conseguir alcançar os meus objetivos», declarou, satisfeito pelo interesse.

O penálti decisivo contra o Benfica

Bernardo Vital foi, no Estoril, dos que melhor aproveitaram a montra da participação na Taça da Liga, na qual os canarinhos chegaram até à final, e protagonizou um momento simbólico para o clube ao bater o penálti que permitiu afastar o Benfica e garantir o acesso ao jogo decisivo. Momento que este não mais esquecerá: «foi um sentimento único, os dias da final four foram especiais e esse foi um dia especial, ter conseguido marcar o penálti que nos colocou na final foi muito importante», admitiu.