Benfica: tudo o que disse Rui Costa sobre as vendas, contratações, contas, assembleias gerais
Entrevista completa do presidente do Benfica
— Qual foi a estratégia que esteve subjacente que conduziu a este plantel?
— Um pouco o que tentámos criar desde o início do mandato. Desde logo um plantel de qualidade, esse é um ponto assente, um plantel de qualidade que tivesse vários itens: curto, mais uma vez de 25, com forte presença da formação, temos oito ou nove se contarmos João Rêgo, que trabalha com as equipas A e B, de qualidade, homogéneo, competitivo, mais competitivo que no ano passado, equilibrado dos pontos de vista desportivo e financeiro. Acredito que, numa análise geral, colmatando saídas, apetrechando em vários setores, conseguimos o que pretendíamos. Vejo um plantel forte e competitivo, muito equilibrado, dois jogadores por posições no mínimo, todos prontos a assumir a titularidade. Era isso que nos guiava, procurando dar mais equilíbrio em relação ao plantel da época passada.
— Pensado para competições internas e externas.
— Temos cinco competições, três nacionais e duas internacionais, sabemos da exigência da época e de representar este clube e procurámos que este plantel esteja pronto para as competições e exigências do clube. Olhando o plantel, apetrechámo-nos bem, colmatámos as saídas e criámos uma competitividade diferente. Temos um trabalho bem realizado, obviamente serão os resultados que ditarão se está bem ou mal feito.
— Que explicação dá para a saída de João Neves? O jogador disse que não queria sair e o clube disse que queria que ele não saísse.
— Tanto eu como o Joãozinho tivemos oportunidade de explicar, na altura, a ideia das duas partes e o que nos levou a esta saída. Evidentemente quando se fala de um jogador com o carisma do João e da formação é sempre uma dor. Não vou estar a embelezar as coisas. É sempre uma dor perder um jogador como este. Fomos rejeitando propostas que chegaram mais cedo e de menor volume. Quer nós quer o João. Fomos fazendo subir as propostas. As primeiras eram inaceitáveis para nós. Chegámos a um valor inevitável para os dois lados. O João também não queria sair, tem um sentimento tremendo pelo Benfica, mostrou isso dentro de campo, mas há números que há números inevitáveis para jogador e clube. Podemos pintar as coisas como quiserem, mas a verdade é mesmo esta. Em relação ao valor de venda de €60 milhões, que chegará certamente aos €70 milhões, e muito foi falado sobre o valor, que não seria o indicado… mas há que ter atenção a variadíssimas coisas: quando se trata de um jogador com o carisma do João e vindo da formação, todos achamos que esse jogador não tem preço, ponto número 1; mas temos de olhar para o mercado e perceber como está a funcionar. Não quero mentir mas este foi o mercado mais baixo desde 2016/2017. É o primeiro anos desde essa época que não houve uma transferência acima de €100 milhões. Não estamos aqui para bater recordes, apenas estamos aqui para valorizar os nossos jogadores. Neste mercado, a transferência mais alta é de um avançado, campeão do mundo, que vai para o Atlético Madrid por €85 milhões. Temos de perceber em que ponto está o mercado. Se noutro ano os €60 milhões, que estou certo chegarão aos €70 milhões, poderia considerar-se um valor mais baixo, na atualidade – e o mercado tem tendência a baixar – a transferência de €60 milhões mais €10 milhões está no top 5 das transferências mais altas. Se chegar aos €70 milhões será a segunda mais alta. Dito isto, quero deixar claro só estou a explicar em que ponto está o mercado, não para dizer que queremos bater recorde de vendas, não é esse o nosso objetivo, o nosso desejo é não vendê-los. Este preço no atual mercado é extremamente alto, daí Benfica ter aceitado esta proposta e o João também ter aceitado a proposta do PSG porque em termos salariais era mais-valia muito alta. Custa sempre partir os nossos meninos, mas são necessidades às quais não podemos dizer não, tanto de um lado como do outro.
— Marcos Leonardo chegou em janeiro. €40 milhões apresentados foram irrecusáveis?
