Benfica renova a confiança
Benfica conquistou a Eusébio Cup depois de vencer o Feyenoord por 5-0. Foto: Miguel Nunes

Benfica renova a confiança

NACIONAL31.07.202409:30

Resultados e exibições reforçam a convicção de plantel, estrutura de futebol profissional e SAD de que a equipa está no caminho certo. Estado de espírito dominado pelo otimismo na medida exata da prudência

A goleada de 5-0 aplicada pelo Benfica ao Feyenoord, domingo, no Estádio da Luz, para a Eusébio Cup, e sobretudo o futebol de alto nível produzido, como há muito não se via e a fazer recordar os melhores momentos da primeira época de Roger Schmidt, libertaram o entusiasmo dos adeptos, preso por uma temporada abaixo das expectativas e que acabou apenas com a conquista da Supertaça.

A procissão ainda nem saiu do adro, ou seja, ainda nem sequer foi disputado um jogo oficial e, por isso, nos gabinetes do Estádio da Luz ou do Seixal ou nos relvados do centro de treino ou do ninho das águias ninguém embandeira em arco, está tudo com os pés na terra. Isso não significa, porém, que o estado de espírito seja dominado pelo otimismo. Na mesma medida, também, da prudência.

Depois de 50 dias a fazer o nojo de má época, o Benfica reabriu a oficina do Seixal com esperança renovada num futuro risonho, sem o peso da desilusão ou de nuvens negras e com todos disponíveis para o trabalho. Houve, sente quem acompanha a equipa diariamente no Seixal, um corte com a época anterior, o bom ambiente entre jogadores e equipa técnica tem dominado os dias e, quase um mês depois, reforçou-se a ideia de que a equipa está no bom caminho.

O Benfica prepara-se para o último particular de preparação, sexta-feira, com o Fulham, no Estádio Algarve, depois de vitórias sobre Farense (5-0), Almeria (3-1) e Feyenoord (5-0) e empates com Celta (2-2) e Brentford (1-1) e, sobretudo, de exibições animadoras.

Os reforços

Vangelis Pavlidis e Leandro Barreiro apresentaram-se no primeiro dia de trabalho. A integração está a correr bem aos dois, ainda estão na fase de adaptação e aprendizagem mas já dão resposta em campo. O avançado grego marcou sete golos em cinco particulares e mostra que tem capacidade para ser o substituto de Gonçalo Ramos, depois de Arthur Cabral não ter dado conta do recado. O médio luxemburguês, por sua vez, que chegou à Luz a custo zero depois de acabar contrato com o Mainz, surgiu mais solto e atrevido com Brentford e Feyenoord.

Jan-Niklas Beste, o terceiro reforço, utilizado como titular contra o Feyenoord, está a corresponder, apesar de ter chegado mais tarde do que Pavlidis e Barreiro. E está aberta a luta pelo lugar de lateral-esquerdo com Álvaro Carreras.

Plantel construído com tempo

A contratação de três reforços para atacar as maiores debilidades da época passada foi conseguida com tempo, permitindo que estejam aptos a dar resposta quando a época começar.

Este primeiro mês, por outro lado, permitiu confirmar a ascensão e afirmação de Tomás Araújo, que será o terceiro na hierarquia dos centrais, o sucesso do empréstimo de Andreas Schjelderup, que chegou à Luz com outra capacidade física e maturidade, e ofereceu a todos a surpresa de Gianluca Prestianni, cujo plano passava inicialmente por uma cedência, seguindo, no fundo, os passos do norueguês. Roger Schmidt quis dar uma oportunidade ao argentino de 18 anos e a resposta não poderia ser mais conclusiva — fez por merecer a oportunidade de ficar no plantel.

Ainda mais mudanças

Rui Costa, há semana e meia, na Casa do Benfica de Genebra, reconheceu que o plantel ainda iria sofrer mudanças. E, claro, a principal será a partida de João Neves para o PSG. Que não deverá levar o Benfica a agir no mercado, uma vez que Renato Sanches chegará por empréstimo e Roger Schmidt já iniciou a adaptação, com bons resultados, de Benjamín Rollheiser às funções de médio-centro.

O Benfica ainda equaciona a possibilidade de reforçar-se com um lateral-direito, para fazer concorrência a Alexander Bah. Mas Tiago Gouveia, extremo, tem jogado na posição e os sinais nos jogos com Brentford e Feyenoord conduz à conclusão de que a contratação de um lateral-direito não é prioridade.

Certo, ainda, é que o entusiasmo nos adeptos, depois da goleada ao Feyenoord, não entrou no grupo, concentrado em entrar com o pé direito no campeonato.