Benfica: onde é que estavas a 20 de maio de 2016?

Águias não conquistam Taça da Liga há quase oito anos; João Neves tinha 11 e anda estava no Algarve; Otamendi estava a acabar a primeira época no Man. City; E os outros?

O Benfica regressa à final four da Taça da Liga dois anos depois de ter perdido a final com o Sporting (1-2). Dessa equipa restam, no plantel, apenas Morato e João Mário. Rui Costa tinha sido eleito presidente do Benfica há seis meses e 21 dias, já tinha substituído Jorge Jesus por Nélson Veríssimo e, desde então, muito mais mudou nos encarnados. Ainda era diretor desportivo e administrador da SAD quando os encarnados conquistaram, pela última vez, o troféu.

O Benfica é o clube com mais vitórias na Taça da Liga (sete, mais três que Sporting), mas já não a ganha desde 20 de maio de 2016. Nesse dia, a equipa então dirigida por Rui Vitória, goleou o Marítimo de Nelo Vingada, por 6-2. Marcaram Jonas (11), Mitroglou (18 e 38), Gaitán (77), Jardel (90) e Raúl Jiménez (90+3 g.p.); João Diogo (45+1) e Fransérgio (83 g.p.) fizeram os golos dos insulares. 

Para lá da alegria dos encarnados, que nessa temporada celebraram o tricampeonato, o jogo em Coimbra ficou também marcado pelas lágrimas de Gaitán, que se despedia do Benfica antes de rumar ao Atlético Madrid por €25 milhões.

E onde estavam em maio de 2016 aqueles que agora vão tentar recuperar o troféu para a Luz? Se alguns já davam cartas ao mais alto nível, outros ainda eram crianças ou adolescentes que alimentavam o sonho de ser profissionais.

Começando pelo treinador, Roger Schmidt estava na 11.ª época como treinador, segunda no Leverkusen, numa fase ascensional, já com um campeonato e uma taça da Áustria, conquistados no Salzburgo. Ainda ficaria mais um ano em Leverkusen, antes de passar pela China (Beijing Guoan) e Países Baixos (PSV Eindhoven) e chegar ao Benfica, no verão de 2022.

E, daquela que será, provavelmente, a equipa titular com o Estoril, muitos ainda só sonhavam com a possibilidade de ser profissionais.

Na baliza, Trubin, provavelmente, nem sabia o que era o Benfica, já estava no Shakhtar, mas mudara-se, dois anos antes, de Donetsk para Kiev, integrado nas equipas do clube, fugindo à intervenção militar russa na região. No Shakhtar continuaria até chegar ao Benfica, no último verão.

Fredrik Aursnes tinha 18 anos, acabava a primeira época no Molde, no qual se afirmou, depois de transferido para lá do Hodd, no qual se formou. Mais novo ainda, António Silva era criança de 12 anos, estava ligado já ao Benfica, tivera experiência de viver no Seixal, que não correu bem, e voltou para casa, mantendo o vínculo às águias, para jogar no Viseu United. Voltaria, pouco depois, ao Seixal. Nicolás Otamendi, o mais velho de plantel das águias, já era bem conhecido dos portugueses, pela passagem no FC Porto. Jogava no Manchester City, para o qual se transferira do Valência, nessa época, por €45 milhões, Tinha 28 anos. Morato, então com 14 anos, estava nos iniciados do São Paulo, ao qual tinha chegado da Portuguesa dos Desportos.

Daquele que será, provavelmente, o meio-campo contra o Estoril, encontramos o mais novo de todos – João Neves, com 11 anos, estava no Algarve, já se treinava e jogava (com a camisola por dentro dos calções) no Centro de Formação e Treino do Benfica em Albufeira. Poucos meses depois passaria a viver no Seixal. Orkun Kokçu, 15 anos, brilhava nos juvenis do Feyenoord.

Um passo mais à frente em campo e encontra-se Ángel Di María. Como Otamendi, com 28 anos, pertencia à elite do futebol mundial. Passara por Benfica, Real Madrid, Manchester United e, na época 2015/2016, representava o PSG. O 23.º aniversário de Rafa aproximava-se, o avançado representava o SC Braga. No verão de 2016 transferiu-se para o Benfica, por €16,4 milhões. João Mário, então com 23 anos, jogava a segunda época no Sporting, também alguns meses depois mudou de equipa, foi jogar para o Inter. Os leões receberam €40 milhões.

Finalmente, aquele que será o avançado escolhido para o jogo com o Estoril, Arthur Cabral. Tinha 18 anos, jogava no Ceará. Ainda representou o Palmeiras antes de dar o salto para a Europa, para o Basileia.