— É uma situação diferente, tem a ver também com uma estratégia desportiva, a formação do plantel. Entendemos reforçar a posição de ponta de lança, contratámos o Pavlidis, mas parece que tem justificado, e de que maneira, a aquisição. Numa equipa que está apontada a jogar com um avançado, um mais um, no máximo dois, a estratégia foi ficar com dois pontas de lança de área, mas um que pudesse fazer as duas posições, a posição de nove e meio mais a posição de 9. Daí a contratação de Amdouni. E não iríamos ficar com os todos os pontas de lança. É por isso que sai o Marcos no final do mercado e o Casper durante o mercado. Ficámos com Pavlidis, Arthur Cabral e Amdouni para fazer as duas posições. Fomos recusando propostas pelo Marcos Leonardo até ao ponto que chegou uma de €40 milhões e, sejamos claros, apesar de considerarmos a mais-valia do jogador e a margem de progressão elevada, essas margens só acontecem se jogar. Ter no plantel um jogador pelo qual há uma proposta de €40 milhões e ele correr o risco de jogar pouco… era quase inevitável aceitar a proposta de €40 milhões por jogador que estava a ser suplente.
— O que pode dizer da saída de Neres para o Nápoles?
— Neres, apesar da qualidade inegável e de tudo o que fez de bom, não deixa de ser um jogador de 27 anos que nestes últimos dois anos oscilou muito a titularidade com a não titularidade. Jogador extraordinário, sim, mas com esta oscilação. Já no ano passado houve propostas para ele e houve alguma ideia dele de mudar de ares. Na altura pensámos que o melhor seria ele continuar. Este ano houve mais propostas até chegar a do Nápoles, que começou mais baixa até aos valores que se conhecem. O campeonato também lhe agradava. Entendemos que no plantel teríamos outras opções ou poderíamos ter outras opções. A saída dele implicou a vinda do Kerem [Akturkoglu], um jogador que faz os dois flancos, ao contrário do Neres que gosta de jogar mais pela direita. Acabámos por aceitar a saída, por um valor substancial por um jogador de 27 anos que não era titular indiscutível. Foi bom para os dois lados e procurámos uma solução diferente.
— Saída de Morato para Inglaterra.
— É um jogador criado por nós, deu-nos bastante, no ano passado até foi muitas vezes sacrificado jogando numa posição que não é a sua e correspondeu sempre com a máxima abnegação. Mas aqui temos de fazer sempre contas. Gostava que as pessoas percebessem esta parte: quando se fala de vendas parece que estamos aqui a querer vender. Tudo tem significado. Com a continuidade de Otamendi, a afirmação clara de António [Silva] e a ascensão de Tomás Araújo Morato arriscava ser o quarto central. E o quarto central num plantel faz mais bancada do que banco. Se é verdade que há dois anos tinha uma projeção diferente, os jogadores só têm valor de mercado quando jogam. Entendemos não desvalorizar o ativo e não prejudicar a carreira dele mantendo-o como quarto central. Plantel fica com os três centrais que referi e com a subida de um da formação, à imagem do que aconteceu com o António, o Tomás e o Morato. Ficámos com quatro centrais, três da formação e mais o Otamendi como líder da equipa.
— João Mário.
— O João… [desabafo] foi dos homens mais extraordinários que apanhei enquanto profissional de futebol. E não posso deixar de dizer isso. Deu-nos muito enquanto esteve ao nosso serviço, influentíssimo no ano do título, mas que, como toda a gente assistiu, houve um elo que se partiu. Quer nós quer o jogador aceitámos que o melhor seria seguir caminhos diferentes. Não deixo de lhe agradecer tudo o que fez ao serviço do Benfica, todo o empenho que teve, desejando-lhe as maiores felicidades. Como foi bem visível alguma coisa partiu-se pelo meio e entendemos que seria o melhor para os dois lados.
— Paulo Bernardo e Jan Jevsenak.
— Foram feitas as operações para poderem prosseguir as carreiras. O Paulo Bernardo à imagem do que fizemos com o Jota há dois anos, com o mesmo clube [Celtic], reservando mais-valia futura. É uma operação mais baixa que o Jota, mas muito semelhante. Uma vez que os jogadores não estão a ser utilizados pelo Benfica, não cortamos as pernas aos jogadores e deixamo-los seguir as carreiras. O mesmo acontece com Jevsenak [Pisa].
