Benfica: Tudo o que Roger Schmidt disse antes do jogo com o Famalicão
Treinador feliz pelo fim das pausas para as seleções este ano; «Queremos ganhar a Taça», disparou
- O que podemos esperar deste regresso à competição contra o Famalicão, num jogo da Taça de Portugal, depois da pausa para as seleções?
- Em primeiro lugar estamos felizes por voltar a jogar e, para ser honesto, estou muito feliz por esta fase das pausas internacionais ter acabado, porque é muito exigente para toda a gente, especialmente para os jogadores, são três semanas no clube, depois duas nas seleções, outra vez três no clube. Estou feliz porque, agora, podemos estar concentrados 100 por cento no Benfica até março. Nos próximos meses, jogaremos apenas pelo clube, isso é bom para nós, para ganhar um bom ritmo e melhorar. Isso é muito bom. Temos o primeiro jogo depois da última pausa das seleções este ano e é um jogo da Taça. Estamos felizes por jogar em casa, mas jogamos contra uma equipa muito boa, que está a fazer uma boa época, uma equipa muito compacta e disciplinada taticamente, que não sofreu muitos golos e é perigosa no ataque. E trata-se de um jogo da Taça. Jogos da Taça têm sempre histórias especiais, mas temos objetivos ambiciosos, queremos ganhar a Taça esta época e estamos preparados para jogar amanhã e qualificar-nos para a próxima eliminatória.
- Tendo em conta a exibição de João Neves no último dérbi, considera que foi um erro colocá-lo a lateral? Ainda é hipótese para lateral?
- Tivemos alguns problemas para resolver na equipa. Temos de encontrar a melhor solução para cada jogo. Fizemos três jogos com três centrais, com Fredrik [Aursnes] e João [Neves] nas laterais. Acredito que funcionou muito bem em dois jogos, com a Real Sociedad foi diferente, não apenas por isso, a abordagem não foi perfeita e perdemos. Voltámos ao esquema tático habitual com o Sporting, é a esse esquema que estamos habituados, aos detalhes táticos, com os quais os jogadores se sentem muito confortáveis. Tivemos de encontrar um nova solução, jogámos com Morato a lateral-esquerdo e o João Neves ficou disponível para jogar como médio-centro. Não faz muito sentido olhar para trás, porque tenho de tomar sempre decisões e encontrar a melhor abordagem antes dos jogos, também fazer as mudanças certas durante os jogos. Claro que João Neves é mais um médio-centro que um extremo ou um lateral, isso é muito claro. Mas como treinador tenho de ser flexível e criativo. João Neves é um jogador tão bom em tudo, qualidades técnicas e estratégicas, inteligência… Esse tipo de jogadores pode jogar quase em qualquer posição. Fredrik Aursnes tem desempenhado diferentes funções muito bem. João Neves, claro, é um jogador que podemos meter em qualquer lado que vai jogar bem em qualquer lado. Mas, claro, queremos os jogadores nas melhores posições e, às vezes, não é possível, como expliquei. Mas é mais um médio-centro que jogara para as alas. Isso é muito claro.
- Qual a sua opinião sobre o castigo aplicado pela UEFA ao Benfica, que não poderá ter adeptos no próximo jogo fora com o Salzburgo?
- Claro que não é bom [jogarmos sem adeptos fora em Salzburgo]. Já aconteceu uma vez com o Inter. Claro que precisamos dos nossos adeptos. Aquilo que fizeram não foi bom, porque o estádio tem de ser um local seguro para todos. Podemos apoiar, competir em campo e nas bancadas, mas sem qualquer perigo para as pessoas. O que se passou lá [San Sebastián] é impossível de acontecer. Fomos castigados. Todos os nossos adeptos foram castigados por causa dos poucos que fizeram aquilo. Isso não é bom e tornará as coisas mais difíceis em Salzburgo.
- Na última época criticou o VAR, disse que não faz sentido no Benfica e que poderiam acabar com o VAR. Tendo em conta que o videoárbitro validou, no dérbi, um golo que seria invalidado em campo, mudou a opinião?
- Não mudarei a cada semana a minha opinião sobre o VAR, seja beneficiado ou prejudicado. Independentemente disso, essa mantém-se a minha opinião. Depois de quatro ou cinco anos após a introdução, o VAR não é positivo para o futebol. Preferiria que o árbitro auxiliar tivesse tomado a decisão certa em campo. Quando os árbitros e árbitros auxiliares são mais responsabilizados, sabendo que não há VAR, decidiriam, nalgumas situações, de forma diferente, assumiriam a responsabilidade, como aconteceu em 100 anos de futebol. A minha opinião nada tem a ver com o último jogo.
- Qual é a situação dos lesionados? Kokçu, por exemplo, está de regresso. Os adeptos já viram tudo o que ele pode oferecer?
- Estamos muito felizes por Orkun [Kokçu], está a treinar-se outra vez com a equipa desde quarta-feira. Precisa de mais tempo para estar a 100 por cento, mas está pronto para fazer parte da equipa amanhã e para jogar alguns minutos. Nas próximas semanas teremos de ajudá-lo para chegar à forma que tinha quando chegou ao Benfica. Jogou muito bem no início da época, é um jogador que tem muita influência no nosso jogo, toma decisões muito boas em campo. Estamos felizes por não sentir já qualquer dor, está recuperado, mas, claro, precisamos de alguns jogos para que esteja a 100 por cento.