— Sobre entradas. Começando por Pavlidis.
— Há que referir que fez mais golos na pré-temporada do que tem feito na temporada oficial, mas não deixa de ter prestações altíssimas, individualmente e para a equipa. Tem sido um jogador de grande sacrifício, que tem mostrado muita qualidade e os golos vão aparecer. Sempre fez golos. Houve necessidade de termos um ponta de lança que tivesse média de golos mais elevada que tivemos no ano passado. Isso não significa que os jogadores da época passada não tivessem qualidade, mas não estavam a fazer os golos que apontávamos. Havia essa necessidade de encontrar um ponta de lança com características diferentes, Pavlidis estava referenciado há muito tempo, por valores de mercado não conseguimos lá chegar, aproveitámos este ano. Estamos muito satisfeitos com ele, assim como com a dupla que criámos de números 9, Pavlidis e Arthur, ainda no último jogo marcaram. Estamos muito satisfeitos com ele. Tínhamos muita convicção neste jogador.
— Akturkoglu foi contratado nos últimos instantes do mercado.
— Foi nos últimos instantes mas não deixa de ser um jogador já visto e referenciado muito antes. Só chega no último dia do mercado por causa das novas leis de imigração. O Kerem entra muito no que disse sobre o Neres. Perdemos o Neres, um criativo que privilegiava mais jogar pelo lado direito, e precisávamos de um jogador com as características de criador, desequilibrador e que fizesse mais de uma posição. Há pouco a dizer da chegada do Querem, deixou marca nos três jogos que fez e esperamos que continue assim. Vai ao encontro do equilíbrio do plantel: sentíamos que do lado esquerdo tínhamos menos criadores do que queríamos. O Fredrik [Aursnes] jogava muitas vezes nesse flanco e, assim, está libertado para outras posições. Temos o Schjelderup, em quem apostamos muito, mas ao mesmo tempo entendemos que não é ainda o caso de lhe darmos a responsabilidade, como Prestianni e outros jovens talentosos, que não têm ainda a obrigatoriedade de serem os responsáveis pelo sucesso da equipa. Com estas medidas não só criamos uma equipa para o presente como estamos a preparar o futuro com jovens que, tenha a certeza, irão lá chegar, mas que não têm a responsabilidade de serem os abre-latas da equipa.
— Da Alemanha vieram Beste e Barreiro. Situações diferentes.
— Um dos problemas bem identificado no ano passado estava nas laterais, era necessário completar as laterais. Ficámos com o Álvaro Carreras, que está a afirmar-se cada vez mais e a ir ao encontro do conhecimento que temos dele, era preciso mais um jogador para esta posição, escolhemos Beste, um lateral muito ofensivo. Teve uma lesão que o condicionou na primeira parte na época, mas temos muita confiança nele. Tem as características que procurávamos. Sobre o Leandro… na época passada acabámos com três médios de raiz , já o conhecemos há muito tempo, iria ficar livre, conseguimos antecipar o mercado, falar com ele e a contratação foi facilitada porque nós o queríamos muito mas ele queria muito vir para o Benfica. Tem raízes portuguesas e uma grande paixão pelo Benfica. Foi uma contratação fácil nesse sentido. É um jogador de plantel, completou o meio-campo, setor que queríamos melhorar.
— Amdouni, Renato Sanches e Kaboré chegaram por empréstimo.
— Amdouni estava referenciado desde o ano passado, também, optou por ir para Inglaterra. Aproveitámos a equipa dele [Burnley] ter descido de divisão. É um jogador muito forte na zona ofensiva, pode fazer as duas posições de ataque, até pode fazer quase as quatro. Pode jogar, como agora no Bessa, na esquerda. Tem muita presença perto da área. Chegou na última semana de mercado, entretanto houve seleções, ainda está a conhecer os colegas, mas será, certamente, importante nesta temporada, esperemos nas próximas, porque tem opção de compra. Foi a única forma de o podermos trazer, não o pudemos trazer por inteiro. Fizemos empréstimo com opção de compra na esperança de que as coisas corram bem e que seja nosso jogador no fim da época.
— Quem conhece bem os cantos à casa é Renato Sanches.
— Não foi preciso apresentar-lhe os cantos da casa. Com a saída do João Neves havia uma necessidade a colmatar. Houve esta oportunidade de trazer outro jogador da casa. Apesar de os últimos anos do Renato não terem tido o mesmo fulgor de quando esteve no nosso clube, acreditamos, como disse na altura da contratação, muito nele. Renato tem uma fome muito grande de voltar a ser o Renato e uma fome muito grande de vestir esta camisola. Está aleijado, é um facto, mas tenho muita confiança que vá recuperar e que esta seja a casa ideal para ele recuperar e para nos dar muito porque sei com que sentimento é que ele joga com esta camisola. Estou muito confiante que vamos ter muito Renato este ano.
— Kaboré.
— É para preencher a parte de lateral-direito. Fizemos a época passada com o Bah, por opção própria, porque tínhamos soluções no plantel para fazer a posição. É jovem, vem sem opção de compra porque o Man. City não permitiu. Chegou agora, praticamente não conhece os colegas, há que ter um pouco de paciência. É jovem mas já fez um ano inteiro no Marselha, outro na Premier League. Sei que não entrou da melhor forma no primeiro jogo, fruto de muito nervosismo e da dificuldade de entrar naquele jogo que não estava fácil. Vamos ter paciência e esperar que cresça porque é um jogador com muita qualidade.
— Análise comparativa das verbas que entraram e saíram do Benfica.
— Foi um ano de vendermos mais do que comprámos, €144,7M de receita e €40 M de investimento, sendo que nestes 40 de investimento poderão ainda entrar jogadores que vieram emprestados e que têm opção de compra. Olhando para estes números, passo também a explicar aquele que foi o exercício do Benfica, tivemos um resultado negativo acima dos 30 milhões de euros, não vou estar aqui a embelezar as coisas, não é aquilo que nós pretendemos, no final de um ano ter resultados negativos, mas aquilo que as pessoas têm de perceber que os resultados negativos, sobretudo quando há vendas, dependem muito do timing da venda. Facilmente poderia estar hoje aqui com um resultado positivo, mas muito menor valor económico, e preferimos, optámos, de forma muito racional, ponderada, em prescindir do resultado e trabalhar muito melhor em termos económicos, do que propriamente apresentar resultados positivos e perdermos muitos milhões de euros pelo facto de vendermos mais cedo ou vendermos à pressa. O mercado este ano começou muito tarde, fruto do Campeonato da Europa e da Copa América, foi um mercado que começou muito tardiamente, e não fizemos nenhuma venda até 30 de junho, e dai o resultado negativo acima dos 30 milhões que facilmente poderia ser colmatado… por exemplo se tivesse aceitado a primeira proposta pelo João Neves. Teríamos um resultado positivo, mas muitos menos milhões para aquilo que é o nosso objetivo económico. Como tal, e digo isto não para justificar, ou como desculpa, mas para tranquilizar os sócios do Benfica: não estamos aqui sem saber o que estamos a fazer e foi um ano que optámos assim. Se tivesse aparecido uma venda mais concreta até 30 de junho o resultado tinha sido positivo, mas nós preferimos alongar o mercado, para alongar também as verbas e valorizar ainda mais os nossos jogadores. Dito isto, não fizemos um resultado positivo este ano, com os valores que fizemos encaminhámos o resultado do próximo ano. Portanto, quer em termos de fair-play financeiro, que já se ouve falar muito de fair-play financeiro e qual é o problema do Benfica com o fair-play financeiro… a parte económica do Benfica está estável, não há problema absolutamente nenhum com o fair-play financeiro do Benfica e os sócios nesse aspeto podem ficar descansados.
— Comissões.
— Fala-se sempre das comissões e é sempre um tema muito crítico, que suscita sempre muitas dúvidas, e faço sempre questão de explicar todas as comissões que são pagas nas transações do Benfica. As indicações da FIFA são 10 por cento nas vendas e nós mais uma vez, mais um ano, estivemos abaixo desses 10 por cento. Finalizámos o mercado, em termos de vendas, com 8.9. As pessoas muitas vezes pensam porque é que o Benfica tem de estar a pagar comissões se os jogadores transferidos, mas essas comissões estão contratualizadas. Não pagamos comissões sem elas estarem contratualizadas. E as equipas desta dimensão não conseguem ter jogadores sem que os agentes contratualizem as saídas dos seus jogadores, daí nós pagarmos os 10 por cento, ou abaixo dos 10 por cento até, como aconteceu mais uma vez este ano, sobre as saídas. Já sobre as entradas, pagámos zero, uma vez mais; não tivemos nenhum encargo com as entradas, é uma das políticas que nós implementámos, pagar o menos possível nas entradas, e o resto que pagamos é sobre os contratos dos jogadores. É uma comissão sobre os contratos dos jogadores e isso não é feito no Benfica, é feito em qualquer jogador do Mundo, em qualquer parte do Mundo, onde os agente têm sempre uma percentagem sobre o contrato do jogador. Fazendo aqui uma síntese, pagamos sobre os contratos de todos os jogadores, sobre as saídas fechámos o mercado com 8,9 [por cento] de comissões, sobre as entradas pagámos zero.
— Bruno Lage criou problemas na abordagem do mercado?
— Não. Desde logo, ele chegou e já tinha acabado o mercado. É evidente que quando se faz um plantel é com um treinador, e neste caso era Roger Schmidt o treinador e portanto foi feito um bocadinho à imagem de Roger Schmidt, mas ao mesmo tempo, conhecendo na perfeição Bruno Lage e o facto de ter vindo para o Benfica é essencialmente pela qualidade que eu reconheço em Bruno Lage, esse é o ponto número um, mas não deixa de ter alguma influência o facto de eu saber que este plantel também se moldava muito à imagem de Bruno Lage. Na altura da apresentação, o próprio admitiu, olhando para o plantel, que estava muito satisfeito, sei como ele gosta dos planteis montados, já trabalhámos anos suficientes para termos esse conhecimento, e este plantel podia, um bocadinho, até ter sido construído por Bruno Lage naquilo que são as características dos jogadores. Acho que ele está muito satisfeito com o plantel e agora é dar rendimento ao mesmo, e acho que ele está a conseguir dar.
— Que objetivos estão traçados para a equipa técnica nesta época?
— Para o Bruno Lage ou qualquer outro treinador, representar o Benfica, não é preciso uma carta escrita sobre aquilo que são os objetivos de um clube desta dimensão. Nós estamos em três competições internas e duas internacionais, evidentemente é lutar por todas elas, não temos outras alternativa quando vestimos esta camisola que não seja lutar afincadamente por todas elas. O Bruno está preparado para isso, sabe quais são os objetivos do clube, sabe perfeitamente o que é representar este clube e a exigência do mesmo, essa parte está mais do que esclarecida, nem é questão, representar o Benfica é para isso mesmo.»
— Que espera da próxima assembleia geral [sexta-feira]?
— É uma semana de duas assembleias, a primeira de estatutos. Era uma premissa minha e que já está a andar, está encaminhada. Quero fazer um reparo e um lamento sobre aquilo que se passou na última assembleia geral, a demissão do presidente da mesa da assembleia, o doutor Fernando Seara, a qual lamento profundamente porque sei o sentimento que ele tem por este clube, sei o quanto se empenhou para que estes estatutos fossem para a frente, tenho muita pena que tenha acontecido o que aconteceu e deixo-lhe aqui um grande abraço e agradecimento por tudo aquilo que deu ao clube, que certamente continuará a dar do lado de fora. Essa assembleia foi para o arranque dos estatutos e ela, apesar de tudo, acabou por ser aprovada a proposta global e agora está a ser discutida tema a tema, e quero mesmo que seja assim. Quero que saiam daqui uns estatutos não para o presidente do Benfica, não para o futuro presidente do Benfica, mas que vá ao encontro das necessidades do clube e das necessidades dos sócios do Benfica. Acho que vai sair daqui um documento muito válido, muito melhor do que aquele que tínhamos até aqui, ele irá continuar em data oportuna. Sobre a próxima Assembleia Geral, sobre outro tema, espero uma Assembleia Geral à Benfica, viva, dentro do respeito e da dignidade que este clube tem, com crítica, como é natural e cá estarei para isso também, mas ao mesmo tempo com o respeito que este clube obriga, e, portanto, uma Assembleia Geral à Benfica.